sábado, 22 de novembro de 2025

LANÇAMENTO DO LIVRO: OS MEANDROS DA EXTENSÃO RURAL/AGROFLORESTAL DO ACRE: UM PROJETO HUMANISTA.

 

LANÇAMENTO DO LIVRO: OS MEANDROS DA EXTENSÃO RURAL/AGROFLORESTAL DO ACRE: UM PROJETO HUMANISTA

Roosevelte, Ely, Barrinhos, Deuzanira, Vera, Darcilene, Pedrinho, Madazinha e Generozo, na cadeira Neurides (A Dama de Niteroi)


Para minha felicidade foi uma noite esplendorosa onde recebemos os amigos e colegas da extensão do Acre (ACAR e EMATER), colegas e amigos da Universidade, companheiros do Partido dos Trabalhadores, familiares e muitos outros amigos.

Tivemos como “Mestre de Cerimônia” a nossa amiga Vera Gurgel, que conduziu, brilhantemente, todo o evento que contou com um sarau musical do Som a Madeira, o Sax Alto de Samuel Vieira, um singelo coquetel e autógrafos dos livros adquiridos pelos presentes e os que compraram antecipadamente

O destaques do evento foi a homenagem que prestamos ao benemérito da Extensão Rural do Acre, Zaqueu Machado, feita pelo seu amigo Raimundo Barros. Barrinhos também sugeriu uma homenagem póstuma aos colegas que partiram mais cedo para o “Oriente Eterno”. Foi comovente ouvir Antônio Carlos executar no seu Bandolim, acompanhado pelo violão de James da Ave Maria de Gunot.

Uma homenagem que não estava no roteiro do evento foi o depoimento que a amiga Darcilene, fez a meu respeito. Foi muita generosidade e me comoveu profundamente. Transcrevo:

 

 

 

 

Boa noite, caros, irmãos e irmãs da Extensão Rural, autoridades presentes, familiares, amigos e companheiros de caminhada do nosso querido mestre e amigo Marcão,

Pra nós é uma grande bênção e uma alegria incomensurável poder participar desse momento tão importante e significativo para a história da Extensão Rural do nosso Estado e para a história de cada um de nós, enquanto pessoas e enquanto extensionistas que somos e que jamais deixaremos de ser. Pois, esta experiência transformadora que vivenciamos juntos, na nossa casa de Extensão, com muito amor e dedicação, é algo que levaremos para a vida inteira,  em nossos corações; e que com certeza, foram boas sementes que plantamos, que germinaram, floresceram e que deram muitos frutos, ao longo da nossa história e dos caminhos que percorremos.

Um dos frutos, sem dúvida, é a apresentação desse livro, organizado com todo amor e carinho, por esse grande “monstro” da Extensão Rural, como o chamamos de forma carinhosa e fidedignamente, porque ele o é, no sentido de grandioso e incansável amante e defensor do serviço de Extensão Rural, não só no Acre, mas em todo o Brasil.

Ele é o nosso “mestre”, professor Marcão, que muito tem nos ensinado, ao longo desses anos, como fazer extensão rural, com amor, dedicação, simplicidade e honestidade, sempre nos colocando ao lado e a serviço dos que não “têm”, dos que não “podem “e dos que não “são”. Não no sentido pejorativo, mas na convicção de que aqueles que cuidam das nossas riquezas naturais e que produzem os elementos essenciais para a nossa soberania e segurança alimentar, são, na maioria das vezes, massacrados e alijados, no que se refere ao justo acesso aos meios de produção e no reconhecimento dos seus direitos como cultivadores, geradores e produtores dessa riqueza, que é a produção  de alimentos, caracterizada como produção familiar, que garante, na grande maioria,  a vida e a sobrevivência de cada um de nós.

 

 

 

 

Sermos convidadas, eu e minha amiga irmã Neurides, para lermos o curriculum desse grande escritor, extensionista, mestre e amigo, é para nós uma grande honra.

 

 

 

 

 

Todos nós sabemos que o Curriculum Vitae= é o Termo que descreve um documento que resume a trajetória educacional, profissional e pessoal de uma pessoa, detalhando suas experiências, qualificações e realizações.

E que na Origem do termo: significa do Latim “curso de vida/trajetória de vida” 

E que no Uso prático: ele é usado para apresentar a uma pessoa ou instituição, um resumo das qualificações e histórico de um indivíduo.

Porém, existe uma outra espécie de apresentação curricular, tão significativa quanto, que chamamos de “Testemunho de vida”. E é esse, que em rápidas palavras gostaria de expressar, nesse momento, com alguns episódios, às vezes até engraçados, que marcaram a nossa convivência, com o nosso mestre Marcão, e que muitos desconhecem, e que gostaríamos de partilhar com vocês, como uma forma de merecida homenagem e gratidão. Ele que sempre gostou dos “causos” da extensão. Vamos contar alguns sobre ele, antes de ler o seu curriculum acadêmico...kkkk

A Palavra de Deus nos diz, no Evangelho de Mateus, Cap. 6, versículo 21, que fala do nosso maior tesouro, diz assim: “...Porque, onde está o seu tesouro, aí também estará o seu coração”.

O que que essa Palavra tem a ver com o testemunho de vida desse grande professor e mestre da extensão?

Marcão, que embora nunca tenha demonstrado, claramente, ser um “praticante assíduo” de uma determinada religião, sempre se comportou, em seus diálogos e nas suas relações do cotidiano como sendo um homem temente a Deus e de coração generoso. Pois, ao longo da sua prática, na extensão e fora dela, demonstrou-se ser um homem, “segundo ao coração de Deus”.

 atitude concreta. Uma fé que,

 

 

 

Ao iniciar sua carreira na extensão rural e na sua militância política, sempre manteve uma postura de fé, onde essa fé se traduzia em coragem e realmente, transforma e que liberta. 

 

 

 

 

Com o ações 

seu coração generoso, na sua essência, ao compartilhar o conhecimento e suas com amor e humildade, ele conseguiu carregar, dar significado e transmitir essa verdade e essas virtudes, não só como extensionista, mas como educador e como companheiro de trabalho, para com todas as pessoas com as quais ele conviveu e ensinou.

Lembro-me que, durante o final da década de 80 e início dos anos 90, quando iniciávamos um trabalho mais efetivo junto às organizações rurais e com a organização da nossa própria associação de servidores, a nossa Assea, ele já tomava a linha de frente nos formando e nos ensinando a lutar contra os desmandos e a opressão, de governantes e dirigentes que pretendiam nos calar e sufocar a nossa luta em defesa dos pequenos agricultores e também por melhores salários e condições de trabalho. 

Diante das ameaças, após uma grande e significativa greve dos servidores, com a participação massiva de produtores e organizações rurais, começava ali, naquele momento, a operação “caça às bruxas”.

Ele, em nenhum momento, se intimidou ou recuou. Pelo contrário, intensificou a formação junto à associação e aos colegas, dizendo que tínhamos que permanecer firmes às ameaças e não usar máscaras, tanto é que a sua primeira e impactante escrita, à qual ele fez com muita ênfase e com uma maestria que lhe é peculiar, foi o documento intitulado: “Cai a máscara”, contra o governo e dirigentes da época, que abalou as estruturas da Emater e do palácio Rio Branco.

Veio então a ordem do palácio e a notícia bombástica: todos que assinaram aquele documento deveriam se retratar, sob pena de demissão sumária. Ninguém assinou, todos foram demitidos. Depois, soubemos por algumas fontes que o governador havia dito: “demite todo mundo, principalmente “os cabeças” Marcão, Monteiro e Cacá”. E depois ficamos sabendo também, que ele disse, só não é pra demitir o menino do Bujari, esse menino era o Pedrinho, que tinha ajudado implantar o polo hortigranjeiro do Bujari, que era a “menina dos olhos” do então governador. Acredito, que os colegas, na época,

 

não entenderam por que o Pedro e a Darcilene não assinaram se retratando e não foram demitidos. Com certeza, alguns até pensaram na linguagem da época: “Pedrinho pelegou”. Kkkk

Esse, foi o primeiro fato, que nos demonstrou a certeza de que ali no nosso quadro, tínhamos um grande extensionista e um companheiro de fibra, disposto a lutar e a construir uma linda história na extensão rural e no nosso Estado, que foi se consolidando ao longo dos anos, não só na extensão rural no Acre e no Brasil, mas também na Universidade, na política, na comunicação e em várias outras instâncias da nossa sociedade.

Ao assumir, posteriormente, no governo da Frente popular, um cargo de direção na sua casa Emater, ele, imediatamente, primou pelo resgate histórico da extensão e dos fatos significativos que marcaram época e a vida da Emater, enquanto instituição, e dos principais atores que fizeram parte dessa história; ou seja, produtores, indígenas, seringueiros, extensionistas e dirigentes comprometidos com a verdadeira soberania e cidadania.

Um outro fato marcante e pitoresco, na sua trajetória como dirigente, denota o tamanho da generosidade do seu coração e da sua empatia com o seu semelhante. Esse fato foi interessante: aconteceu que, enquanto os diretores, seus antecessores, da linha dura, mandavam documentos ameaçando cortar repasse de fundo fixo ou até salários de chefes de escritórios por não enviarem os relatórios, em tempo hábil, ele simplesmente pegava o telefone e ameaçava os chefes de escritório dizendo: “Home pela mor de Deus, mande esses relatórios, se não vocês vão complicar a prestação de contas e a busca de recursos pra gente” ...kkkk

 

 

 

 

Outro episódio que aconteceu nas suas andanças pelo interior do Estado, enquanto diretor, foi, segundo o Pedrinho, que fazia parte da sua comitiva, que ao regressar de Cruzeiro do Sul, no meio do caminho para Tarauacá, encontraram uma senhora esperando condução para Cruzeiro, com forte dor de dente, e que ia tentar extrair o dente. Daí, convidou a mulher para ir com eles até Tarauacá para a consulta, mas ela recusou. E durante o resto da viagem ele não parava de pensar naquela mulher e ai queria voltar pra cruzeiro para levar a mulher ao dentista, e a equipe não concordou e ele falava: Mas, meu Deus do céu, aquela pobre mulher deve tá sofrendo muito com aquela dor de dente, e se ela não conseguir carona...não consigo me esquecer disso”. Como os outros não concordaram, só lhe restou rezar por aquela senhora.

Para finalizar, com uma frase, que lhe é peculiar: Na sua sala de diretor, onde costumava receber as pessoas e colegas de trabalho, ele ostentava em um quadro, uma linda frase que refletia o motivo pelo qual ele estava ali, que era e que é o seu espírito de servir, na qual ele dizia: “Sem amor e sem paixão, não podemos nem sequer chupar um picolé”. Esse é o Marcão.

Um abraço carinhoso e a eterna gratidão dos seus amigos da Extensão: Darcilene, Pedro, Neurides, Canízio, Madalena, Idelfonso, Letícia...E todos os presentes ao lançamento do seu Livro de memórias da Extensão no Acre.

Dizer o que? Só me cabe agradecer  o carinho e a generosidade da Amiga Darcilene. 

 Eis a Memória Fotográfica:


O Som da Madeira ( James, violãde 6; Tony do Bandolim, Bandolim; Nilton Bararo, Acordeon e Deley, Pandeiro)

Marcão (O Autor do livro)

André Kamay (Presidente do PT/AC e Marcão.


Mestre Antônio Costa (parceiro do Tênis de Mesa) e Marcão


Barrinhos cantando uma " sofrência"


Barrinhos com a Placade Homenagem ao Zaqueu Machado


Carioca e Marcão


                                                                           Cícero e Marcão

Da Luz e Marcão

Darcilene homenageando Marcão


Generoso, Madazinha e Marcão


Marcão e Jame do Som da Madeira



Pedrinho, Darcilene e Marcão


Roseiane e Marcão


A Mestre de Cerimônia, Vera Gurgel

 



quarta-feira, 12 de novembro de 2025

LANÇAMENTO DO LIVRO - OS MEANDROS DA EXTENSÃO RURAL/AGROFLORESTAL DO ACRE: UM PROJETO HUMANISTA



Na APRESENTAÇÃO do livro, Hur Ben disse:

“Este livro é uma homenagem ao Estado do Acre e à extensão rural acreana – e brasileira! Ele contempla as várias dimensões da extensão. É uma obra documental competente e instigante sobre esta última rica terra, conquistada pelo Brasil, por sua gente e pela extensão rural. A abordagem traz uma visão histórica e humanista que oferece ao leitor uma aventura instrutiva, convincente e agradável. (...)

Porém, nem mesmo a paixão e a história deste pioneirismo fazem com que o autor se exima de críticas. Sem meias palavras, ele usa de seus conhecimentos acadêmicos para apontar este viés, próprio da política de desenvolvimento da época, do papel da extensão na promoção da revolução verde, concebida para promover o crescimento do capital. Também, cita construções que buscaram a superação do dilema da extensão, dando ênfase na extensão rural florestal, uma construção para o bioma do Estado. (...)

Sinto que o “cobertor” fica curto para a apresentação ser justa, tamanha riqueza de informações, imagens e depoimentos. A publicação do livro é uma homenagem aos 77 anos da Extensão Rural, completados em 2025, e é fruto da abundância de vocações do autor e de sua perspicácia, associada à simplicidade, sinceridade e humanismo singular. Trata-se de uma pessoa com grande senso de humor, admirável sob todos os aspectos. (...)

De forma inequívoca, ele demonstra a posição elevada que esses serviços essenciais ocuparam, por décadas, nas políticas públicas, e renova a certeza da necessidade de que devem voltar ao patamar de uma política estruturante para o país. É um livro que certamente fará o leitor leigo ser tomado pelo sentimento de respeito e de admiração pelo povo rural e pela extensão e seus extensionistas. (...)

Ao leitor, sinta-se orgulhoso, emocionado e, certamente, encorajado a lutar por esta causa. Você terá o privilégio de apreciar um livro assinado pela mão do respeitável e modesto Marcos Fernandes, o nosso “Marcão do Acre”, valioso cidadão extensionista intelectual."

 

Hur Ben Corrêa da Silva*

Presidente da ABER

 

 Que suas palavras sejam proféticas (Marcão)