terça-feira, 22 de novembro de 2022

A REVOLTA DOS MANÉS

 








A REVOLTA DOS MANÉS

Por: Marcos Inácio Fernandes*

“Perdeu Mané, não amola” (Luis Roberto Barroso – Ministro do STF)

O Brasil, desde que era Colônia, foi palco de dezenas de revoltas populares. Algumas muito conhecidas e, outras nem tanto, mas todas com o mesmo desfecho de terem sido reprimidas com muita violência. Listamos algumas delas. A Revolta de Beckman (1648); a Revolta de Felipe dos Santos (1720); A Revolta dos Balaios (1838 /41); A Revolta dos Lisos (1844); A Revolta do Ronco das Abelhas (1851 /54); A Revolta do Quebra-Quilos (1874 /75); A Revolta dos Búzios (1792); A Revolta dos Alfaiates (1798); A Revolta dos Malês (1835); A Revolta da Armada (1891 /94); A Revolta da Vacina (1903); A Revolta da Chibata (1910); A Revolta dos 18 do Forte (1922).

Agora, em 2022, em pleno século XXI, os historiadores e demais estudiosos da sociedade contemporânea estão a presenciar a REVOLTA DOS MANÉS. São extremistas de direita, que se dizem patriotas, que ainda não aceitaram o resultado das urnas que no último dia 30/10, deu a vitória de Luís Inácio Lula da Silva, para presidir o Brasil pela 3ª vez – caso inédito na história.

Como mau perdedor, o capitão rasgou, uma vez mais, a etiqueta Republicana de parabenizar o adversário. O seu silêncio ensejou, desde então, que as falanges fascistas se postassem nas frentes dos quartéis e bloqueassem diversas BRs,  questionando o resultado eleitoral e pedindo a quebra do ordenamento democrático e a volta dos militares.  São delírios autoritários, que se não fossem violentos e até terroristas, poderiam se circunscrever ao folclore político pelo anedotário, memes, nonsense e cenas ridículas que estão proporcionando.

Nesse mundo paralelo em que vivem, esses manifestantes extremistas, já estão recorrendo até a forças extras terrestres, pois já sentiram que as Forças Armadas, apesar de coniventes, não virão em seu socorro, muito menos o seu capitão, que além da erisipela na perna está numa depressão profunda. Além do AVISO PRÉVIO está de LICENÇA MÉDICA sem trabalhar.

É alvissareiro saber que os poderes já começaram a tomar as providências para coibir esses crimes. Está começando pelo bolso dos que financiam essas manifestações. Quando alguns figurões forem presos, esse movimento acaba. Basta de assédio as autoridades, de bloqueios de estradas e de violência política que a intolerância proporciona. Ninguém aguenta ver mais tantas barbaridades travestidas de verde-amarelo.

Tudo que está acontecendo só me faz refletir quanto épica e extraordinária foi a nossa vitória. Também fico pensando nas bombas que temos que desativar para trazer paz e desenvolvimento para o nosso povo e que seria dele se os fascistas tivessem ganho?!

Por fim quero prestar meu tributo ao STF e o TSE, que conduziram o processo eleitoral com firmeza e destemor e registrar que a frase que exprime o nosso sentimento de alívio de todo esse processo é a frase do “iluminista” do Supremo, Roberto Barroso, que deixou a fidalguia e o juridiquês de lado e recorreu a gíria carioca: “PERDEU MANÉ”

Agora é com os historiadores escrever os bastidores da REVOLTA DOS MANÉS!

Rio Branco (AC), 22 de novembro de 2022

*Marcos Inácio Fernandes (Marcão) é militante do PT

 

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

A BALSA É DO JAIR!

 

A Balsa Presidencial

Balsa Mista (Estadual e Federal)



A Balsa Estadual 


No folclore político do Acre tem uma instituição chamada de "BALSA", que carrega os perdedores das eleições num trajeto de Rio Branco, saindo do porto da Gameleira, ate Manacapuru, no estado do Amazonas. É uma viagem catártica onde os perdedores das eleições vão chorando as mágoas da derrota, ouvindo ao longo do trajeto, o "choro dos surubins", a lhes fazer companhia. É uma viagem dolorosa!!

Histórico da Balsa.

Com a anexação do Acre ao Brasil, a Lei 1181 de 25/02/1904, organiza o Acre em Território Federal, dividindo-o em três departamentos autônomos: Alto Acre, Alto Juruá e Alto Purus. Está decisão frustrou os chefes revolucionários, que esperavam que o Acre fosse constituído como Estado autônomo e que eles pudessem influir nos mecanismos de poder. Com as nomeações dos Prefeitos Departamentais e dos Intendentes das sedes Departamentais, as disputas políticas se acentuaram. Os seringalistas se dividiram ente os "históricos", que haviam participado da campanha revolucionária e os "não-históricos", formando-se facções contra e pró Plácido de Castro, a principal liderança que emerge do processo revolucionário. Daí que os primeiros anos do Território se caracterizam por uma grande instabilidade política. Destaque-se que, entre 1904 e 1912, se sucederam nada menos do que 14 Prefeitos Departamentais.

Em 1910, aconteceu um fato político, que nos faz levantar a hipótese, que a instituição da balsa está relacionada a esse fato. Num outro conflito entre as oligarquias seringalistas, o Prefeito Departamental, Leônidas Benício de Melo, é destituído do cargo e foi conduzido preso numa lancha do Território com "ordens de ser desembarcado no primeiro barranco quando a embarcação atingisse o Estado do Amazonas." O Jornal Folha do Acre nº 15 de 11/12/1910 na sua página 2, refere-se a esse evento. "A VIAGEM DO EX-PREFEITO - Regressou a esta cidade no dia 2 deste mez a lancha Dias que conduziu o ex-Prefeito Leônidas Benício de Mello expulso deste Departamento pelos revoltantes crimes que cometeu em pleno exercício daquelle cargo. O exportado, no rio Purus, acima da cachoeira tomou a lancha Supremo com destino a Manaus." As "lanchas Dias e Supremo" foram, portanto, as primeiras balsas. Não sei ainda precisar se o barranco onde Benício de Melo foi "desembarcado" fazia parte do município de Manacapuru, destino do "exílio temporário e obrigatório" de todos que perdem eleições no Acre. 

Portanto, eis as balsas das eleições 2022, com os passageiros que foram derrotados nas urnas. Abaixo um quadro dos números eleitorais do 1º e 2º turnos das eleições presidenciais.

A nossa vitória foi de lavar a alma!!!

Agora é continuar a disputa de hegemonia na sociedade, mantendo e fortalecendo os nossos COMITÊS DE LUTA, para que Lula não sofra uma oposição desleal, como sofreu a Dilma,  e tenha governabilidade para implementar as suas propostas, que em síntese é colocar os ricos no Imposto de Renda e os pobres no orçamento.

A luta continua!!! (MIF)


Eleições – 2022

Resultados do 1º e 2º turnos da eleição presidencial por Estados e Região

(Números absolutos e relativos)

REGIÃO/ESTADO

LULA

(Nº DE VOTOS)

%

BOLSONARO

(Nº DE VOTOS)

%

NORTE

 

 

 

 

Acre

129.022

121.566

 

29,26

29,70

275.582

287.750

62,50

70,30

Amazonas

1.019.684

1.004.991

 

49,58

51,10

880.198

961.741

42,80

48,90

Amapá

197.382

189.918

45,67

48,64

187.621

200.547

43,41

51,36

Pará

2.443.730

2.509.084

52,22

54,75

1.884.673

2.073.895

40,27

45,25

Roraima

68.760

67.128

23,05

23,92

207.587

213.518

69,57

76,08

Rondônia

261.749

262.904

28,98

29,34

581.306

633.236

64,36

70,66

Tocantins

434.303

434.593

50,40

51,36

379.194

411.654

44,00

48,64

 

 

 

 

 

NORDESTE

 

 

 

 

Alagoas

974.156

976.831

56,50

58,68

621.515

687.827

36,05

41,32

Bahia

5.873.081

6.097.815

69,73

72,12

2.047.599

2.357.028

24,31

27,88

Ceará

3.578.355

3.807.891

65,91

69,97

1.377.827

1.637.477

25,38

30,03

Maranhão

2.603.454

2.668.425

68,84

71,14

983.861

            1.082.749

26,02

28,86

Paraíba

1.554868

1.601.953

64,21

66,62

717.416

802.502

29,62

33,38

Pernambuco

3.558.322

3.640.933

65,27

66,93

1.630.938

1.798.832

29,91

33,07

Piauí

1.518.008

1.551.383

74,25

76,86

406.897

467.065

19,90

23,14

Rio Grande do Norte

1.264.179

1.326.785

62,98

65,10

622.731

711.381

31,02

34,90

Sergipe

828.716

862.951

63,82

67,21

378.610

421.086

29,16

32,79

 

 

 

 

 

CENTRO OESTE

 

 

 

 

Mato Grosso

633.748

652.786

34,39

34,92

1.102.866

1.216730

59,84

65,08

Mato Grosso do Sul

588.323

599.547

39,04

40,51

794.206

880.606

52,70

59,49

Goiás

1.454.723

1.542.115

39,51

41,29

1.920.203

2.193.041

52,16

58,71

Distrito Federal (Brasília)

649.534

729.295

36,85

41,19

910.397

1.041.331

51,65

58,81

 

 

 

 

 

SUDESTE

 

 

 

 

Espírito Santo

897.348

926.767

49,40

41,96

1.160.030

1.282.145

52,23

58,04

Minas Gerais

5.802.571

6.190.960

 

48.29

50,20

5.239.264

6.141.310

43.60

49,80

Rio de Janeiro

3.847.143

4.156.217

40,68

43,47

4.831.246

5.403.894

51,09

56,53

São Paulo

10.490.032

11.519.882

40,89

44,76

12.239.989

14.216.587

47,71

55,24

 

 

 

 

 

SUL

 

 

 

 

Paraná

2.363.492

2.506.605

35,99

37,60

3.628.612

4.159.343

55.26

62,40

Rio Grande do Sul

2.806.672

2.891.851

42,28

43,65

3.245.023

3.733.185

48,89

56,35

Santa Catarina

1.279.216

1.351.918

29,54

30,73

2.694.406

3.047.630

62,61

69,27

 

 

 

 

 

EXTERIOR

138.933

152.905

47,17

51,28

122.548

145.264

41,61

48,72

BRASIL

60.345.999

50,90

58.206.354

49,10

 

 

 

 

 

 

Fonte: TSE -Resultados eleitorais – Eleições 2022

Organização: Marcos Inácio Fernandes.