segunda-feira, 28 de novembro de 2016

DE REVOLUÇÃO, DE BARBAS E COISAS AMENAS





De revolução, de barbas e coisas amenas.

Por: Marcos Inácio Fernandes*

"Se saio, chego; se chego, entro; se entro, triunfo" (Fidel Castro)
E assim aconteceu. Depois de 22 meses de isolamento nos cárceres de Fulgêncio Batista, em 1953/54; do exílio no México até a chegada em Sierra Maestra, em 1956; em 1º de janeiro de 1959, Fidel e seus revolucionários, entram triunfantes em Havana.

Com as roupas de combate e as barbas crescidas, as imagens dos revolucionários ganhou o mundo em plena vigência da guerra fria.

Desde então a barba e a boina do Che se tornaram adereços e símbolos dos sentimentos libertários, revolucionários, de contestação, de insubordinação e, de forma até mais prosaica, de irreverência.

Também cultivei uma barba rala e um bigode ridículo lá pelos meados dos anos 80. Lembro que numa das minhas férias em Natal, cheguei em casa barbado e meu pai censurou: “prá onde vai esse Fidel Castro,” “parece um velho” e coisas desse tipo. Passado uns dias, resolvi atender meu pai e fui fazer cabelo e barba num salão de barbeiros que tinha em frente ao Cine Nordeste, no centro de Natal. Cortei o cabelo, fiz a barba e quando chegou no  bigode, o barbeiro perguntou: - O bigode, deixa? Eu retruquei – o que o senhor acha? – Ele respondeu: - eu já fiz pior do que esse! Eu disse; - então pode tirar. Nunca mais usei barba.

O barbeiro de Natal, com sua gafe indiscreta, sepultou definitivamente, a única coisa que me ligava ao comandante - a barba (pelo menos na visão do meu pai).

Entretanto, há um sentimento mais forte, que são comuns a “nosotros”- o otimismo. O otimismo era uma das características marcantes de Fidel. Ele sempre dizia: “para ser revolucionário, não se pode ser pessimista”.

Considero que só a capacidade de luta, aliada a resistência e com uma grande dosagem de otimismo, e porque não dizer, de sorte, que alguns revolucionários como Prestes, Apolônio de Carvalho, João Amazonas e agora o Fidel, conseguem morrer de velhos, natural e suavemente. Eles tiveram a “virtude e a fortuna” de que fala Maquiavel, como as duas qualidades necessárias a um príncipe par manutenção do Estado.

O comandante Fidel fez uma revolução e conseguiu mantê-la viva por quase seis décadas, até essa 6ª feira (25-11), quando a morte foi ao seu encontro. Ele resistiu a toda sorte de infortúnios pessoais e políticos.
 Resistiu a prisão e a tortura; resistiu a invasão da Baía dos Porcos, em 1961; resistiu a crise dos mísseis, em 1962; resistiu a 637 atentados; e resistiu, principalmente, ao criminoso bloqueio econômico imposto a ilha pelo Império americano, que vigora desde 1960, e que já causou mais de 100 bilhões de dólares de prejuízo à economia cubana.
 Este embargo a Cuba, que chegava ao extremo de impor barreiras à França de não poder exportar para os EEUU uma geléia que contivesse açúcar cubano, foi condenado, por 25 vezes, pela ONU. Agora no governo Obama há um indicativo para a extinção desse embargo com o reatamento das relações diplomáticas entre os dois países.

Pois bem, Fidel resistiu a tudo isso e transformou sua ilha de cabaré e cassino, praticamente um balneário dos Estados Unidos, em um país soberano, com indicadores invejáveis nas áreas de educação, saúde e, como consequência, nos esportes, que transformou a pequena ilha numa potência olímpica.

Ademais, além de otimista, Fidel tinha fair-play, tinha humor. Lembro que no Pan Americano de 1991, em Havana, na final de basquete feminino entre Brasil e Cuba, Fidel compareceu ao ginásio e se comportou como torcedor (na juventude ele foi jogador de basquete, não sei se era bom, mas pelo menos tinha altura), ele fez a “OLA” e tudo. Nesse jogou o Brasil ganhou de 97 a 76 das Cubanas e ficou com o ouro. As jogadoras Paula e Hortênsia arrebentaram e acertaram tudo que foi arremesso. Na hora da premiação, o comandante fingiu que não ia entregar as medalhas merecidas das duas, por terem sido as “carrascas” das compatriotas. As duas receberam suas medalhas acompanhadas dos gracejos e do beijo do comandante.

Numa entrevista, perguntado qual era seu pior inimigo? Ele respondeu: “Acho que não tenho inimigos piores, porque acredito que todos os inimigos podem ser vencidos.”

E ele venceu a todos.

No julgamento de sua prisão pelo ataque fracassado ao quartel de Moncada, em 1953, ele fez a sua própria defesa no Tribunal: “Condene-me, não importa, a história me absolverá."

A história, não só o absolverá, como o colocará no panteão dos heróis libertários de toda a humanidade.


Descanse em paz comandante Fidel Alejandro Castro Ruz
(Birán, 13 de agosto de 1926 — Havana, 25 de novembro de 2016)

*Marcos Inácio Fernandes é professor aposentado e militante do PT.




 Fidel na juventude praticava o basquete




 Quando eu tinha barba, Aqui ao lado de Chico Mende e Pedro Rocha (I Encontro de Lideranças Rurais do Acre-1987)

 Minha foto da carteira da Emater/AC



 Camilo Cienfuegos e Fidel Castro

 No Pan de 1991 em Havana. Fidel brincando e entregando as medalhas de ouro a Paula e Hortênsia


 Fidel Alejandro Castro Ruz
(Birán, 13 de agosto de 1926 — Havana, 25 de novembro de 2016)





terça-feira, 22 de novembro de 2016

SOCIALISMO OU BARBÁRIE






dom, 20/11/2016 - 12:33
Atualizado em 20/11/2016 - 14:42


Jornal GGN - No artigo a seguir, o promotor de São Paulo, Sotelo Felippe, avalia que vivemos um paradoxo das experiências sociais e políticas no mundo, onde sabemos que o uso da razão pode levar a emancipação da Humanidade. Porém as ideologias desenvolvidas ao longo dos séculos, especialmente, desde o iluminismo em suas várias correntes políticas, acabaram perdendo para outras propostas contra a socialização de direitos, distanciando o caminho tomado para a emancipação intelectual e social. 

"Ou bem mergulhamos na barbárie ou bem a luta social consegue resgatar o projeto iluminista que desde o século XVIII, passando por Marx, que viu no socialismo a razão emancipadora da humanidade, tem sido o motor da resistência à opressão", destaca Felippe, apontando para a necessidade de se manter a resistência onde for possível, "em cada escola, em cada bairro, em cada fábrica".

O padrão na história das ideias é localizar o Iluminismo no século XVIII, na esteira das grandes descobertas científicas anteriores – Copérnico, Galileu, Newton, etc. A razão mostrara então o funcionamento real da natureza, superando o obscurantismo, superstições e crenças religiosas arraigadas há séculos. Não haveria por que não esperar que a razão bem sucedida para desvendar as leis da natureza não operasse na experiência social e política.

Kant dizia que Rousseau era o Newton da moral e que nada lhe causava mais admiração do que “o céu estrelado sobre mim e a lei moral dentro de mim”. Newton permitira ver as leis que determinavam o movimento harmonioso dos corpos celestes e Rousseau as leis morais que, não observadas mas residentes na razão, poderiam emancipar a humanidade e reproduzir nas sociedades a harmonia que se observava na natureza. Respondendo à pergunta “o que é o Iluminismo? ”, Kant dizia que era a libertação da menoridade a que o próprio homem se submetera. O homem seria livre quando submetido apenas à própria razão, escapando de qualquer tutela; razão implicava liberdade.

Não obstante uma vulgarizada interpretação de Kant o coloque como filósofo de um certo individualismo burguês, a moral kantiana significava um sujeito que devia construir juízos morais-racionais libertando-se da autoridade, da convencionalidade social, da religião. Um homem racional não mata porque isto é uma regra dos 10 mandamentos ou porque a lei impõe uma sanção. Ele não mata porque sua vontade livre não vê qualquer racionalidade em uma sociedade de assassinos e o leva a considerar a dignidade de cada ser humano.

O projeto iluminista, consistindo em emancipar a humanidade pela razão, é muito mais do que o movimento intelectual e filosófico localizado no século XVIII, de Voltaire, Rousseau, Diderot, Kant, Hume, etc. Ele avança para o século XIX com Hegel e depois com Marx. Se para Kant ou Rousseau a razão dispensava a História e era um processo estático do indivíduo atomizado, para Hegel aparecia em movimento, ao longo do processo histórico, inevitavelmente, regido pelas leis da dialética que desvendavam o movimento do ser na direção do Espírito Absoluto (a razão plena e final). A consciência humana superava contradições, teses e antíteses postas pela História   e a ideia a movia para forjar a matéria.

Marx é iluminista porque nele a razão igualmente emancipa a humanidade, mas invertendo Hegel. Não era a ideia que respondia pela matéria. Era a matéria que respondia pela ideia. A consciência estava determinada pela necessidade, pelas condições materias da existência, pelas forças produtivas, pelas relações entre produtor direto e proprietários. Em um ou outro caso sempre a razão que ao fim e ao cabo triunfa e instaura o reino da liberdade. Ao emancipar-se destruindo o capitalismo, pondo fim à opressão, à miséria e à exploração do homem pelo homem, o proletariado, como sujeito da História, emanciparia também toda a Humanidade.

II

Em Hegel o triunfo final da razão era inevitável. Mas na inversão feita por Marx as coisas não correram assim. O proletariado foi derrotado em 1848 e a tentativa de “tomar o céu de assalto” (na expressão de Marx) feita pela Comuna de Paris, o primeiro governo proletário, durou pouco.

As grandes cisões doutrinárias do marxismo passaram por essa questão ou giraram em torno dela: a inevitabilidade ou por qual modo o proletariado se emanciparia, como se daria o advento do socialismo. Lênin formulou uma resposta, muito bem-sucedida no primeiro momento porque conduziu à tomada do poder pelos bolcheviques: espontaneamente o proletariado não conseguiria escapar do economicismo e das lutas localizadas e não daria o salto dialético da razão emancipadora, a revolução. Era preciso uma vanguarda, disciplinada e coesa, que o conduzisse e lhe desse direção política, filosófica e intelectual: o partido.

Em 1915 uma desolada e brilhante Rosa Luxemburgo escreveu na cadeia um pequeno texto que tornou célebre a disjuntiva “socialismo ou barbárie”. O sujeito dialético da História, o proletariado, que ao emancipar-se emanciparia a humanidade, aderira, em vez disso, ao nacionalismo burguês apoiando a mais insana das guerras e se trucidava reciprocamente no campo de batalha. O Partido Social-Democrata alemão, o maior partido marxista do mundo, liderança do movimento operário, votara no Parlamento a favor dos créditos de guerra. Menos de um depois de iniciada a I Guerra, o entusiasmo das massas já cedera diante da visão dantesca dos campos de batalha e dizia Rosa Luxemburgo no artigo:

“Pisada, desonrada, patinando no sangue, coberta de imundície: eis como se apresenta a sociedade burguesa, eis o que ela é. Não é quando alimentada e decente, ela se traveste de cultura e filosofia, de moral e ordem, de paz e de direito, mas quando ela se assemelha a uma besta selvagem, quando ela dança o sabá da anarquia, quando ela sopra a peste sobre a civilização e a humanidade que ela se mostra cruamente como é na realidade.

“E no âmago deste sabá de feiticeira produziu-se uma catástrofe de alcance mundial: a capitulação da social-democracia internacional. Seria para o proletariado o cúmulo da loucura alimentar ilusões quanto a isto ou encobrir esta catástrofe: é o pior que pode lhe acontecer.

“Na guerra mundial atual o proletariado caiu mais baixo que nunca. Isto é uma desgraça para toda a humanidade. Mas seria o fim do socialismo apenas se o proletariado internacional se recusasse a avaliar a profundidade de sua queda e a tirar os ensinamentos que ela traz”

O artigo, a rigor, alterna afirmações que ainda trazem o traço da vitória final e necessária do proletariado e de como alcançá-la, com outras que admitem que a barbárie é uma alternativa real ao socialismo. Com a expressão “socialismo ou barbárie” Rosa Luxemburgo remete o seu leitor a um texto de Engels, 40 anos antes, que afirmava que a sociedade burguesa se via diante do dilema do avanço para o socialismo ou “recaída na barbárie”. E pergunta ela: “mas o que significa recaída na barbárie no grau de civilização que conhecemos hoje na Europa? ”:

“Nós estamos colocados hoje diante desta escolha: ou bem o triunfo do imperialismo e a decadência de toda civilização tendo como consequências, como na Roma antiga, o despovoamento, a desolação, a degenerescência, um grande cemitério; ou bem vitória do socialismo, ou seja, da luta consciente do proletariado internacional contra o imperialismo e contra o seu método de ação: a guerra. Eis aí o dilema da história do mundo, sua alternativa de ferro, sua balança no ponto de equilíbrio esperando a decisão do proletariado consciente”.

III

O artigo de Rosa Luxemburgo completou 100 anos. Decorrido esse tempo, a questão sobre ser possível a barbárie, sobre ser possível a derrota do projeto iluminista da razão, sobre ser possível a derrocada do processo civilizatório conduzindo a um mundo semelhante ao que se seguiu à queda da Roma antiga, persiste. Então, uma ensandecida guerra entre bandos imperialistas. Hoje, a hegemonia de uma lumpemburguesia ensandecida, degenerada, selvagem.

Marx usou a expressão lúmpen (que significa mais ou menos “trapo desprezível” em alemão) para designar a categoria de desenraizados que foi a massa social de apoio de Luís Bonaparte (o sobrinho de Napoleão que fez a história se repetir como farsa): libertinos decadentes, filhos arruinados da burguesia, gatunos, trapaceiros, desqualificados, etc. Mas também utilizou a expressão posteriormente para designar a aristocracia financeira parasita. O lúmpen tanto podia ser burguês quanto a escória da parte inferior da pirâmide social.

O economista marxista argentino Jorge Bernstein identifica a classe dominante global hoje como lumpemburguesia porque se funda no parasitismo financista. A financeirização do capitalismo é a base da degeneração que vivemos e é uma ameaça de retrocesso civilizatório. Derivados financeiros representam cerca de 20 vezes o Produto Bruto Global. Isto é, prossegue, parte de um processo mais amplo de parasitismo do sistema capitalista mundial, que também inclui “a hipertrofia militar, a narco-economia, o consumo conspícuo das elites globais”.

Assim, conclui, o núcleo central dominante transformou-se em casta parasita e “nesse sentido é possível estabelecer paralelos com outros declínios civilizatórios, como por exemplo o do Império Romano, a fase superior e final da chamada civilização greco-romana”.[i]

Na Argentina a lumpemburguesia representada por Macri preda e destrói. Cada grupo dominante saqueia despreocupado com o futuro. No Brasil o lumpesinato burguês de Temer em poucos e ensandecidos meses forja uma brutal transferência de renda para o parasitismo financeiro, deslocando recursos que são essenciais para uma população em grande parte miserável, com precário acesso a bens sociais como saúde e educação.

Mas tal degeneração, local e global, não pode prescindir de uma base social construída a partir de uma tremenda ofensiva ideológica. Ela faz a consciência das massas olhar para o lado errado, tal qual um prestidigitador que opera o truque com uma mão induzindo a plateia a olhar para a outra mão.

O inimigo não é quem preda a riqueza mundial e causa a sua insegurança social e econômica, mas, no ressentimento explorado por essa ofensiva ideológica, o imigrante, o que está mais abaixo na escala social, os negros beneficiados por políticas afirmativas. Xenofobia, individualismo, racismo, crença irracional na meritocracia, ausência de qualquer traço de solidariedade social elegeram Trump. Parece uma piada pronta da história que Trump se pronuncie como tramp, vagabundo. A alternativa, Hillary Clinton, admitia em correspondências privadas não ter qualquer escrúpulo em cometer crimes contra a humanidade matando milhares de sírios ou palestinos

A encruzilhada de que falava Rosa Luxemburgo está, pois, ainda tragicamente posta. Ou bem mergulhamos na barbárie ou bem a luta social consegue resgatar o projeto iluminista que desde o século XVIII, passando por Marx, que viu no socialismo a razão emancipadora da humanidade, tem sido o motor da resistência à opressão, à miséria, à exploração do homem pelo homem, à concentração e acumulação de bens por 1% da população, largando à própria sorte 99%, grande parte mergulhada em indizível miséria e odiando-se entre si.

Há um enorme potencial de resistência e ela é como o caminho que, dizia o poeta, se faz ao caminhar. Mas a barbárie avança e ela tarda. Resistir em cada escola, em cada universidade, em cada fábrica, em cada bairro, construir laços de solidariedade social, resistir denunciando as farsas ideológicas que conduzem explorados a odiar explorados.

É resistência ou barbárie.

Márcio Sotelo Felippe é pós-graduado em Filosofia e Teoria Geral do Direito pela Universidade de São Paulo. Procurador do Estado, exerceu o cargo de Procurador-Geral do Estado de 1995 a 2000. Membro da Comissão da Verdade da OAB Federal.


[i] http://outraspalavras.net/destaques/como-nos-tempos-do-declinio-de-roma/

domingo, 20 de novembro de 2016

ALLENDE


Vi ontem pela NETFLIX. Filme de Miguel Littin. Recomendo.

Sinopse:
Depois de diversos adiamentos, o filme Allende En Su Laberinto, do cineasta Miguel Littin, chegou aos cinemas chilenos. A obra relata as últimas sete horas de vida do presidente Salvador Allende (1970-1973), durante o golpe de Estado e o bombardeio ao Palácio de La Moneda, no dia 11 de setembro de 1973. Também fala da pressão exercida pelos Estados Unidos para a derrubada de Allende, apesar do caráter democrático de seu governo, e faz uma análise de toda a rede de traições que possibilitaram o golpe, tanto militares quanto políticas — neste último caso, recontando a postura dos parlamentares de sua própria coligação e como chegaram a questionar sua autoridade.

PS - Muito parecido com o que aconteceu recentemente no Brasil.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

SOBRE A ARTE DE PERDER

 Aos que já subiram.

Elizabeth Bishop (1911-1979)


A arte de perder

A arte de perder não é nenhum mistério;
Tantas coisas contêm em si o acidente
De perdê-las, que perder não é nada sério. Perca um pouquinho a cada dia.
Aceite, austero, A chave perdida, a hora gasta bestamente.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Depois perca mais rápido, com mais critério:
Lugares, nomes, a escala subseqüente Da viagem não feita.
Nada disso é sério.
Perdi o relógio de mamãe.
Ah! E nem quero Lembrar a perda de três casas excelentes.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Perdi duas cidades lindas.
E um império Que era meu, dois rios, e mais um continente.
Tenho saudade deles.
Mas não é nada sério.
– Mesmo perder você (a voz, o riso etéreo que eu amo) não muda nada.
Pois é evidente que a arte de perder não chega a ser mistério por muito que pareça (Escreve!) muito sério

terça-feira, 1 de novembro de 2016

13 FILMES PARA ASSISTIR ANTES DE MORRER



13 Filmes para assistir antes de morrer

Filme
Ano
Diretor
Atores
1 – Noites de Cabíria
1957
Federico Fellini
Giulieta Massina e François Perrier
2 – A Visita da Velha Senhora
1964
Bernhard Wieki
Anthony Quinn e Ingrid Bergman
3 – O Homem Que Não Vendeu Sua Alma
1966
Fred Zinnemann
Paul Scofield, Robert Shaw, Orson Welles e Wendy Hiller
4 - Queimada
1969
Gillo Pontecorvo
Marlon Brando e
5 – Giordano Bruno
1973


6 – Actas de Marúsia
1976
Miguel Littín

Gian Maria Volont, Diana Bracho, Claudio Obregon, Eduardo Lopez
7 – Cinema Paradiso
1988
Giuseppe Tornatore
Philippe Noiret, Jacques Perrin, Salvatore Cascio, Marco Leonardi.
8 – O Príncipe das Marés
1991
Bárbara Streisand
Bárbara Streisand e Nick Nolt
9 – As Invasões Bárbaras
2002
Denis Arcandi

10 – Os Diários da Motocicleta
2004
Walter Sales
Gael Garcia Bernal, Rodrigo de La Serna, Mia Maestro, Mercedes Moran e Jean Pierre Noher.


11 – A Vida dos Outros
2006
Florian Henckel
Ulrich Muhe, Sebastian Coch e Matina Gedeck
12 - Ágora
2009
Alexandro Amenábar
Rachel Weisz, Max Minghella, Oscar Isaac, Rupert Evans e Ashaf Parhon
13 – Flores Raras
2013
Bruno Barreto
Glória Pires e Miranda Otto

Esses filmes me emocionaram profundamente. A Visita da Velha Senhora e o Homem Que Não Vendeu sua Alma, assisti no cinema da Base em Parnamirim. Giordano Bruno, vi no cine Nordeste em Natal, que não existe mais. Noites de Cabíria, vi no Cine do Rio Vermelho, na Bahia, que também fechou. Queimada e Actas de Marúsia, vi no cine Acre, em Rio Branco. Esses últimos foram trazidos pelo Pedro Vicente e faziam parte de uma programação cultural que o PCB, desenvolveu no Acre em meados dos anos 80. Os demais assisti em casa em DVD e tenho cópia de alguns deles. Sempre me dou o presente de voltar a assisti-los.