terça-feira, 26 de julho de 2016

ESSE MENINO VAI CASAR

É o Fernandinho, o primogênito dos meus amigos Luís Carlos (Lula) e Juca, que também é minha cunhada, a poderosa Jucarina. Nessa foto ele está nos braços de D.Ritinha, sua avó, quando celebramos seu primeiro aniversário em Cajueiro. A matriarca dos Fernandes, com certeza, está abençoando esse matrimônio do seu neto de outras esferas mais elevadas.
Os Fernandes do Acre (Eró, Marquito, Ana, Arthur e Max; Abelardo e Rogério) felicita os noivos Sarah e Fernando, desejando-lhes, que todas as bençãos do matrimônio, recaiam sobre esse casamento e que sejam felizes. E que venha logo os sobrinhos. Enquanto isso, vou esperar deitado na minha rede, o casamento da Ana Rita e Simplício.
A vontade de estar presente é no corpo todo! Vamos fazer um esforço para enviar um representante dos Fernandes do Acre nessa festa. Parabéns Sarah e Fernando (pelo convite, tenho certeza que  a festa vai ser de torar a alça do corpete).

              D.Ritinha segurando Fernandinho, sendo observado por Janaína e Arildo Filho



                       ... e chegaram até aqui e vão mais longe.

sábado, 23 de julho de 2016

TECENDO A UTOPIA



 Angelim, prefeito duas vezes. Marcos Alexandre vai na mesma batida para a reeleição.

                                     Os capas preta da Frente.
 Max, Junior, Marcão, um militante e Ana. Família Fernandes representada na festa.


     A força jovem do Dankar. Tem um belo trabalho no setor público agrícola

 Nosso presidente do PT, Ermício Sena, prefeito Marcos Alexandre e vereador Gabriel Forneck.

                                          A festa da militância.

 Geovane, recém formado em Medicina e candidato a vereador pela frente com a nossa candidata a vice-prefeita, Socorro Nery.


                                     Eu, um militante "jurássico"


                                              A força da mulheres.


Tem uma música chamada "Martelo da Justiça" da Luciana Rabelo e Paulo César Pinheiro, que expressa com perfeição a atual conjuntura política brasileira. Ela diz assim na sua 1ª estrofe: 
“O ódio não faz ninguém sorrir
O medo não faz ninguém cantar
E quem é do bem precisa resistir
Se não o mal vai ficar queimando sobre a terra 
A luta não faz ninguém sofrer
A lida não faz ninguém chorar
E quem é de luz não pode esmorecer 
Na paz ou na guerra “....

Pois é com tanto ódio e intolerância grassando pelo Brasil e também aqui no Acre, nós do PT e das esquerdas não estamos deixando nos contaminar. Estamos resistindo e na luta. Não esmorecemos. E ontem na Convenção Municipal da Frente Popular de Rio Branco, na qual referendamos nossos candidatos à prefeito, vice-prefeito e vereadores, demos uma demonstração disso.
Foi uma festa de massa, colorida, alegre, com músicas e um arco-íris de cores. E, mais alvissareiro, com muitos jovens misturados com os militantes "dinossauros" históricos, que estão na caminhada há mais tempo. Gostei do que vi e saí mais reconfortado e esperançoso.

Em 2006, o então Senador Jorge Bornhausen, numa provocação violenta contra a reeleição de Lula, disse: “Vamos acabar com essa raça. Vamos nos livrar dessa raça por, pelo menos, 30 anos”. Falhou na previsão, como se sabe. Essas são algumas das raízes que fazem o ódio aflorar no processo político brasileiro.O Senador aposentou-se da vida pública sem se livrar da "nossa raça" mas, hoje, outros seguidores como o Moro e outros agentes do Estado na PF e nas PGE e PGR, no STF e nos meios de comunicação, tentam destruir o PT e sua maior liderança, o Lula e chegaram ao ponto de usurpar o poder conferido pelas urnas a Dilma Roussef com essa farsa do impeachment. A caçada ao Lula e ao PT é encarniçada. Não nos dão trégua. Mas haveremos de resistir e recomeçar, mesmo que nos roubem o governo. Ontem, na nossa festa cívica, saí de lá com essa convicção.

Vi muitas mulheres participando da política e, nesse particular, quero fazer uma saudação especial à Socorro Nery, nossa candidata a vice-prefeita, a Socorro Lima, militante histórica do PT, a quem vou apoiar e votar (quero mais mulheres no parlamento). Aos jovens candidatos de 1ª viajem como o Gabriel Forneck, André Mansour, Jô Luís, Geovane Barros e tantos outros (São mais de 200 candidatos só da Frente), quero parabenizar vocês pela coragem, ousadia e responsabilidade. Vocês são a esperança de renovação e de resgate dos valores POLÍTICOS. À luta companheir@s, sem recuar, sem cair, sem tremer. Lembrando sempre  da frase do Mário Lago:
 "Fazer o céu com pouco a gente faz. Basta uma estrela, uma estrela, e nada mais". 
E dos versos do Galeano em Janelas Sobre a Utopia:


“Ela está no horizonte...
Me aproximo dois passos,
Ela se afasta dois passos.
Caminho dez passos
E o horizonte corre dez passos.
Por mais que eu caminhe,
Jamais a alcançarei.
Para que serve a utopia?
Serve para isso! Para caminhar.” 

 Eduardo Galeano (1940 – 2015)

 


PS - De minha parte, pretendo colaborar com a militância do PT, dos partidos da Frente e da cidadania em geral, preparando um curso de "POLÍTICA PARA PRINCIPIANTE" contribuindo para a formação política da nossa militância. (MIF)_




sexta-feira, 15 de julho de 2016

MINHA CASA, MINHA VIDA

Nas "minhas terras" que os compadres, Alex e Socorro, me doaram na Chácara Vó Lia, pretendo fazer um chalezinho nesse estilo. Descobri o modelo garimpando umas revistas velhas de Arquitetura & Contrução. Essa edição era de janeiro de 2000. Não é a minha cara?
Na minha melhor idade (está bem pertinho), pretendo me recolher num cantinho assim, bem próximo da natureza e jogando milho prás galinhas.
Também "coar as minhas memórias" enquanto o alemão não me pega.






segunda-feira, 11 de julho de 2016

O PRIMEIRO AVIÃO QUE POUSOU EM RIO BRANCO.

Na verdade uma amerissagem no rio Acre em Rio Branco. Conheça um pouco da história por quem foi testemunha ocular:


 Hidroavião Taquary


 "Era o dia 5 de maio de 1936 quando eu, nos meus 8 anos e 7 meses, gritou olhando para o horizonte: “Lá vem ele” e o hidroavião Junker-W-34, monomotor, apelidado de Taquary, amerissou “com dois botes de alumínio pendentes de seu delgado corpo e com asas largas e compridas no Estirão de Bagé” relata o Alma Acreana. Seu prefixo era PP-CAP. Larguei a mão de meu irmão Hechem e fui pulando até a beira do rio Acre e, moleque danado – que surripiava (para mim era pedir emprestada para aprender a remar) canoas dos seringueiros que vinham entregar borracha para seu pai - pulou em cima do bote, antes mesmo de um soldado amarrar o avião num toco de madeira afundado à margem. A impressão com a qual fiquei e guardo sempre, além obviamente do avião, é como era gigante o piloto alemão Frederico Hoepken e como minúsculo era eu com meus poucos palmos de estatura; comparo-me hoje ao Petit Nicolas de frente para os adultos que fizeram parte de sua vida em casa, na rua e na escola". (José Farhart – Blog Alma Acreana)

Saiba mais sobre a história da aviação acreana.


"Os mais antigos acreanos conhecem bem as histórias de Martiniano Prado, interventor duro porém pitoresco que governou o Território Federal do Acre entre 1935 e 1937, e da vinda do Taquary, primeiro avião a pousar no Acre nos idos de 1936.
Porém as mais novas gerações nada sabem destes longínquos assuntos. É preciso pois motiva-las para conhecer sua própria história e utilizar personagens históricos para nomear espaços públicos é um dos melhores instrumentos para tanto.
Existem histórias deliciosas ocultas no único século de existência histórica do Acre. Mais do que isso, existem histórias fundamentais para a formação da consciência e da cidadania de seus indivíduos. Essa história que veremos a seguir, apesar de sua aparência pitoresca, é uma delas.

Era o ano de 1935. O Brasil passava por grandes mudanças após a primeira fase da Revolução de 30. O governo Getulio Vargas assumiu então um caráter constitucional. Era ainda um governo provisório enquanto se preparavam eleições gerais para 1938, porém a legalização do regime trouxe a maior participação dos tenentistas no governo de Getulio. Isso representava, apesar do caráter burguês do tenentismo, um grande avanço para a até então, oligárquica sociedade brasileira.
A região amazônica conheceu a atuação de Juarez Távora, um dos líderes do movimento tenentista, cognominado como o “Imperador do Norte”, tal seu poder sobre a região. Era um forte golpe sobre as camadas mais conservadoras da sociedade desta área.
Para o Território Federal do Acre, foi nomeado, logo ao início de 1935, Manoel Martiniano Prado, irmão de Newton Prado um dos “Dezoito do Forte” que tombaram na Praia de Copacabana quando ousaram desafiar a Republica Oligárquica em 1922.
O Acre passava ainda por aquela longa crise econômica que se estendeu entre o primeiro e o segundo ciclos da borracha. A população acreana havia se acostumado com os governadores indicados pelo Governo Federal. Por isso a nomeação de um novo interventor desconhecido não surpreendeu ninguém. Essa era mesmo a costumeira pratica federal.
Mas logo de saída todos perceberam que Martiniano Prado era diferente dos anteriores. Ele tinha um certo caráter autoritário, mas também um forte conteúdo populista em suas ações. Além disso morria de medo de coruja e outros bichos de mau agouro que teimavam em cantar em torno de sua residência, o Palácio Rio Branco. Como nos conta em saborosa crônica Mario Maia em seu “Rios e Barrancos”.
Mas o que marcou mesmo sua passagem pelo Governo do Território foi a firme decisão de trazer o progresso da aviação para as terras acreanas. Ele tinha motivos para isso. Acreditava então que através da aviação o Acre poderia superar sua longa história de isolamento das principais cidades do país e mesmo de seus próprios municípios. Estradas não havia, sua construção, uma empreitada sequer aventada naqueles tempos de crise técnica e financeira. Os rios continuavam sendo a única via de transporte acreana, única e morosa diga-se de passagem. Pelo menos quinze dias para Manaus, de um a três meses para Cruzeiro do Sul ou para o Rio de Janeiro. Condição impossível para encontrar uma alternativa de progresso para o Acre, abatido pela prolongada crise da borracha.
Entretanto, Martiniano Prado não possuía recursos suficientes para viabilizar sua principal proposta de governo, precisou por isso jogar todo seu prestígio em uma arriscada empreitada.
Convocou toda a população de Rio Branco, para no dia 1o de maio, dia do trabalhador bem ao gosto do trabalhismo que se inaugurava com Getúlio Vargas, realizar uma marcha até o Aprendizado Agrícola e ali dar início à construção da primeira pista de pouso acreana. Afinal de contas Martiniano Prado já havia estabelecido contato com empresas aéreas interessadas em vir para essa região, o que tornava o campo de pouso uma necessidade imediata.
Por incrível que possa parecer, a população atendeu ao chamamento oficial. Talvez empolgada pela possibilidade de ter o transporte aéreo, talvez pela simples necessidade de buscar alternativas à crise que a todos massacrava. O certo é que naquele 1o de maio de 1935, lá estavam centenas de pessoas portando enxadas, machados, enxadecos, etc. E tendo o Interventor em pessoa à frente de todos, marcharam rumo à grande empreitada popular de construir o tal Campo de Aviação.
Foi uma grande festa, com ares de pique-nique, dada a presença de famílias inteiras. A área prevista para ser transformada em pista foi toda loteada e cada lote de 20 X 20 metros foi designado para uma família ou um morador de Rio Branco. Evidentemente um dia de trabalho não seria suficiente para preparar o terreno para o pouso de aeronaves. Por isso os lotes continuaram sendo trabalhados na medida das possibilidades ou da vontade dos habitantes de Rio Branco. Enquanto isso o Interventor fazia questão de acompanhar o andamento dos trabalhos utilizando o jornal “O ACRE”. Todas as semanas era publicado nesse jornal os lotes que estavam sendo concluídos, louvando-se os responsáveis por isso. Da mesma forma como eram revelados os nomes dos que abandonaram seus lotes e não mereciam mais do que a execração pública. Neste último caso, de abandono dos lotes, a questão era solucionada passando os respectivos lotes para a FPTA (Força Policial do Território do Acre) que se encarregava de sua conclusão.
Desse modo o trabalho se estendeu mais do que o previsto e nada do Campo de aviação ficar pronto. Porém Martiniano Prado não se deu por vencido e manteve suas negociações com as empresas aéreas interessadas em voar para o Acre.
Logo configurou-se uma verdadeira disputa internacional entre as empresas aéreas pretendentes a vir pela primeira vez ao Acre. De um lado a norte-americana Panair que buscava consolidar a influencia política e econômica americana frente aos países da América Latina. De outro o Sindicat Kondor, empresa alemã criada nos anos de ascensão do nazismo para se infiltrar na América Latina e enfraquecer a posição Norte-americana. Hoje sabemos que poucos anos mais tarde Estados Unidos e Alemanha estariam lutando na Segunda Grande Guerra Mundial, para os acreanos em geral nos meados dos 30 tudo não passava de uma divertida corrida pelo, acreditem, céus do Acre.
Martiniano Prado incansável em seus objetivos não cessava suas tratativas com o Ministério da Aeronáutica e com empresários de ambas as companhias aéreas, no sentido de viabilizar o mais rápido possível a vinda de aviões para o Acre.
Foram longos dias de espera e notícias, ora animadoras, ora desestimulantes. Tantas vezes foi anunciada a vinda do avião que o povo se cansou de olhar pra cima, confundir urubu ao longe com avião, ouvir barulho de motores onde nada havia. Até que, em meados de 1936, o grande dia finalmente chegou.
Diante de todo o povo reunido no estirão do rio Acre, defronte do aprendizado agrícola, próximo ao local onde estava sendo construído o campo de pouso, pousou triunfante um pássaro de metal chamado Taquary. Esse Focker batizado com nome indígena, pertencia ao Sindicat Kondor e era pilotado por um legitimo alemão que soube cativar a população acreana, chamado Frederic Hopken. Era a vitória alemã sobre o poderoso Estados Unidos da América.
Mas para a população que estava às margens do rio Acre, isso era de somenos importância. Era ora de festa, o avião havia chegado ao Acre. Era o progresso nas asas do Taquary.

Porém, a história não termina aí. Pelo contrário, se o Sindicat Kondor chegou primeiro, a Panair fez questão de ser a primeira a estabelecer uma linha aérea fixa, quinzenal, ligando o Acre ao resto do país, também utilizando-se de hidroaviões que aquatizavam ao invés de aterrizar. Além do que os aviões Taquary e Tietê continuaram a vir esporadicamente ao Acre, o que era sempre motivo para renovadas festas, algumas até muito curiosas, como aquela onde tremulou a bandeira nazista, em homenagem ao pioneiro e já querido Frederic Hopken.
Não satisfeito com o que havia obtido, Martiniano Prado ainda teve o cuidado de mandar um acreano para o Rio de Janeiro, onde seria treinado como piloto João Donato Filho, o primeiro acreano a ser sagrado piloto.

Ao final de 1937, o Ministro da Justiça que havia nomeado Martiniano Prado para a Interventoria do Acre foi demitido e este, em solidariedade ao seu amigo, também se despediu do Acre, encerrando seu curto, porém movimentado, governo em terras acreanas.
Quanto ao “Nosso Primeiro Campo de Aviação” (como era carinhosamente tratado nas páginas do jornal “O ACRE”), só ficou pronto durante o longo e duro governo do Interventor Assis de Vasconcelos que sucedeu a Martiniano Prado.
Foi nesse campo de pouso, agora batizado de “Santos Dumont”, que progrediu a aviação no Acre, pelo estabelecimento de linhas aéreas da Panair, do Correio Aéreo Nacional (CAN) e da Cruzeiro do Sul (a mesma Sindicat Kondor depois de nacionalizada)
E foi esse mesmo Campo de Aviação que, na segunda metade década de 40, depois de recuperado por Guiomard Santos, foi ampliado e recebeu a construção da “Estação de Passageiros Salgado Filho”, lembrado até hoje como o primeiro aeroporto acreano, ou como o “Aeroporto Velho”.

Ou seja, todo o desenvolvimento posterior da aviação no Acre esteve marcado por aqueles tempos pioneiros inaugurados por Martiniano Prado. História ainda mais significativa porque foi marcada por grande envolvimento popular, já que o “Nosso primeiro Campo de Aviação” foi construído à custa do esforço pessoal e quase espontâneo da sociedade acreana. Dar o nome de Martiniano Prado ao novo aeroporto seria, nada mais nada menos, do que simples e justo reconhecimento à história acreana.
 
No dia 17 de novembro, Mario Maia, publicou um artigo no jornal A GAZETA, onde emitiu a mesma opinião de que o aeroporto deveria ser chamado de Martiniano Prado. Aliás, nem poderia ser diferente diante do conteúdo de seu livro que possui vários capítulos sobre essa e outras histórias da aviação no Acre. Portanto, se poderia evocar esta manifestação de antigos acreanos para transformar a polêmica em mais um gesto de respeito do Governo em relação à sua história

CRONOLOGIA DA AVIAÇÃO NO ACRE E AS HOMENAGENS AOS AVIADORES PIONEIROS.

01 DE MAIO DE 1935
O Interventor Federal Martiniano Prado convoca a população de Rio Branco para construir o primeiro campo de aviação da cidade em mutirão. Esta atitude repercute em vários pontos do pais.
24 DE MAIO DE 1935
Sorteio de lotes de 20 X 20 metros do campo de aviação para serviço de destocamento e terraplenagem entre a população.
09 DE JUNHO DE 1935
É inaugurada uma coluna no Jornal O ACRE que tem como titulo "O NOSSO PRIMEIRO CAMPO DE AVIAÇÃO" que divulga o andamento dos trabalhos nos lotes do campo de aviação.

05 DE JANEIRO DE 1936
Fenellon Muller anuncia o interesse da Syndicato Condor, empresa aérea de origem alemã, em mandar um hidro-avião ao Acre.
Estava ocorrendo uma disputa entre a Condor e a Panair e o Interventor aproveitou isso.
05 DE MAIO DE 1936
Chega a Rio Branco, as 13 horas, o hidro-avião Taquary, (fabricação alemã, << Junkers w  34 >>, monomotores, com a potencia de 635 H. P.) que aquatiza no estirão Bagé, pilotado por Frederico Hoepken que antes de partir ganha duas bandeiras de presente uma brasileira e uma nazista.

04 DE OUTUBRO DE 1936
Martiniano Prado manda João Donato Filho para se formar piloto no Rio de Janeiro.

15 DE DEZEMBRO DE 1936
Chega o hidro-avião Tiete, também da Sindicato Condor. Na partida o Tiete leva o Interventor Martiniano Prado.
19 DE JANEIRO DE 1937
Tiete traz Martiniano Prado (já apelidado de "O Bandeirante do Ar") que diz que o próprio Getulio Vargas prometeu vir ao Acre. O filme do pouso do Taquary é passado na praça.

10 DE MARÇO DE 1937
Chega um hidro-avião da Panair, que dessa vez pousa no estirão da cidade. Anuncia o estabelecimento de linha regular semanal Manaus / Rio Branco.
03 DE JULHO DE 1937
O Governador Epaminondas de Oliveira Martins anuncia o término do "Nosso Primeiro Campo de Aviação", com direito a banquete e orquestra.
09 DE SETEMBRO DE 1937
Inauguração do Campo Santos Dumont e pouso de aeronave da Panair.

30 DE SETEMBRO DE 1948
Término da construção da Estação de Passageiros Salgado Filho.

23 DE MARÇO DE 1950
Inaugurada Estação de Passageiros Salgado Filho. Baile oferecido à sociedade acreana pelo comando e oficialidade da Guarda Territorial e que se realizou no espaçoso hall da Estação de Passageiros

PERIÓDICO:O Acre - Orgão Official.
DATA: Anno 7 - Domingo, 21 de Abril de 1935 / N. 273.
LOCAL: Rio Branco Acre.
Pág. 1 Col. 1
O NOVO INTERVENTOR FEDERAL DO ACRE.

A Chegada de s.excia. a esta capital - Num ambiente de sincera synpathia o novo gestor dos públicos negocios acreanos assume o exercicio de suas elevadas funções - A  oração preferida por s.excia. - Referencias de um jornal carioca sobre a personalidade do novo Interventor - Os primeiros actos da nova administração.

Consoantes estava esperado chegou as manhã de 14 do corrente a esta capital, a bordo da  chata Nictheroy. o novo Interventor Federal no Território, exmo.sr.dr. Manoel Martiniano Prado, nomeado para esse importante cargo por acto de 11 de fevereiro último, do exmo.sr. Presidente da República...

...Descendente de duas das mais ilustres familias paulistas,  o sr. Manoel Martiniano é neto do illustre engenheiro dr. Newton Bennaton, um dos principaes engenheiros constructores da E.F. Central do Brasil, da antiga Minas e Rio e das minas de Ouro Preto, já falecido. Por outro lado é da estirpe gloriosa da grande familia de Esperidião Prado, no vizinho Estado Bandeirante. O sangue do mais puro patriotismo lhe corre nas veias, pois é irmão de dois heróes immortalizados na nossa história: Tenente Newton Bennaton Prado, um dos bravos dos 18 do Forte de Copacabana, em 1922, e do capitão João Batista Bennaton Prado, morto, heroicamente no Sector de Queluz, em 1932...
...O sr. Getulio Vargas não poderia ter agido com maior acerto em escolhendo para êsse alto cargo de sacrificio, abnegação e operosidade o sr. Manoel Martiniano Prado, nome de inteira confiança, que dispensa maiores elogios...

PERIÓDICO: O ACRE - Semanario Official do Governo do Territorio Federal do Acre
DATA: Anno 8º, Domingo, 10 de maio de 1936 - Nº 328
LOCAL: Rio Branco - Capital do Território
Pag. 6 e 7 - Col. 1, 2, 3, 4, e 5

É UMA PALPITANTE REALIDADE A LINHA AÉREA CORUMBÁ - ACRE
Concretiza-se um acalentado ideal acreano com a chegada do hydro-avião "Taquary", da Syndicato Condor.
NOTICIARIO COMPLETO SOBRE ESSE MEMORAVEL ACONTECIMENTO
HOMENAGEM

Até que afinal tornou-se uma explendida realidade a aspiração dos habitantes deste Territorio, que sempre ardentemente almejaram a sua ligação aérea com os grandes centros civilizados do paiz.
Após varios dias de espera, em que por successivas vezes foi transferido por motivos varios, eis em fim realizado o vôo victoroso do hidro-avião "Taquary" da Syndicato Condor, enchendo de le- gitimo enthusiasmo a população desta capital e inscrevendo na historia do Acre o nome dos seus  arrojados e competentes conductores.
Para esse estraordinario acontecimento contribuiu decisivamente a energia moça e forte do Exmo.  Sr. Dr. Manoel Martiniano Prado, preclaro Interventor Federal, que, com a sua proverbial operosidade administrativa, trabalhou intensamente junto às altas auctoridades da Republica e das companhias de navegação aèrea, para a concretização desse anceio acreano. Justo, portanto, se lhe consagre gratidão pelo grande beneficio, quiçà , um dos maiores, conquistado graças ao seu esforço, patriotismo e amor por esta terra que procura engrandecer, enveredando-a na senda larga do progresso.
Á S. Excia. o Sr. Dr. Manoel Martiniano Prado, a nossa homenagem respeitosa, e effusivas congratulações pela execução da promessa que solemnentemente assumiu perante os acreanos.

A CHEGADA
Terça-feira ultima, 5 do corrente, a população riobranquense viveu instantes de um sentimento novo, mixto de admiração e enthusiasmo, quando, cortando os ares virgens do céo acreano, evoluia sobre a cidade o hydro-avião "TAQUARY" da Syndicato Condor, que, em viagem de exploração e estudos para estabelecimento da navegação aérea neste Território, chegava a esta Capital.
Momentos antes, ás 10 e 30 minutos, hora local, a sereia da "Usina Central Electrica" e o espoucar de foguetões, annunciavam a alviçareira nova da decollagem do "TAQUARY" em Porto Velho, no visinho Estado do Amazonas, com destino ás paragens acreanas.
O movimento da cidade era indescriptivel; verdadeiro borborinho de uma multidão em azáfama, dominava o ambiente. Não exaggeremos affirmando que cerca de duas mil pessoas enchiam as ruas da nossa metropole demandando ao local escolhido para a aquatisagem do apparelho.
Ás 13 horas, mais ou menos, descortinava-se no horizonte o "TAQUARY" rumando em direcção á cidade e depois ao estirão do "Bagé", onde airosamente aquatisou e veio deslisando até o porto do Aprendizado Agricola.

O DESEMBARQUE

Após as manobras de atracação, desembarcaram da garbosa aeronave os senhores Dr. Frederico Hoepken, technico e engenheiro chefe da Companhia e da expedição, Guido Kleinat, pilto-mechanico e Durval Barros, radiotelegraphista, que foram recebidos no porto pela comissão composta dos senhores Raymundo Vieira de Sousa, director da educação e representante do sr. Interventor Federal; Virgilio Esteves de Lima, prefeito municipal, em comissão; Dr. Flávio Baptista, presidente da Ordem dos Advogados no Acre; Dr. Achylles Peret, director do Aprendizado Agricola; Felippe Meninéa Pereira, director da Impressa Official, em comissão; Nelson de Lemos Basto, agente do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Maritimos; e capitão André Anastacio de Queiróz, da Força Policial do Territorio.
Ao pisar em terra foram os bravos e destemidos aviadores delirantemente acclamados pela grande massa de povo que anciosamente os aguardava, e vivamente cumprimentados pelas auctoridades e pessôas de destaque social que se achavam presentes, tendo, por essa occasião o representante da Interventoria e o governador da cidade apresentando-lhes votos de boas vindas com a affirmação de que passavam a ser hospedes da cidade.
Em seguida transportaram-se todos ao Aprendizado Agricola onde demoraram cerca de uma hora enquanto, por gentileza do director daquelle modelar estabelecimento, lhes foi servido um ligeiro lunch.

A VIAGEM PARA A CIDADE

Acompanhados pelos membros da commissão de recepção, auctoridades e algumas pessôas gradas, os illustres viajantes tomaram a embarcação que os conduziu para a cidade. Durante o percurso vieram trocando impressões sobre a viagem, dizendo da admiração que os dominou na travessia da selva acreana quando, deixando  vale do Abunã navegaram mais de uma hora sobre um oceano verde-azulado onde apenas divisavam, perdidas na sua vastidão, pequenas clareiras e grande distancia uma das outras. Referiram-se ao facto de que, na carta geographica que possuiam, acha-se assignalada uma serra no Estado de Matto grosso, denominada Aguapehy com a altitude maxima de 800 a 900 metros, quando na realidade constataram-se elevar-se a mais de 1.700 metros! Que durante toda a viagem apenas avistaram uma única féra, uma onça nos campos, em Matto grosso, fugindo amedrontada pelo ronco do apparelho em direcção a floresta densa. Demonstraram tambem a satisfação que sentiam e de que se confessavam penhorados, pela carinhosa acolhida e hospitalidade recebida em todos os pontos em que escalaram. E nessa agradavel conversação chegaram ao ponto da cidade.
Desembarcados, dirigiram-se todos ao "Palacio Rio Branco" onde os aguardava o Exmo. Sr. Tenente Coronel Manoel Fontenelle de Castro, que responde pelo expediente da Interventoria Federal.

NO PALACIO RIO BRANCO

Acha-se S. Excia. o Sr. Tenente Coronel Manoel Fontenelle de Castro, no salão de honra do "Palacio Rio Branco", acompanhado dos senhores Desembarcador Limirio Celso, presidente da Côrte de Apellação; Dr. Nembri de Britto, Juiz de Direito; Dr. Mario de Oliveira, Procurador seccional da Republica; Dr. Uriel Salles de Araujo, secretario da Côrte de Apellação; Manoel Quintino Bezerra de Araujo, secretario geral do Governo, em comissão; Major Pedro de Vasconcellos Filho, sub-commandante da F.P.T.A.; Alexandre dos Santos Leitão, chefe de policia, em comissão; e muitas outras auctoridades que não nos foi possivel annotar, além de grande número de senhoras e senhrinhas da nossa alta sociedade.
- Grande multidão acompanhava os destemidos "azes" ao penetrarem no "Palacio Rio Branco" onde foram recebidos pelo Exmo. Sr. Tenente-Coronel Manoel Fontenelle de Castro que, sob calorosa salva de palmas, os saudou em nome do Exmo. Sr. Dr. Manoel Martiniano Prado, conspicuo Interventor Federal, que se encontra em viagem para esta capital, afim de reassumir as suas altas funcções.
Em seguida ás apresentações e cumprimentos do estilo, usou da palavra, o sr. desembarcador Limirio Celso, que em feliz improviso, saudou s illustres visitantes, dizendo ser a sua oração uma saudação e um agradecimento. Saudação dirigida em nome do Governo do Acre aos arrojados descobridores do caminho aéreo que traria ao Acre a força do progresso e do engrandecimento; saudação pelo brilhante feito que acabavam de realizar, aportando a este recanto longiquo da grande patria brasileira, conquistado com o sangue do nordestino audaz, cuja enfibratura rija e aventureira era irmã da coragem intrepida que demonstravam ao mundo civilizado traçando, victoriosamente, por parabens desconhecidas uma nova róta; e agradecimento, pelo beneficio que prestavam ao povo acreano tirando-o do isolamento em que vive; agradecimento tão sincero e profundo, quanto a grandeza do beneficio recebido. Finalisando, o eminente orador procurou traduzir o sentimento d povo acreano dizendo que certa vez, em uma solemnidade, quando o orador terminára seu brilhante discurso approximou-se um seringueiro e disse-lhe: "doutor, as palavras que o senhor fallou eu sei todinhas, o que não sei é juntar", assim elle, parodiando aquelle rustico sentimentalista, sabia da emoção e do enthusiasmo que dominava o coração dos acreanos, que eram os mesmos que elle sentia, porém, o que elle não sabia, não podia, era traduzir a grandeza desse sentimento.
Estrondosa salva de palmas cobriu as ultimas palavras do orador.
O Dr. Frederico Hoepken, agradecendo, desculpou-se por não responder a bella oração pois encontrava difficuldade de manejar o vernaculo, mas, no seu aperto de mão ia toda a eloquencia do agradecimento.
Do "Palacio Rio Branco" seguiram os hospedes da cidade para o Quartel da Força Policial do Territorio onde ficaram alojados.

NO QUARTEL DA F.P.T.A.

Realizou-se ás 19 horas do dia 5, um lauto jantar offerecido pela Força Policial, no qual, além dos homenageados, tomaram logar o Exmo. Sr. Tenente-Coronel Manoel Fontenelle de Castro, respondendo pelo expediente da Interventoria Federal, o Dr. Antonio Nembri de Brito, Juiz de Direito da Comarca da Capital; os membros da commissão de recepção e officialidade da F.P.T.A., decorrendo o repasto num ambiente animado pela palestra alegre e intimidade de que se cercaram os comensaes.

O ALMOÇO OFFERECIDO PELA IMPRENSA

No dia seguinte, 6, em nome da imprensa, representada pelo Dr. Achylles Peret, correspondente d' "A Noite", Nelson de Lemos Basto, correspondente d' "O Globo" e o nosso director, foi offerecido no "Restaurant Syrio" um almoço intimo aos intrepidos argonautos do azul. Dessa manifestação participaram, além dos homenageados, os srs. Tenente-Coronel Manoel Fontenelle de Castro, Dr. Mario de Oliveira, Major Pedro de Vasconcellos Filho, Capitão André Anastacio de Queiroz, Alexandre dos Santos Leitão, Raymundo Vieira de Sousa e os offertantes da manifestação, que decorreu revestida da mais ampla cordialidade, sem a minima parcella de etiqueta, que foi completamente banida, tornando a reunião agradavel pela sua simplicidade.
Todos sahiram bem impressionados, deixando transparecer a sua satisfação.

O BAILE OFFERECIDO PELA MUNICIPALIDADE

A Prefeitura Municipal de Rio Branco, desejando significar o vivo enthusiasmo e a profunda sympathia do povo acreano em geral e dos municipes riobranquenses em particular, offereceu aos destemidos pilotos do espaço, um primoroso baile nos elegantes salões da "Sociedade Recreativa Tentamen", em a noite de 6 do corrente.
Ás 21 horas mais ou menos, davam entrada na "Tentamen", os illustres hospedes da cidade, na companhia do Exmo. Sr. Ten. Cel. Interventor Federal e membros da commissão de recepção, recebidos sob calorosas salvas de palmas e entre alas de senhoritas que lhes cobriram com uma chuva de flores.
Antes de iniciarem-se as dansas foi feito o offerecimento do baile, pelo Dr. Mario de Oliveira que, em bello improviso, disse fallar, naquelle momento, em nome do sr. Prefeito da capital, e, pois, em nome dos municipes riobranquenses; fazia-o, do mesmo passo, em nome do povo acreano, que nestes dias de intenso regosijo por que está passando, pelo memoravel feito aviatorio dos illustres pilotos, talvez considerado simples por elles mesmos, porém de extraordinaria significação para o Territorio, via com outros olhos a alta significação do commettimento dos entrepidos "azes".
- E por certo não era tão somente o povo acreano, mas a propria alma nacional, que acompanhara a viagem aérea do "Taquary", a perlustrar céos jamais violados, que vibrava tambem de enthusiasmo, sentindo que mais se fraternizava com s seus irmãos deste extremo rincão do noroeste brasileiro, agora mais approximado do sul e assim mais sujeito aos influxos da civilização da metropole.
- Para a alma acreana, entretanto, subia de vulto o acontecimento, de vez que elle significava o inicio de uma nova era, a madrugada de novas esperanças, o dealbar de novos horizontes que se lhe abriam, rumo do destino, que de ha tanto tempo sonha.
- Ha tres quarteis de seculo eram penetrados pela primeira vez os cursos d'agua da região acreana pela audacia do bandeirante nordestino, plantador de povoados, semeador da civilisação, em plena brenha florestal; já agora era a aza veloz do avião, num rithmo accelerado de evolução, que desbravava os céos acreanos.
- Finalizando, disse o orador, que por isso mesmo a capital acreana, representada por suas auctoridades e pelo escol social riobranquense, mais que homenagear os illustres hospedes da cidade, rendia-lhes, antes o testemunho de sua admiração e do seu reconhecimento, formulando-lhes, por igual, a renovação dos seus melhores votos de bôas vindas e de proveitosa e grata convivencia entre seus habitantes.
- Ao Dr. frederico Hoepken, foi offertado lindo bouquet de flores naturaes, em nome do Municipio, pela senhorinha Minervina Alves de Lima, funccionaria municipal.
As dansas prolongaram-se sempre animadas até altas horas da madrugada deixando a todos agradavel impressão.

A FESTA DO COMMERCIO

- Foi, deverás, encantadora a festa que o commercio desta capital levou a effeito quinta-feira ultima, 7 do corrente, nos salões da "Sociedade Recreativa Tentamen", prestando homenagem bem significativa e sincera aos nossos bemvindos hospedes Dr. Frederico Hoepken, Guido Kleinat e Durval Barros.
Os lindos salões da "Tentamen" regorgitavam de cnvidados, sobresahindo a graça donairosa do elemento feminino que deu grande explendor a alegria das dansas, que se prolongaram por muitas horas.
Cerca das 23 horas, foi dada a palavra ao Dr. Amanajós Araujo que, em brilhante improviso, saudou os arrojados aviadores assignalando que foram elles os primeiros aeronautas que, afrontando as surprezas da Natureza, - traidora não raras vezes, escalaram, riscando  espaço azul, pela cabeça das mattas verdes, realizando notavel raid de exploração, como se fossem novos Cabraes a descobrirem uma terra virgem e quasi desconhecida, até então, "largada de Deus e dos homens" na phrase classica de Vieira.
- Fez em seguida considerações sobre as vantagens que auferirá o commercio com a ligação rápida do Território aos adiantados centros commerciaes, industriaes e intellectuaes do Paiz, - onde os acreanos vão se surtir para satisfazerem as necessidades do corpo e da intelligencia; demonstrou que a circulação dos produtos constitue a riqueza e a vida das nações; enaltece a maravilhosa descoberta de Santos Dumont que morreu amargurado por ter o seu invento servido para destruição e massacre dos povos;  terminou dizendo que em nome do commercio, a grande força propulsora do progresso, offerecia aos ousados "azes" da Syndicato Condor, aquella festa que era um agradecimento e uma exaltação pelo notavel commenttimento que acabavam de realizar.
Estrondosos applausos cobriram as ultimas palavras do orador.
Em seguida o poéta Juvenal Antunes, recitou o seu sôneto "O TAQUARY", que reproduzimos nesta edição, sendo muito applaudido e felicitado pela originalidade da sua ideia.
E assim, num ambiente expansivo e alegre decorreram as dansas até avançadas horas da madrugada, quando terminaram.

A VIAGEM DO "TAQUARY"

Durante a visita com que nos distinguiram o Dr. Frederico Hoepken e seus denodados companheiros piloto Guido Kleinat e radiotelegraphista Durval Barros, tivemos opprtunidade de pedir informações do "Taquary", para satisfazer a curiosidade dos nossos leitores, no que fomos gentilmente attendidos pelo chefe da expedição.
Disse-nos o Dr. Frederico Hoepken:
- Partimos a 22 de abril ultimo, de Corumbá, com destino a S. Luiz dos Carceres onde aquatisamos, depois de duas horas de vôo, no estirão abaixo da cidade. Demoramos em Carceres um dia colhendo informações sobre a zona entre esta e a cidade de Matto Grosso, em que a Companhia pretende, por motivos de segurança de vôos e dados meteorologicos, installar uma estação de radio, provavelmente em Porto Esperidião.
- A 24 de abril sahimos de S. Luiz dos Carceres em vôo até a cidade de Matto Grosso, ajudados efficientemente pelo Telegrapho Nacional, que tem uma linha de telegrapho e telephone entre as duas cidades. Seguimos o rio Jahurú, encontrando, a esquerda do rumo, a serra de Aguapehy de cerca de 1.700 metros de altitude; optimo ponto de referencia para esse trajecto, que demorou uma hora e vinte minutos.
- Passamos o dia 24 na lancha da Empreza de Navegação, hospedes do amavel Cel. Paulo Saldanha, que nos informou em palestra, sobre os pontos de importancia nos rios Guaporé e Mamoré.
- No dia 25, seguimos para o Forte Principe da Beira, fazendo uma affluviagem intermediaria em Rolim de Moura, onde o Governo do Estado de Matto Grosso, mantem um posto fiscal sob os cuidados do destacamento do Forte Principe da Beira, nosso ponto de pernoite e onde admiramos a famosa obra daquella antiga e historica fortificação.
- Não podemos esquecer a compaixão que nos dominou, pelo isolamento em que vive aquelle punhado heroico de bravos soldados, castigados pela insalubridade da região.
- Na manhã seguinte, 26, partimos para Guajara-Mirim, sendo acolhidos pela Empreza de Navegação, permanecendo alli pelo espaço de oito dias colligindo informes sobre as relações desta zona com a percorrida, com o Estado do Amazonas e com a da Republica da Bolivia.
- A 3 de maio, levantamos vôo com destino á Porto Velho, fazendo uma affluviagem intermediaria em Presidente Marques. Pernoitamos naquella cidade e no dia immediato trocamos  ideias sobre a linha projectada, com o Prefeito Municipal e Directores da Madeira Mamoré.
- Desde a sahida de Guajara-Mirim trafegamos pelo radio com as estações do Telegrapho Nacional em Porto Velho e Rio Branco. Tenho a agradecer a efficiente ajuda do Director Regional, Dr. Sebastião Barros, em Manáos e do Inspector Moacyr Miranda.
- No dia 5, apezar de noticias de tempo mau no começo do dia, decollamos mais ou menos ás 11 horas com destino a esta capital onde chegamos após um vôo de duas horas e meia, em parte sobre a floresta infinita desta zona.
Perguntando qual a impressão que levava da visita que fez a nossa capital, respondeu:
- Magnifica. Vamos verdadeiramente captivos das gentilezas que estamos sendo cumulados. O povo acreano sabe ser hospitaleiro, quer no seu meio mais representativo, quer no seu elemento rustico. Ainda hoje recebi agradavel convite para um almoço que nos offereciam os colonistas, convite que me vi constrangido a não acceitar por motivo da minha partida.
- Levamos da sociedade riobranquense a mais viva impressão pelo modo carinhoso com que nos tratou. Quero destacar a cordial camaradagem que nos dispensaram os Officiaes da Força Policial e seu digno Commandante, que nos deu optima hspedagem da qual guardamos grata saudade.
- Não posso deixar de esclarecer que a nossa vinda a este Territorio foi impulsionada pelo Exmo. Sr. Dr. Vicente Ráo, Ministro da Justiça, dada a efficaz interferencia do Dr. Manoel Martiniano Prado, ajudado pela bôa vontade do Capitão Felinto Muller, que, em acção conjugada, incitaram a Syndicato Condor a mandar effectuar o vôo.
- O nosso regresso será feito pelo mesmo caminho, com apenas a differença da linha Rio Branco-Porto Velho, ser feita via Labrea, onde provavelmente o avião se encontrará com o Interventor Dr. Martiniano Prado, que vem de viagem para aqui.
- Posso affirmar que technicamente a linha não apresenta difficuldades, dependendo a sua execução apenas, segundo julgo, do contracto que o governo firme com a Companhia.
- Terminando pediu-nos  o Dr. Frederico Hoepken que, em seu nome e no dos seus companheiros de expedição, transmittissemos seus agradecimentos ás auctoridades, ao commercio e ao povo em geral, e que esperam retribuir as gentilezas recebidas empenhando esforços na regularização da linha dentro do menor tempo, para o que necessitam transportar-se o mais breve possivel á Capital da Republica, muito embora os seus desejos sejam de permanecer em nosso meio.

O "TAQUARY"

O "TAQUARY" é um belo hydro-avião typo Junkrs W. 34, de um motor de 600 H.P., deslocando uma velocidade média de 190 kilometros por hora, com capacidade para dois tripulantes, seis passageiros e 500 kilos de carga.

MENSAGEM DO PREFEITO DE PORTO VELHO

Pelo "Taquary", o Prefeito do municipio de Porto Velho, no visinho Estado do Amazonas, enviou a seguinte mensagem:
Porto Velho, 4 de maio de 1936.
Exmo. Sr. Dr. Manoel Martiniano Prado.
M.D. Interventor do Territorio do Acre.
Neste documento lhe ficam consignados os mais sinceros parabens e um abraço de sertanejo  cearense e acreano da "Velha Guarda", que fui, pelo exito que teve V. Excia., em conseguindo do Governo da Republica, se fizessem, agora, os primeiros estudos, pelo avião "Taquary", da futura e proxima installação da linha aérea Cuyabá-Acre.
O povo acreano, cujo coração justo, grande e generoso V. Excia. de perto conhece, lhe saberá agradecer, para sempre, esse inolvidavel serviço, esse alto gesto de civismo administrativo, em pról dessa região, sei.
Com as minhas cordiaes e respeitosas saudações.
(a) José Ferreira Sobrinho
     Prefeito Municipal

TARDE ESPORTIVA

Entre as manifestações prestadas aos expedicionarios da Syndicato Condor, registamos a que foi levava a effeito, na tarde de sexta-feira ultima, 8 do corrente, pelos alumnos do Aprendizado Agricola, com o comparecimento do Exmo. Sr. Interventor Federal, altas auctoridades e grande numero de convidados.
O programa constou de innumeras provas esportivas galhardamente realizadas pelos jovens athletas daquelle modelar estabelecimento de ensino. Encerrando a tarde, os jovens concurrentes formaram uma pyramide humana em cujo ápice foram desfraldadas duas bandeiras, uma brasileira e outra contendo o emblema Nazista.
O Dr. Archylles Peret, director do estabelecimento, encerrando  o programma das festas, offereceu, então, ao Dr. Frederico Hoepken o estandarte allemão, o que o homenageado agradeceu dizendo só acceitar se fosse acompanhado do pavilhão brasileiro, no que foi attendido.

A PARTIDA

Ás primeiras horas da manhã de hontem a cidade movimentava-se, sendo grande a animação do povo que em romaria procurava chegar ao Aprendizado Agricola para assistir a decollagem do "TAQUARY", marcada para as 7,30 da manhã, segundo o convite feito pela Interventoria Federal em boletim que foi distribuido na vespera, dia 8 do corrente.
Ás 7 horas os nossos distinctos hospedes, acompanhados do Exmo. Sr. Tenente-Coronel Manoel Fntenelle de Castro, do sr. Secretario Geral do Governo, do sr. Major Sub-Commandante da F.P.T.A., do nosso director e officiaes da Força Policial, dirigiram-se de automovel para o local onde se achava aquatisado o "TAQUARY", e onde se encontravam já auctoridades e grande multidão.
Após as despedidas em que renovaram, mais uma vez, os seus protestos de reconhecimento e admiração pelo povo acreano, embarcaram s illustres viajantes e momentos depois levantava vôo o "TAQUARY" entre delirantes acclamações dos que ficavam.
Tendo decollado ás 8,20 e após fazer diversas evoluções sobre a cidade o lindo passaro metalico rumou com destino á Labrea onde chegou, segundo communicação telegraphica, ás 9,50 do mesmo dia.
"O ACRE" deseja aos denodados aviadores uma feliz viagem de regresso, pois na felicidade do seu vôo firma-se a esperança do povo Acreano.

OUTRAS NOTAS

Muito concorreu para o brilho de todas as homenagens e manifestações prestadas aos nossos distinctos hospedes, a disciplinada banda de musica da Força Policial do Territorio, que esteve presente a todas essas manifestações executando peças do seu variado repertorio.

Durante o dia 8, o sr. Dr. Frederico Hoepken, acompanhado dos seus companheiros de jornada, percorreu, honrado pela companhia do Exmo. sr. Tenente-Coronel Manoel Fontenelle de Castro e Majr Pedro Vasconcellos Filho, todas as repartições publicas do Territorio, e retribuiu as visitas que recebeu das diversas auctoridades.

O Municipio do Purús fez-se representar em as homenagens prestadas aos bravos aviadores, para o que nomeou uma delegação composta dos doutores Amaro Damasceno Junior, José Lopes de Aguiar e Nilo Bezerra, segundo telegramma que adiante publicamos.

O sr. Major Guilhermino Bastos pediu-nos que transmitissemos ao commercio, o que fazemos aqui, os agradecimentos e despedidas do Dr. Frederico Hepken e dos seus companheiros de jornada, feitos por seu intermedio, no momento da partida, visto não lhes ser possivel, segundo affirmaram, cumprir pessoalmente esse dever.

Os munícipes juruaenses, por intermedio do sr. Cel. Mancio Lima, delegaram poderes ao sr. Dr. Flavio Baptista, para represental-os na recepção dos bravos aviadores bem como nas hmenagens que lhe fossem prestadas, as quaes se associavam de coração.

TELEGRAMMAS EXPEDIDOS

O Exmo. sr. Tenente-Coronel Manoel Fontenelle de Castro, respondendo pelo expidiente da Interventoria Federal, expeediu os seguintes telegramma:

Dia 5 - Exmo. sr. Dr. Vicente Ráo, D. Ministro Justiça e Negocios Interiores, Rio - Tenho satisfação communicar vossencia que hoje ás 13 horas aquatisou em águas do rio Acre, em frente Aprendizado Agricola desta capital, avião "TAQUARY" da Syndicato Condor, tripulado pelo engenheiro Chefe dessa Companhia Dr. Frederico Hoepken; piloto mechanico Guido Kleinat e radiotelegraphista Durval Barros. População acclamou-os delirantemente pelo victorioso raid inicial a esta região. Após lunch no Aprendizado Agricola, os aviadores acompanhados grande massa popular, se dirigiram ao Palacio do Governo, onde foram recebidos por altas auctridades administrativas e judiciarias, discursando em saudação aos mesmos o Desembargador Limirio Celso, Presidente da Côrte Appellação. Em seguida foram os bravos aeronautas hospedados no Quartel Força Policial, onde lhes será offerecido um jantar. Amanhã continuarão festejos devendo realizar-se á noite baile salões "Sociedade Tentamen". Acre agradece o auxilio prestado por vossencia ao Exmo. sr. Dr. Manoel Martiniano Prado, D. Interventor effectivo nesse Territorio, que após formidaveis esforços tem a gloria de ver concretizado em facto esse acalentado ideal da sua operosa administração, que vem de rasgar novos horizontes para o progresso deste Territorio.

Dia 5 - Exmo. sr. Dr. Ruy Bennaton Prado, D. Secretario Ministro Justiça, Rio - Communico vossencia que aquatisou hoje ás 13 horas em águas rio Acre, em frente Aprendizado Agricola desta capital, avião "TAQUARY" da Syndicato Condor, tripulado pelo engenheiro chefe dessa Companhia Dr. Frederico Hoepken, pilto-mechanico Guido Kleinat e radiotelegraphista Durval de Barros. Ppulação acclamou-os delirantemente pelo victorioso raid inicial a esta região. Após lunch no Aprendizado Agricola, os aviadores acompanhados grande massa popular, se dirigiram ao Palacio Governo, onde foram recebidos altas auctoridades administrativas e judiciarias, discursando em saudação aos mesmos o Desembargador Limirio Celso, Presidente Côrte de Appellação. Em seguida foram os bravos e illustres aeronautas hospedados Quartel Força Policial, onde lhes será offerecido um jantar. Amanhã continuarão festejos devendo realizar-se á noite sumptuoso baile nos salões "Sociedade Tentamen". Congratulo-me vossencia auspicioso acontecimento que enche de gloria adminstração Exmo. sr. Dr. Manoel Martiniano Prado, D. Interventor Federal, por ver concretizado em facto realizado seu grande desejo acaba ser iniciado.

Dia 5 - Exmo. sr. Dr. Manoel Martiniano Prado, D. Interventor Federal Acre. Bordo vapor "Republicano", Labrea - Tenho prazer communicar vossencia, hoje ás 13 horas aquatisou rio Acre, em frente Aprendizado Agricola desta cidade, avião "TAQUARY", da Syndicato Condor, tripulado pelo Engenheiro Chefe dessa companhia Dr. Frederico Hoepken; piloto-mechanico, Guido Kleinat e radiotelegraphista Durval Barros. População acclamou-os delirantemente pelo victorioso raid inicial a esta região. Após lunch no Aprendizado Agricola, os aviadores, acompanhados grande massa popular, se dirigiram ao Palacio deste Governo, onde foram recebidos por altas auctoridades administrativas e judiciarias, discursando em saudação aos mesmos o Desembargador Limirio Celso, Presidente Côrte Appellação. Em seguida foram os bravos e illustres aeronautas, hospedados Quartel Força Policial, onde lhes será offerecido um jantar. Amanhã continuarão os festejos devendo realizar-se á noite, sumptuoso baile salões "Sociedade Tentamen". Agora que, após um anno inicio construcção Campo de Aviação, Territorio vê concretizado em facto esse grande e acalentado ideal sua brilhante operosa administração, nome este Governo, povo acreano e no meu proprio, envio a vossencia enthusiasticas e effesivas congratulações. Bravos!

Dia 6 - Syncondor, Rio - Communico a esse Syndicato que hontem ás 13 horas aquatizou rio Acre, em frente Aprendizado Agricola, desta capital, avião "TAQUARY", dessa companhia, tripulado pelo Engenheiro Chefe Dr. Frederico Hoepken, piloto-mechanico Guido Kleinat e radiotelegraphista Durval Barros. População acclamou-os delirantemente pelo victorioso raid inicial esta região. Após lunch no Aprendizado Agricola, os aviadores acompanhados grande massa popular, se dirigiram ao Palacio deste Governo, onde foram recebidos por altas auctoridades administrativas e judiciarias, discursando em saudação aos mesmos o Desembargador Limirio Celso, Presidente Côrte Appellação. Em seguida foram os bravos aeronautas, hospedados no Quartel Força Policial, onde lhes foi offerecido um jantar. Hoje continuam festejos. Congratulo-me com esse Syndicato por este notavel acontecimento que demonstra o esforçado empenho com que essa Companhia afincadamente trabalha na obra do engrandecimento e da civilização do Brasil. Acabo communicar todas auctoridades esse memoravel feito, solicitando tenham na devida conta, a bôa vontade manifestada por esse Syndicato, merecedor do amparo official.

Dia 6 - Exmo. sr. Dr. Getulio Dornelles Vargas, D. Presidente Republica, Rio - Tenho honra communicar vossencia que hontem ás 13 horas, aquatizou em aguas rio Acre, em frente Aprendizado Agricola desta capital, avião "TAQUARY" da Syndicato Condor, tripulado pelo Engenheiro Chefe dessa Companhia Dr. Frederico Hoepken, piloto mechanico Guido Kleinat e radiotelegraphista Durval Barros. População acclamo-os delirantemente pelo victorioso raid inicial a esta região. Após lunch no Aprendizado Agricola, os aviadores acompanhados grande massa popular se dirigiram ao Palacio deste Governo, onde foram recebidos por altas auctoridades administrativas e judiciarias, discursando em saudação aos mesmos a Desembargador Limirio Celso, Presidente da Côrte Appellação. Em seguida foram os bravos aeronautas hospedados no Quartel Força Policial, onde lhes foi offerecido um jantar. Hoje continuarão festejos devendo realizar-se á noite baile salões "Sociedade Tentamen". Congratulo-me vossencia por esse auspicioso acontecimento que veio possibilitar ao Acre sua rapida communicação com os centros civilizados do Paiz e para o qual tão efficazmente contribuiu o desvelado e operoso Governo vossencia.

TELEGRAMMAS RECEBIDOS

O Exmo. sr. Tenente-Coronel Manoel Fontenelle de Castro, respondendo pelo expidiente da Interventoria Federal, recebeu os seguintes telegrammas:

Senna Madureira, 1º - Prazer accusar recebido telegramma circular vossencia de 29 abril findo no qual se dignou retransmitir despachos referentes regresso Exmo. Interventor Dr. Prado assim detalhes proxima chegada avião ahi. Nome Municipio Purús e meu proprio honra felicitar povo acreano intermedio vossencia feliz evento. Respeitosas saudações - Braulio Rocha, Prefeito.

Senna Madureira, 1º - Honra communicar vossencia designei commissão representar Purús chegada  primeiro avião essa capital, composta Drs. Lopes Aguiar, Damasceno Junior e Nilo Bezerra. Respeitosas saudações - Braulio Rocha, Prefeito.

Xapury, 1º - Tenho honra accusar recebimento circular n. 1, retransmittindo-me alviçareiras novas, da chegada Dr. Interventor Manoel Martiniano Prado em Manáos no dia 26 rumo ao Acre; e da primeira viagem avião "TAQUARY", ligando pelo espaço este rincão aos centros mais civilizados nossa Patria. Saudações - Oliveira Bastos, Prefeito.

Cruzeiro do Sul, 2 - Accusando recebida hontem circular n. 1 da qual dei immediata publicidade, tenho satisfação congratular-me vossencia povo acreano chegada hoje essa capital primeiro avião. Importante acontecimento marcará nova phase progresso Territorio apprximando-o Capital Republica num estreitamento indispensavel nossa desejada evolução. Saudações - Raymundo Augusto Araujo, Prefeito, commissão.

Manáos, 2 - Apresento cumprimentos vossencia, como tambem povo acreano, pela inauguração serviços aéreos que tantos beneficios prestarão ao proprio Amazonas. Saudações attenciosas - Alvaro Maia, Governador.

Tarauacá, 2 - Accuso recebimento hoje circular n. 1 trazendo alviçareiras noticias regresso honrado Interventor Dr. Martiniano Prado e grandioso surto progresso chegada avião essa capital. Congratulo-me vossencia e municipes pelo arrojado feito navegação aérea Territorio, congratulações extensivas intrepidos aviadores concretizando esforço bravo heroico povo acreano alliado inexcedivel vontade Dr. Martiniano Prado. Dei ampla divulgação publico todo conteúdo citado radio. Cordiaes saudações - Marcolino Duarte Oliveira, Prefeito, interino.

Porto Velho, 3 - Trajecto daqui ou Guajara-Mirim a essa capital necessita estudo minucioso por carecer ao meu ver possibilidade aquatisagem forçada por máo tempo, resultando vôo fins estudos somente em tempo bom. Sinto este motivo não poder dizer certeza dia hora sahida. Vossencia immediatamente será communicado após decollagem. Respeitosas saudações - Frederico Hoepken.

Tarauacá, 7 - Meu nome munícipes felicito vossencia chegada primeira navegação aérea symbolo progresso plagas acreana. Saudações - Marcolino Duarte, Prefeito, interino.

Xapury, 7 - Desvanecido accuso recepção annuncio chegada essa capital avião "TAQUARY". Acceite vossencia effusivas congratulações - Oliveira Bastos, Prefeito. (Acervo da Fundação Elias Mansour)

 


 

 


Era o dia 5 de maio de 1936 quando eu, nos meus 8 anos e 7 meses, gritou olhando para o horizonte: “Lá vem ele” e o hidroavião Junker-W-34, monomotor, apelidado de Taquary, amerissou “com dois botes de alumínio pendentes de seu delgado corpo e com asas largas e compridas no Estirão de Bagé” relata o Alma Acreana. Seu prefixo era PP-CAP. Larguei a mão de meu irmão Hechem e fui pulando até a beira do rio Acre e, moleque danado – que surripiava (para mim era pedir emprestada para aprender a remar) canoas dos seringueiros que vinham entregar borracha para seu pai - pulou em cima do bote, antes mesmo de um soldado amarrar o avião num toco de madeira afundado à margem. A impressão com a qual fiquei e guardo sempre, além obviamente do avião, é como era gigante o piloto alemão Frederico Hoepken e como minúsculo era eu com meus poucos palmos de estatura; comparo-me hoje ao Petit Nicolas de frente para os adultos que fizeram parte de sua vida em casa, na rua e na escola. A aventura aeronáutica acreana não ficou por aí e, junto com Otávio Bonfim de Oliveira, exemplo de garoto bem comportado, construímos um avião com duas caixas, nas quais eram importadas do outro Brasil para o Acre as cervejas produzidas em Belém, e duas folhas de zinco formando as asas. Otávio arrumou um quepe e se tornou o comandante. O avião decolava voava, voltava amerissava ou pousava, para nós, enquanto não saia do chão, nos baixos da residência de Dr. Mário de Oliveira.

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Era o dia 5 de maio de 1936 quando eu, nos meus 8 anos e 7 meses, gritou olhando para o horizonte: “Lá vem ele” e o hidroavião Junker-W-34, monomotor, apelidado de Taquary, amerissou “com dois botes de alumínio pendentes de seu delgado corpo e com asas largas e compridas no Estirão de Bagé” relata o Alma Acreana. Seu prefixo era PP-CAP. Larguei a mão de meu irmão Hechem e fui pulando até a beira do rio Acre e, moleque danado – que surripiava (para mim era pedir emprestada para aprender a remar) canoas dos seringueiros que vinham entregar borracha para seu pai - pulou em cima do bote, antes mesmo de um soldado amarrar o avião num toco de madeira afundado à margem. A impressão com a qual fiquei e guardo sempre, além obviamente do avião, é como era gigante o piloto alemão Frederico Hoepken e como minúsculo era eu com meus poucos palmos de estatura; comparo-me hoje ao Petit Nicolas de frente para os adultos que fizeram parte de sua vida em casa, na rua e na escola. A aventura aeronáutica acreana não ficou por aí e, junto com Otávio Bonfim de Oliveira, exemplo de garoto bem comportado, construímos um avião com duas caixas, nas quais eram importadas do outro Brasil para o Acre as cervejas produzidas em Belém, e duas folhas de zinco formando as asas. Otávio arrumou um quepe e se tornou o comandante. O avião decolava voava, voltava amerissava ou pousava, para nós, enquanto não saia do chão, nos baixos da residência de Dr. Mário de Oliveira.

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