PÁSCOA E VIOLÃO
Por: Marcos Inácio Fernandes*
“Sem paixão você não chupa
nem um picolé” – Nelson Rodrigues (1912 – 1980)
Permitam-me que eu me apresente
no grupo “MUSICALIDADE 50 +”. Sou Marcos (Marcão para os colegas e Marquito
para os familiares e amigos mais chegados). Tenho uns 25 anos, ainda de vida,
presumo e pretendo. Já tive 75 anos, completados em março do corrente ano, e
foram bons! Digo isso porque, apesar de
preto e de família humilde, nunca passei fome, me formei, estudando sempre em
escolas públicas, (sou sociólogo, com Mestrado em Ciência Política); e nunca tive doenças e acidentes mais graves.
Apenas quebrei o braço esquerdo jogando um “baba” em Salvador no último dia do
ano de 1989, e, nessa pandemia, contraí a Covid 19 por 2 vezes, mas superei sem
ter precisado me hospitalizar.
Sou “papa jerimum”, natural de
Natal-RN, mas cresci em Parnamirim e resido em Rio Branco no Acre, desde 1978.
Comecei a trabalhar quando ainda
estudava e depois que me formei nunca fiquei desempregado. Trabalhei na EMATER,
desde que vim pro Acre em 1978, e depois ingressei na UFAC, por concurso
público, instituição pela qual me aposentei em 2010.
Sou casado há 48 anos com Eró,
com quem tive 2 filhos (Ana e Abelardo), e cada um já nos presenteou com dois
netos (Arthur – 11 anos e Guilherme - 6 meses). A descendência está bem
encaminhada, portanto.
Sou apaixonado por música,
especialmente, a MÚSICA POPULAR BRASILEIRA. Cresci ouvindo as nossas músicas pelo rádio. Na minha casa
sempre teve um bom rádio de válvulas e memorizei, desde essa época, muitas
letras do nosso cancioneiro popular. Na adolescência e já adulto tive o
privilégio de assistir shows com o Trio Irakitan ( na sua formação original),
Ângela Maria, Cauby Peixoto, Luiz Gonzaga, Sylvio Caldas, Elis Regina, Nara
Leão, João do Vale, João Nogueira, Leila Pinheiro, Zizi Possi, MPB-4, Luiz
Melodia, Emílio Santiago, Baden Powell, Sebastião Tapajós e ainda cheguei a ver
Canhoto da Paraíba (o violão tocado pelo avesso) e muitos outros valores
consagrados da nossa música.
Sem falsa modéstia, conheço um
pouco da MPB. Tenho um acervo de LPs e CDs, que totalizam algumas centenas de
exemplares. Na Rádio Difusora de Rio Branco faço um programa de MPB, há 24
anos, nos sábados intitulado “É CANTANDO QUE A GENTE SE ENTENDE” (Música de
Sérgio Souto e Paulo César Pinheiro), vai ao ar de 11 ao meio dia (horário do
Acre) e de 13 as 14 hs. (horário de Brasília). Pode ser acessado no site: www.difusora.ac.gov.br
Também já criei uma rádio Web - “RÁDIO PINDORAMA” -
(Amplificando o som dos nossos tantans), que atualmente está desativada, mas
pretendo coloca-la no ar dentro em breve.
Nessa Semana Santa de 2023, tomei
conhecimento pelo Face, do curso e do método do Gustavo Ramos Ferraz para
ensinar a tocar, solar, e cantar no violão. Eu pensei comigo: “vou desmoralizar
esse curso. Pois tocar e solar alguma coisa simples no violão, pode até ser.
Mas cantar...? O meu irmão que toca sax e estudou um pouquinho de música diz
que eu sou desafinado até prá dá bom dia!”. Sou mesmo. Porém o que quero mesmo
é pelo menos solfejar e acompanhar no violão alguns dos nossos hinos nacionais.
Elenco 10 hinos:
1 - CARINHOSO (Pixinguinha & João de
Barro);
2 – SAUDOSA MALOCA (Adoniran
Barbosa)
3 – AQUARELA DO BRASIL (Ary
Barroso);
4 – ASA BRANCA (Liz Gonzaga &
Humberto Teixeira);
5 - A VOLTA DO BOÊMIO (Adelino
Moreira);
6 – ÚLTIMO DESEJO (Noel Rosa);
7 – TRAVESSIA (Milton Nascimento
& Fernando Brant);
8 – AS ROSAS NÃO FALAM (Cartola);
9 – EU SEI QUE VOU TE AMAR ( Tom
& Vinicius);
10 – EMOÇÕES (Roberto Carlos
& Erasmo Carlos)
Além desses hinos, que o povo
realmente canta, também tenho as minhas trilhas sonoras que embevecem o meu
coração. São músicas que me remetem a momentos felizes que passei. Depois
compartilho.
Agora na Semana Santa, na 4ª
feira de trevas, comecei a destravar os dedos. Desembaihei o meu violão Di
Giorgio, que havia comprado no início dos anos 80 e comecei a praticar. Já saí
do ZERO. Memorizei as notas das cordas do violão coma s respectivas letras e
estou trinando os primeiros acordes. O de SOL MAIOR é o que estou achando mais difícil de fazer
(colocar o dedo médio na 6ª corda e o
anelar na 1ª corda). Mas vamos que vamos!! O Yamandu Costa e o Robson Miguel me
aguardem.
Parabéns professor Gustavo Ramos,
por nos presentear esse método e por suas palavras estimuladoras. Botando fé no
aprendizado.
Rio Branco (AC), 11 de abril (110
anos do Noel Rosa), de 2023
Marcos Inácio
Fernandes, aluno do MUSICALIDADE 50 + /2023