Acabei de me tornar um homem mais perigoso, segundo Voltaire (1694-1778), que disse: "Perigoso não é o homem que lê, é o homem que relê.". Pois bem, acabo de relê a "GUERRA DO FIM DO MUNDO", do Mário Vargas Llosa, que narra a guerra de Canudos, um dos Movimentos Messiânicos, que junto com o CANGAÇO, constituíram movimentos de resistência, do povo sertanejo, contra o latifúndio e a opressão do sistema, no século passado e retrasado.
A minha leitura contemporânea, após uns 40 anos, a fiz com um novo olhar, pois tive o privilégio de conhecer, recentemente, o palco da guerra numa viagem que fiz a Canudos com os amigos Homero, Medeiros e João da Mata. Em Canudos a UFBA, fez um Memorial no espaço geográfico onde se deu o conflito, com painéis de acrílico e placas indicativas onde ocorreram as principais batalhas.
Essa guerra foi mais uma das páginas vergonhosas do Exército Brasileiro, que a serviço do patronato praticou um verdadeiro genocídio contra seu próprio povo. Não sobreviveu ninguém em Canudos, que na época tinha cerca de mais de 20 mil habitantes. Mas, os sertanejos de Canudos resistiram, e o próprio Conselheiro profetizou: "Haverá três fogos. Apagarei os três primeiros e o quarto, oferecerei ao Bom Jesus." (p.585).
Em que pese o genocídio, a memória de Canudos sobreviveu ao tempo. Já deu filmes, romances, teses, etc. Parte dessa epopéia encontra-se registrada no museu de Canudos. Vale visitá-lo e conhecer um pouco da nossa história. Agra vou reler "Os Sertões" de Euclides da Cunha, a obraq que inspirou Vargas Llosa a escrever a Guerra do Fim do Mundo (MIF).