Nasce uma Estrela.
Por: Marcos Inácio Fernandes*
“Devemos
desconfiar de nossos olhos, embora somente neles possamos confiar. Isso quer
dizer que seremos incapazes de ver bem se não formos capazes de olhar para nós
mesmos. Precisamos mobilizar o espírito para controlar nossos olhos, precisamos
mobilizar nossos olhos para controlar nosso espírito” (MORIN, 1986)
Há
38 anos nascia o Partido dos Trabalhadores – PT, na histórica reunião do
Colégio Sion, em São Paulo. Ele surge como desdobramento das lutas sindicais do
ABCD paulista, ocorridas entre 1978 /80. “Com o ciclo grevista o que estava no
fundo veio a tona. E o que emergiu foi o novo rosto da sociedade brasileira, a
sua configuração sociológica. (...) Esta nova configuração sociológica e esta
nova geopolítica do movimento sindical contrastavam fortemente com o arcaísmo
do sistema político-partidário, excludente e conservador.” (GUIMARÃES,1980).
O
olhar que lanço sobre meu partido nessa trajetória de quase 4 décadas, que
acompanhei de perto, é um olhar de um velho militante, que insiste na juventude
e na utopia do socialismo. Lanço um olhar prá dentro de nós mesmos e não tenho
dúvidas de afirmar que o saldo desses anos de construção partidária, nos é
extremamente favorável. Construímos um partido de massas e de quadros, que
pavimentou sua chegada aos governos municipais, estaduais e federal pela trilha
democrática através da soberania do voto. Nos respectivos governos (não
confundir com o PODER) implementamos “o jeito petista de governar” com
extraordinários avanços nas práticas político/administrativas, dando voz e vez
as camadas subalternas da sociedade, sempre alijadas do orçamento e das
políticas públicas. Avançamos na
institucionalidade e nos distanciamos dos movimentos sociais que nos dava
consistência.
Nessa
caminhada cometemos erros e demos alguns
tropeços. Perdemos o nosso discurso ÉTICO e ganhamos dois apelidos pejorativos
já incorporados ao vocabulário político “PETRALHAS” e “MENSALEIROS”, com os
quais temos que conviver por muito tempo ainda. A plutocracia soube tirar
proveito dessa nossa fragilidade e da ousadia de dividir a riqueza da nação
dando uma migalhinha para os pobres. O pouco que compartilhamos com as camadas
mais desfavorecidas da sociedade, deu prá tirar o Brasil do mapa da fome,
diminuir um pouco as desigualdades sociais e incorporar milhões de brasileiros
ao mercado de consumo e aquecer a nossa economia. Já estávamos perto de perder
o nosso “complexo de vira-latas” e afirmar a nossa soberania, quando adveio o
golpe de estado através da farsa do impeachment, que rasgou a Constituição e
nos roubou 54 milhões de votos.
Aqui
no Acre, o PT fez acontecer alguns milagres. O primeiro deles foi de
regularizar o partido um ano depois da fundação nacional em que pese toda
legislação adversa, num estado sem classe operária e sofrendo todo tipo de
perseguição. O nosso batistério junto ao TRE aconteceu em 27 de outubro de 1981
e já em 1982, participávamos, com chapa completa, do processo eleitoral daquele
ano. Era a primeira “balsa” de uma série, mas na ocasião, já despontávamos como
a 3ª força política do Estado.
Essa
bipolarização MDB/PMDB X ARENA/PDS, seria quebrada em 1990, quando Jorge Viana,
do PT, vai para o 2º turno com Edmundo Pinto, do PDS. Em 1992, O PT, assume
apenas com 11 anos de existência, a capital de Rio Branco, sendo a primeira do
partido na região norte. Começava a mística administrativa e política do PT
desmentindo o deboche político de Paulo Maluf que dizia: "Se você tiver uma fazenda e, na hora da colheita, tiver que optar entre um administrador petista e uma
nuvem de gafanhotos, fique com os gafanhotos.”
Mesmo com
minoria parlamentar na Câmara de Vereadores, Jorge Viana, desmente Paulo Maluf
e deixa a Prefeitura com um índice de aprovação de mais de 80%, que seria seu
trampolim para chegar ao governo do Estado em 1998, permanecendo no governo até
os dias atuais caminhando para 20 anos ininterruptos de administrações petistas.
Construímos com os nossos aliados da Frente Popular do Acre um ativo
político/eleitoral considerável, que em linhas gerais podemos sintetizar nesse
quadro, onde apontamos alguns indicadores que demonstram a nossa capacidade de
governar com respeito a sociedade e ao meio-ambiente e que nos credencia a
pleitear mais um mandato. Eis o quadro:
Panorama de desempenho dos Governos do PT
(Indicadores sócio –
econômicos e ambientais)
Indicadores
|
1999 (Jorge Viana)
|
2006
(Jorge Viana)
|
2010 (Binho Marques)
|
2014 (Tião Viana)
|
2017 (Tião Viana)
|
1 – Orçamento Público (Em milhões)
|
536
|
1.808
|
3.599
|
5.332
|
6.063
|
2 –Produto Interno Bruto – PIB (Em
Milhões)
|
2.971
|
4.662
|
8.342
|
13.459
|
-
|
3-Empregos Formais (Em mil)
|
58.074
|
85.583
|
121.187
|
136.001
|
-
|
4 – Participação da Administração
Pública e Iniciativa Privada na geração de Empregos (%)
|
|
|
|
|
|
4.1 – Adm. Pública
|
61,8%
|
48,3%
|
47,7%
|
41,5%
|
-
|
4.2 – Iniciativa Privada
|
38,2%
|
51,7%
|
52,3%
|
58,5%
|
-
|
5 – Taxa de desmatamento (Em Km2)
|
441
|
184
|
259
|
264
|
|
6 – Taxa de Extrema Pobreza (%)
|
26,6%
|
21,1%
|
13,4%
|
10,2%
|
-
|
7 – Índice de Desenvolvimento Humano
- IDHM
|
0,517
(Baixo Des.)
|
-
|
0,663
(Médio Des.)
|
0,719
(Alto Des.)
|
-
|
8 – Investimento para 2017
|
-
|
-
|
-
|
-
|
775 milhões
|
Fonte: SEPLAN -2017
Vejam
que todos os indicadores econômicos, sociais e ambientais tiveram um
crescimento consistente, em cada governo do PT. Cada um superando o anterior.
Sem contar as conquistas da auto - estima do povo acreano, os bens imateriais e
resgate dos nossos valores culturais, que são difíceis de mensurar.
Por
tudo que fizemos e ainda haveremos de fazer, me apraz dizer que: o PT é a
expressão política de amor pelo Acre.
E
denunciamos: Eleição sem Lula é fraude!!
*Marcos
Inácio Fernandes, é Presidente do Diretório Municipal do PT de Rio Branco
A FORÇA DA NOSSA MILITÂNCIA!!!
Campanha de 1990, a mais empolgante do PT no Acre
Binho de Ongueiro a governador e Chico Mendes, um dos nossos mártires.