sexta-feira, 26 de março de 2021

É CANTANDO QUE A GENTE SE ENTENDE - COMPOSIÇÕES DE 1948

Dorival Caymmi
 



Elis Regina e NaraLeão
Jamelão



O É Cantando de amanhã (27/03), será em comemoração ao meu aniversário, que será na 2ª feira (29/03). Fiz uma seleção musical das músicas compostas e que fizeram sucessos no ano em que nasci, 1948. Então para celebrar as minhas 73 voltas em torno do sol, chamei prá cantar prá gente Nelson Gonçalves, Elis Regina, Nara Leão, Nana Caymmi, Maria Bethânia, Jamelão e o Trio Irakitan.  Um cachê impagavel!! Não é porque estou na minha frente não, mas a programação está de "torar a alça do corpete" Confiram. (MIF)


É CANTANDO QUE A GENTE SE ENTENDE

Produção Musical e Apresentação: Marcos Inácio Fernandes (Marquito)

 Rádio Difusora Acreana – “A número um” e a “Voz das selvas”

Site: www.difusora.ac.gov.br - Fones: 3223-5282/3223-9696

Horário: 11:00 – 12:00 (Acre) e 13:00 - !4:00 (Brasília)

Prefixo Musical: “É Cantando Que a Gente se Entende (Sérgio Souto e Paulo César Pinheiro)

Direção Geral: Raimundo Fernandes

Data:27/03/2021

Seleção Musical

Composições e sucessos de 1948

N. O.

Música /Compositores

Cantor/Intérprete

01

Lenda do Abaeté (Dorival Caymmi)

Dorival Caymmi

02

Saudade de Itapuã (Dorival Caymmi)

Dorival Caymmi

 

 

 

03

Não Me Diga Adeus (Paquito & Luís Soberano)

Nara Leão

04

Rosa Maria (Anibal Silva & Eden Silva)

Milton Nascimento

 

 

 

05

Esses Moços Lupicínio Rodrigues)

Jamelão

06

Quem Há De Dizer (Lupicínio Rodrigues & Alcides Gonçalves)

Jamelão

 

 

 

07

Caminhemos (Herivelto Martins)

Nelson Gonçalves

08

Enlouqueci (Luís Soberano & Valdomiro Pereira e João Vale)

Linda Batista

 

 

 

09

É Com Esse Que eu Vou (Pedro Caetano)

Elis Regina

10

A Saudade Mata a Gente (João de Barro & Antônio Almeida)

Nana Caymmi

 

 

 

11

Infidelidade (Ataúlfo Alves & Américo Seixas)

Noite Ilustrada

12

Está faltando um zero no meu ordenado (Ary Barroso & Benedito Lacerda)

Jards Macalé

 

 

 

13

Três Palavras (Osvaldo Farrés)

Trio Irakitan

14

Talvez, Talvez, Talvez (Don Fabian)

Trio Irakitan

 

 

 

15

Nature Boy (Eden Ahbez)

Maria Bethânia

 

Uma pequena cronologia dos principais acontecimentos de 1948, ano em que nasci.

1948 (29/03)

Nascimento em Natal as 14:30 hs.

  



 


 

 

 

(30/1) Gandhi é assassinado, em Nova Delhi- Índia;

(14/5) Proclamado o Estado de Israel;

(8/6) Fundada a SBPC (Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência);

(29/7) Jogos Olímpicos de Londres;

(06/12) Início da Extensão Rural no Brasil com a ACAR-MG

- Os LPs (Long Plays) são lançados nos EUA. Eles substituiriam os discos de 78 rotações. No Brasil, o LP, só chegaria em 1951;

 

Composições da MPB:

 Lenda do Abaeté (Dorival Caymmi); Saudade de Itapoã (Dorival Caymmi); A Saudade Mata a Gente (João de Barro/Antônio Almeida); Caminhemos (Herivelto Martins); É Com Esse Que Eu Vou (Pedro Caetano); Enlouqueci (Luís Soberano/Valdomiro Pereira/João Vale); Esses Moços (Lupicínio Rodrigues); Quem Há de Dizer (Lupicínio Rodrigues/Alcides Gonçalves); Infidelidade (Ataulfo Alves/Américo Seixas); Falta Um Zero No Meu Ordenado (Ary Barroso/Benedito Lacerda); Não Me Diga Adeus (Paquito/Luís Soberano/João Correia da Silva); Rosa Maria (Anibal Silva/Eden Silva); Um Cantinho e Você (José Maria de Abreu/Jair Amorim).

 Internacionais:

 Nature Boy (Eden Ahbez); Quizas, Quizas, Quizas (Don Fabian); Três Palavras (Oswaldo Farres)

 

 


sexta-feira, 19 de março de 2021

O É CANTANDO... HOMENAGEIA ANTÔNIO MARIA NO SEU CENTENÁRIO

 


É CANTANDO QUE A GENTE SE ENTENDE

Produção Musical e Apresentação: Marcos Inácio Fernandes (Marquito)

 Rádio Difusora Acreana – “A número um” e a “Voz das selvas”

Site: www.difusora.ac.gov.br - Fones: 3223-5282/3223-9696

Horário: 11:00 – 12:00 (Acre) e 13:00 - !4:00 (Brasília)

Prefixo Musical: “É Cantando Que a Gente se Entende (Sérgio Souto e Paulo César Pinheiro)

Direção Geral: Raimundo Fernandes

Data:20/03/2021

Seleção Musical

Centenário de Antônio Maria (17/03/1921 – 15/10/1964)

N. O.

Música /Compositores

Cantor/Intérprete

01

Manhã de Carnaval (Luís Bonfá & Antônio Maria)

Marisa e Emílio Santiago

02

Frevo Nº 2 do Recife (Antônio Maria)

Marisa Gata Mansa

 

 

 

03

Ninguém Me Ama (A. Maria & Fernando Lobo)

Nelson Gonçalves

04

Menino Grande (Antônio Maria)

Maria Bethânia

 

 

 

05

Fascinaçao (F.D. Marchetti e M. de Feraudy)

Elis Regina

06

Samba do Perdão (Baden Powell & PC. Pinheiro)

Elis Regina

 

 

 

07

Travessia ( fernando Brandt & Milton nascimento)

Milton Nascimento

08

Lamento do Morro (Tom & Vinicius)

Milton Nascimento

 

 

 

09

Ternura Antiga (Dolores Duran &J. Ribamar)

Roberto Carlos

10

Você (Roberto Carlos & Erasmo Carlos)

Roberto Carlos

 

 

 

11

Escuta (Ivon Cury)

Ângela Maria e Emílio Santiago

12

Amendoim Torradinho (Henrique Beltrão)

Alcione

 

 

 

13

Suas Mãos (Antônio Maria & Pernambuco)

Marisa Gata Mansa

14

Se Eu Morresse Amanhã (Antônio Maria)

Marisa Gata Mansa

 

 

 

15

Preconceito (Antônio Maria & Fernando Lobo)

Nora Ney

 

Antônio Maria, 100 anos: amor e saudade em versos e crônicas

 

 

Publicado em 17/03/2021 - 11:24 Por Luiz Claudio Ferreira - Repórter da Agência Brasil - Brasília

“Ô ô ô saudade/ Saudade tão grande/ Saudade que eu sinto/ Do Clube das Pás, dos Vassouras/ Passistas traçando tesouras/nas ruas repletas de lá”. Os versos do Frevo nº 1 do Recife (1951) anunciam o sentimento de um multiartista que vivia, segundo pesquisadores de sua obra, de forma intensa. 

O pernambucano Antônio Maria ficou tão conhecido por clássicos da música brasileira, entre frevos, inspirações de amor, amarguras e samba-canção (repletas também de dor, inclusive), como por sua habilidade em prosa em crônicas diferenciadas. O Frevo nº 2 do Recife (1953) também é dele, tanto letra quanto música: “Mas tem que ser depressa/Tem que ser pra já/Eu quero sem demora/O que ficou por lá”. Antônio Maria viveu intensamente e queria mesmo era falar de amor, como explica o biógrafo Joaquim Ferreira dos Santos, autor de Um homem chamado Maria.

 “Ele começou pelo mundo do rádio, da palavra falada e depois transitou para literatura”, afirma Guilherme Tauil.

Diferente de outros autores “puro-sangue” do mundo literário, Maria carregava outras experiências. O primeiro assunto dele é a rádio, onde tratava de assuntos como o futebol, ao lado de Ary Barroso. Foi na Cidade Maravilhosa que se encontrou como cronista e compositor, de forma intensa, trabalhando demais e dormindo de menos, como assinalam pesquisadores. Ele morreu em 1964, aos 43 anos, vítima de um infarto fulminante.

Tradutor do Brasil

Para o biógrafo Joaquim Ferreira dos Santos, que publicou pela primeira vez um livro-perfil (Noites de Copacabana) sobre Antônio Maria no ano de 1996, o artista centenário foi um dos grandes tradutores do Brasil em meados do século 20. Ferreira dos Santos recorda-se dos primeiros contatos com a obra de Antônio Maria, quando ouvia suas canções pela Rádio Nacional, interpretadas por cantoras como Elizeth Cardoso e Nora Ney. A primeira obra escrita por Ferreira dos Santos abriu espaço para o artista pernambucano passar a ser cultuado ao lado de outros autores consagrados da literatura e da música.

Em redações, Antônio Maria experimentou as máquinas de escrever de revistas como O Cruzeiro Manchete, e jornais como Última HoraO Globo, Diário Carioca e O Jornal, seu último local de trabalho. 

"A vida de Antônio Maria é o centro de sua obra", analisa Joaquim Ferreira dos Santos, que enxerga o autor e compositor como um homem que "sofria as consequências do abandono e das questões do jogo amoroso": "Parecia que ele sarava estas dores escrevendo. Era uma terapia, a maneira que ele botava esse coração para a fora". Nascido no Nordeste e consagrado no Sudeste, Antônio Maria junta realidades diferentes em sua trajetória: "Ele é um dos tradutores do Brasil", diz Ferreira dos Santos. Ouça:

“Ele tinha como grande tema em suas músicas a questão sentimental. Ele tratava da dor amorosa de uma forma muito expositiva e elegante. Não entendia como algo machista. Ele se inspirava muito no sofrimento amoroso, mas tinha uma alma solitária”, afirma Ferreira dos Santos. O autor avalia que o artista se sentia sozinho e à parte do mundo, o que o inspirava a escrever os textos. Para o biógrafo, tanto os versos como as prosas das crônicas eram feitas de forma sofisticada. “Nada a ver com as músicas de sofrência de hoje. Antônio Maria era muito elegante no trato do texto”.

No Rio de Janeiro, tornou-se amigo de poetas como Vinícius de Moraes e cronistas como Rubem Braga, que logo viram que havia ali um texto diferente e multifacetado. “Ele vivia para amar e para escrever”, afirma o biógrafo. O escritor afirma que as crônicas tratavam, como nas músicas, da nostalgia da infância e um permanente tom melancólico. Vivia a boemia no Rio de Janeiro, percorria as dores do coração e também não se esquecia do passado.

“É um homem muito marcado pela infância no Recife. Fez frevos belíssimos”. São composições de Antônio Maria obras de sucesso popular como Ninguém me amaManhã de carnavalMenino grande e Valsa de uma cidade, gravadas e regravadas mesmo décadas depois de sua morte precoce.

Nas crônicas, o biógrafo entende que Antônio Maria fazia parecer fácil a “difícil arte de escrever com simplicidade”. Um campo que surpreendeu até os pesquisadores de sua obra é que, além de tantos talentos da escrita, Antônio Maria fazia caricaturas e outras ilustrações que acompanhavam as temáticas dos textos que publicava. “Antônio Maria queria falar dos sentimentos. E ele foi um craque”.

 vento vadio

O pesquisador Guilherme Tauil, que desenvolveu dissertação de mestrado sobre a obra de Antônio Maria, está envolto na garimpagem de 200 crônicas para uma antologia a ser publicada até o final do ano de 2021. O livro tem título: Vento vadio (a ser publicado pela editora Todavia), que era como Antônio Maria pretendia batizar seu primeiro livro, o que nunca foi concluído. “O que a gente está planejando é uma antologia definitiva. E estou com um problema bom, já que selecionei mais de 300 obras para chegar a 200”.

Saiba mais dessa história em trecho da entrevista abaixo:

Em O Evangelho Segundo Antônio (ouça trecho abaixo), o cronista sintetiza: "Cá estou eu a escrever tolices. Com imensa facilidade - convenhamos. Vivemos dias em que é preciso escrever tolices. Há uma dor preponderante em cada coração". Os pesquisadores entendem que a obra de Antônio Maria é atemporal, e pode ser inspiração de leitura no contexto atual. 

 "Trata-se, realmente, de um bálsamo na arte brasileira. Nasceu no Nordeste e juntou realidades tão diferentes. Cabe um Brasil inteiro na obra dele, de elegância e sensibilidade artística. Em momentos como os que estamos vivendo, é importante que tenhamos contato com boas leituras, como as crônicas, que são textos do cotidiano e encantam", afirma Joaquim Ferreira dos Santos. Aliás, novos leitores podem se inspirar pelo trecho final da crônica mencionada: "Com vocês, por mais incrível que pareça, Antônio Maria, brasileiro, cansado, 43 anos, cardisplicente (isto é, o homem que desdenha do próprio coração). Profissão: esperança".