Nelson Sargento
(25/06/1924 - 27/05/2021)
É
CANTANDO QUE A GENTE SE ENTENDE
Produção
Musical e Apresentação: Marcos Inácio Fernandes (Marquito)
Rádio Difusora
Acreana – “A número um” e a “Voz das selvas”
Site: www.difusora.ac.gov.br - Fones: 3223-5282/3223-9696
Horário: 11:00 – 12:00 (Acre) e 13:00
- !4:00 (Brasília)
Prefixo Musical: “É Cantando Que a Gente se
Entende (Sérgio Souto e Paulo César Pinheiro)
Direção
Geral:
Raimundo Fernandes
Data:29/05/2021
(Homenagem a Nelson Sargento +27/05 e aos 22 anos do programa)
Seleção Musical
N. O. |
Música /Compositores |
Cantor/Intérprete |
01 |
Agoniza Mas Não Morre (Nelson Sargento) |
Nelson Sargento |
02 |
Falso Amor Sincero (Nelson Sargento) |
Nelson Sargento |
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03 |
Amante Vadio (Nelson Sargento) |
Nelson Sargento |
04 |
Cântico a Natureza (N. Sargento& Jamelão) |
Nelson e outros |
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05 |
Falso Moralista (Nelson Sargento) |
Nelson Sargento |
06 |
De Boteco em Boteco (Nelson Sargento) |
Nelson Sargento |
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07 |
Sinfonia Imortal (Cartola & Nelson Sargento) |
Nelson Sargento |
08 |
Deixa (Cartola & Nelson Sargento) |
Nelson Sargento |
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09 |
Vai Dizer a Ela (Nelson Sargento) |
Nelson Sargento |
10 |
Agoniza Mas Não Morre (Nelson Sargento) |
Grupo Kizumbamba |
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11 |
Surpresa Musical (22 anos do É Cantando Que a Gente Se Entende) |
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12 |
Idem |
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13 |
Idem |
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14 |
Idem |
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15 |
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Retrato
perene do compositor resistente, artista deixa obra sólida ao morrer aos 96
anos no Rio de Janeiro.
27/05/2021 12h47 Atualizado há um dia
Edinho Alves / Divulgação
♪ OBITUÁRIO –
Já virou clichê apontar Nelson Sargento como uma das mais altas patentes do
samba. De fato, a graduação do cantor e compositor carioca Nelson Mattos (25 de
julho de 1924 – 27 de maio de 2021) no universo do samba sempre foi a mais
elevada porque o artista foi um dos pilares mais sólidos desse gênero cultivado
nos morros e nos asfaltos da cidade do Rio de Janeiro (RJ) a partir dos anos
1910.
Nelson – que teve o Sargento acoplado ao sobrenome
artístico por ter alcançado tal patente ao servir ao exército – está na raiz do
samba carioca.
Esse samba imortal – como o compositor sentenciou
já no título, Agoniza, mas não morre (1978), de uma das obras-primas do
cancioneiro autoral do artista – deve muito da força à geração seminal de
Carlos Cachaça (1902 – 1999), Cartola (1908 – 1980), Ismael Silva (1905 – 1978)
e Noel Rosa (1910 – 1937).
O legado dessa geração pioneira foi desenvolvido
pela geração seguinte, a de Nelson Sargento, bamba que morreu hoje em
hospital na cidade natal do Rio de Janeiro (RJ), a dois meses de completar 97
anos, vítima de covid-19.
Embora primordialmente associado à Estação Primeira
de Mangueira, escola de samba da qual foi um dos baluartes, Nelson se iniciou
no samba, ainda criança, no Morro do Salgueiro, berço de outras agremiações no
bairro carioca da Tijuca. Foi lá que começou a tocar tamborim e a se exercitar
no canto. A voz rouca se tornaria com o tempo uma das marcas da elegância do
artista no mundo do samba.
Diplomado na escola de Mangueira desde a
adolescência, quando foi morar no morro que abrigava bambas da verde-e-rosa,
Nelson Sargento passou a integrar a ala de compositores da Estação Primeira a
partir de 1942.
No Carnaval de 1949, emplaca o primeiro
samba-enredo na escola, Apologia
ao mestre, em parceria com o compositor
português Alfredo Lourenço (1885 – 1957). O samba venceu o desfile. No Carnaval
de 1950, Nelson e Lourenço se (con)sagraram bicampeões na avenida com o
nacionalista samba-enredo Plano
SALTE - Saúde, lavoura, transporte e educação.
No gênero, a primeira obra-prima de Nelson apareceu
no desfile da Mangueira em 1955. Foi o samba-enredo As quatro estações do ano ou Cântico à natureza, composto com o parceiro Lourenço e com Jamelão
(1913 – 2008).
Nelson Sargento
(1924 – 2021) é lembrado por sambas como 'Falso amor sincero', lançado em disco
de 1979 — Foto: Divulgação
Em que pese a ascensão no samba, a ponto de ter
sido eleito presidente da ala de compositores da Mangueira em 1958, Nelson
Sargento demorou para construir discografia solo.
A exemplo do também mangueirense Cartola, o
compositor somente gravou o primeiro álbum individual nos anos 1970 após ter
integrado na década anterior grupos como A Voz do Morro e Os Cinco Crioulos com
bambas como Elton Medeiros (1930 – 2019).
O álbum Sonho
de um sambista saiu em 1979, no embalo da
repercussão da gravação do samba Agoniza,
mas não morre pela cantora Beth Carvalho
(1946 – 2019). Nesse disco, Nelson apresentou um dos sambas mais conhecidos da
criação geralmente solitária do compositor, Falso amor sincero (1979), celebrado pelos versos “O nosso amor é tão bonito / Ela finge que me ama /
E eu finjo que acredito”.
Também poeta e pintor, Nelson Sargento personificou
o retrato perene do sambista resistente que acabou se impondo pela força da
criação, contra todas as adversidades do mercado da música.
Compositor de sambas como Encanto da paisagem (1986), música-título do segundo álbum solo
do artista, Nelson Sargento era o último sobrevivente de uma geração movida
pelo amor sincero pelo samba.
Por esse amor, recebeu as flores em vida que se
encerra nesta quinta-feira, 27 de maio, deixando como legado a obra imortal do
compositor.