sexta-feira, 6 de agosto de 2021

PANELADA ENCANTOU-SE!!

 




J

José Bernardo de Souza – O Panelada (1948 – 2021)


 José Alício, Panelada e Marcão (PED - 2017)

Hoje, no dia que marca o início da Revolução Acreana, registra também o falecimento de uma figura que marcou a política contemporânea aqui no Acre. Trata-se do Gregório de Matos (O Boca do Inferno), aqui de Rio Branco – o Panelada. Era um crítico mordaz dos costumes políticos da terra e dos políticos em geral. Não escapava ninguém de suas ironias, umas sutis e outras nem tanto, e de suas críticas, em prosa e verso. Sua língua era mais afiada do que língua de manicure. Era um polemista por natureza. Bom papo. Excelente dançarino. Era presença obrigatória no Senadinho e no espaço Lídia Hames, no Aeroporto Velho. Um líder comunitário com muita sensibilidade social. Conhecia, como poucos, os bastidores da política acreana e era um interlocutor respeitado por todos os segmentos do espectro político/ideológico do Acre. Em síntese, uma pessoa de fino trato desses que a gente gosta e quer bem de graça.

O Panelada me dispensava muita consideração, mesmo assim, não escapei de sua crítica mordaz por ter reclamado por ele estar fumando na sala da sede do PT na Habitasa, por ocasião do PED-2017. Ele se melindrou e fez um verso reclamando. Para contornar o constrangimento que lhe causei, lhe dei de presente um charuto Havana, que a Maria do Carmo me trouxe de Cuba. Ele era um ouvinte “cadeira cativa” do meu programa de rádio É Cantando Que a Gente Se Entende, que faço aos sábados pela Difusora. Quando do lançamento do meu livro sobre o PT, na Livraria do Paim, em fevereiro de 2019, ele estava presente e autografei um exemplar do livro para ele Na ocasião o Rogério, meu irmão cantou, “Acre Querido”, o samba-enredo que ele fez sobre o PT, que diz assim:

“Sou cearense nordestino varonil,

Vivo na terra que brigou pra ser Brasil. (Meu Acre)

Acre querido a sua história é fenomenal,

Plácido de Castro, Guiomar Santos, Chico Mendes e Bacurau.

Marina Silva, nossa ministra que veio do seringal.

Carlão Gouveia nosso atleta referência nacional. Mensagens

Tem as mensagens que são ouvidas em toda região,

Na difusora, compadre Lico, Reginaldo e o BImbão,

Nossa política é dividida no vermelho e no azul,

Vejam a balsa está seguindo para Manacapurú.

REFRÃO

Não vou embora do Acre pois a minha vida é boa, se me expulssarem eu volto feito sapo na lagoa

A guerra

Até na guerra o nosso Acre ajudou com a seringa.

Chalube Leite, Dona Alegria, Edvaldo é cafuringa..

Do senadinho vejo o Palácio majestoso e belo, na quarta-feira afogo as mágoas com o conjunto Hélio Melo. Saudades...

Não há saudades das ratazanas que viviam no canal.

No parque novo, tem capoeira, caminhada e festival.

Em fevereiro, eu largo tudo é esqueço a canseira.

Junto a família e vou brincar o carnaval na gameleira.

REFRÃO

Não vou embora do Acre o motivo eu vou dizer,

É a nova realidade dos meninos do PT.

Meu Acre (Bis)

 (Samba Enredo “Acre Querido” de José Bernardo  - O Panelada)

Foi a última vez que estive com Panelada. Hoje, ele foi embora do Acre para outras paragens no andar de cima. Vá na luz Panelada e descanse em paz. Você vai deixar saudades. (MIF)


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