sexta-feira, 26 de agosto de 2022

DE TÉDIO NINGUÉM MORRE NESSA ELEIÇÕES!

 




DE TÉDIO NINGUÉM MORRE NESSAS ELEIÇÕES!

Por: Marcos Inácio Fernandes*

As eleições de 2022, prometem nos reservar emoções fortes. Elas serão rápidas, mas, cheias de episódios como nos seriados antigos. Quero começar revelando a emoção e o contentamento que tive em assistir a entrevista do Lula na Rede Globo no dia de ontem (25/08). Não tem preço ouvir o Bonner abrir a entrevista dizendo, em rede nacional no horário nobre da TV, “QUE LULA NÃO DEVE NADA A JUSTIÇA”. Logo na abertura o Lula poderia ter complementado a afirmação do Bonner, dizendo: ‘agora é a justiça quem me deve”. Embora não tenha dinheiro que pague ser julgado e condenado, sem provas, e ter amargado 580 dias de cárcere, período em que perdeu o irmão e o neto e Lula só pôde se despedir do neto.

Um homem que sofreu, com sua família, tantas perseguições, linchamentos morais na mídia, com a Globo mostrando diariamente no JN os dutos da corrupção na Petrobrás; um homem que amargou tantas provações se apresentar na bancada do principal de seus algozes com a altivez e a serenidade do Lula e poder falar ao povo brasileiro, sem ódio, rancor ou ressentimento, só pode ser um iluminado e predestinado!!

A entrevista de ontem na Globo me fez lembrar de outro fato histórico relevante sobre o papel da Globo na vida política do país. Foi quando em 15 de março de 1994, Leonel Brizola, ganhou na justiça um direito de resposta que Cid Moreira teve que ler no Jornal Nacional. A Globo em 1992, havia detratado em editorial Leonel Brizola e havia colocado em cheque a sua honra e capacidade mental. Dois anos depois, atrasada como sempre, a Justiça deu o direito de resposta a Brizola, que transcrevo abaixo.

“Todos sabem que eu, Leonel Brizola, só posso ocupar espaço na Globo quando amparado pela Justiça. Aqui citam o meu nome para ser intrigado, desmerecido e achincalhado perante o povo brasileiro.

Quinta-feira, neste mesmo Jornal Nacional, a pretexto de citar editorial de ‘O Globo’, fui acusado na minha honra e, pior, apontado como alguém de mente senil.

Ora, tenho 70 anos, 16 a menos que o meu difamador Roberto Marinho, que tem 86 anos. Se é esse o conceito que tem sobre os homens de cabelos brancos, que o use para si.

Não reconheço à Globo autoridade em matéria de liberdade de imprensa, e basta para isso olhar a sua longa e cordial convivência com os regimes autoritários e com a ditadura de 20 anos, que dominou o nosso país.

Todos sabem que critico há muito tempo a TV Globo, seu poder imperial e suas manipulações. Mas a ira da Globo, que se manifestou na quinta-feira, não tem nenhuma relação com posições éticas ou de princípios. É apenas o temor de perder o negócio bilionário, que para ela representa a transmissão do Carnaval.

Dinheiro, acima de tudo.

Em 83, quando construí a passarela, a Globo sabotou, boicotou, não quis transmitir e tentou inviabilizar de todas as formas o ponto alto do Carnaval carioca. Também aí não tem autoridade moral para questionar. E mais, reagi contra a Globo em defesa do Estado do Rio de Janeiro que por duas vezes, contra a vontade da Globo, elegeu-me como seu representante maior.

E isso é que não perdoarão nunca.

Até mesmo a pesquisa mostrada na quinta-feira revela como tudo na Globo é tendencioso e manipulado. Ninguém questiona o direito da Globo mostrar os problemas da cidade. Seria antes um dever para qualquer órgão de imprensa, dever que a Globo jamais cumpriu quando se encontravam no Palácio Guanabara governantes de sua predileção.

Quando ela diz que denuncia os maus administradores deveria dizer, sim, que ataca e tenta desmoralizar os homens públicos que não se vergam diante do seu poder.

Se eu tivesse as pretensões eleitoreiras, de que tentam me acusar, não estaria aqui lutando contra um gigante como a Rede Globo.

Faço-o porque não cheguei aos 70 anos de idade para ser um acomodado.

Quando me insulta por nossas relações de cooperação administrativa com o governo federal, a Globo remorde-se de inveja e rancor e só vê nisso bajulação e servilismo. É compreensível: quem sempre viveu de concessões e favores do Poder Público não é capaz de ver nos outros senão os vícios que carrega em si mesma.

Que o povo brasileiro faça o seu julgamento e na sua consciência lúcida e honrada separe os que são dignos e coerentes daqueles que sempre foram servis, gananciosos e interesseiros.

Leonel Brizola”

Que ninguém se engane. A Globo permanece a mesma. Agora quer se afastar do “bobo da corte”, que ajudaram a eleger, mas continua a apoiar as políticas neoliberais do Guedes. De todo modo, vivi para ver e ouvir na rede Globo, o seu âncora dizer que lula é inocente.

Sempre que estou um pouco deprimido politicamente, escuto o Cid Moreira, com sua voz cavernosa, ler o direito de resposta do velho Brizola e fico reanimado. Ontem, nem se fala! A aula/entrevista do Lula foi um bálsamo para a militância e um chamado aos indecisos. Os dividendos políticos foram incontestáveis. Espero que esse ganho político se converta em mais votos para elegermos Lula no 1º turno.

Apesar do meu otimismo visceral estou preparado para ir ao 2º turno. Votar em Lula duas vezes seria a minha compensação individual por ter votado nele apenas no 2º turno em 1989, quando militava no PCB e dei meu voto ao Roberto Freire no 1º turno.

Agora em 2022, se houver 2º turno para Presidente, espero e desejo que Ciro Gomes (PDT), mire-se no exemplo de Brizola em 1989, e junte-se a Lula para derrotar o fascismo e seja fiel a tradição trabalhista iniciada por Vargas, que há 68 anos (24/08/1954) deu sua vida pelo povo brasileiro e entrou para a história.

Vargas, Brizola e Lula são inspirações para o nosso povo. Eles fazem parte do imaginário popular e suas vidas inspiram poetas e compositores.

Eu encerro cantarolando o rojão de Edgard Moraes que Jackson do Pandeiro imortalizou: “Ele disse muito bem / o povo de quem fui escravo / Não será mais escravo de ninguém...”

Rio Branco (AC), 26 de agosto de 2022

*Marcos Inácio Fernandes (Marcão), é militante do PT.

 

 


domingo, 21 de agosto de 2022

FAZENDO HISTÓRIA

 Ontem, 20 de agosto, foi dada a largada na campanha da FEDERAÇÃO DA ESPERANÇA (PT, PC do B, e PV). A militância dos nossos partidos foram abraçar, simbolicamente,  o Palácio do Governo. Estava lá com minha bandeira vermelha do PT e pude ver e sentir a energia da militância, a alegria e felicidade e a empolgação com os nossos candidatos. Foi bom rever os velhos companheiros e camaradas  de muitos combates políticos/eleitorais. Essa campanha curta de 2022, promete, Estamos com gosto de gás para eleger Jorge e Marcus, para o Governo, Nazaré para o Senado e uma boa bancada federal e estadual.

DA LUTA NÃO ME RETIRO! (MIF)

QUEM AMA ABRAÇA, QUEM AMA CUIDA!!





Léo e seu Dinarte.




Mariusha e Marcão

Marcão e Léo de Brito (O meu federal)



domingo, 14 de agosto de 2022

MEU PAI

 

MEU PAI - INÁCIO FERNANDES DESIDÉRIO

 (02/02/1925 – 29/07/1987)

Falar do meu pai é muito fácil. Essa facilidade resulta de uma convivência afetiva que tive com ele por muitas décadas. Nós nos queríamos bem. Eu, como filho primogênito, recebi dele um tratamento especial, que a minha mãe questionava, pois o xodó dela era o meu irmão Carlos, que já subiu. Eu apanhava de minha mãe “por pouco mais ou nada” e também porque aprontava muito quando criança. Eu lembro que sempre dizia: “amanhã eu não apanho que papai está em casa” e isso era motivo de mais peia. Meu pai era taifeiro da Aeronáutica e trabalhava um dia e folgava outro e, no seu dia de folga, ele me protegia das surras. Ele, raramente, batia na gente, mas quando fazia era com o fio do ferro ou com o cinturão da farda que tinha uns ilhoses. Doía pra danado!!

Ele, foi o meu primeiro professor. Com paciência e carinho me ensinou o alfabeto e as “operações de conta” e ao longo da nossa convivência aprendi o “ABC grande” da escola da vida. Aprendi os valores da tolerância e do respeito as diferenças, da solidariedade, da honestidade e dos demais valores humanistas.

Em síntese, meu pai um homem semi-alfabetizado (pouco escrevia mas lia muito) enveredou, a mim e meus irmão, pelo bom caminho. Nós nos tornamos cidadãos de bem e do bem. Foi sua herança.

 Certa vez, folheando uma revista, encontrei o poema que transcrevo abaixo. Eu vejo meu pai nesse poema. É a imagem de UM HOMEM BOM, que carrego na mente e no coração.


Poema do Homem Bom

Roberto César Marques Lucena

Para que serve um homem bom?

Um homem bom não serve para muita coisa

A não ser para ser bom.

Esse negócio de homem bom

Tornou-se com o tempo

Um objeto obsoleto

Abandonado,

Extremamente velho e ridículo

Totalmente dispensável

À sociedade.

Para que serve um homem bom?

Ninguém sabe

Eu acho que prá nada

Para ser bom.

Um homem bom nunca será um bom bispo

Um bom encanador

Um bom presidente

Um bancário bom

Ou um bom governador.

Não saberá se sair bem na vida

Fugir as situações

Tomar besteiras e whisky em grupos

Paquerar

Mentir ou adular

Em suma viver o que é hoje.

Prá que serve um homem bom?

Acho que para nada

Acho que para ser bom.

Um homem bom nunca terá uma mulher boa

Ou uma boa mulher

Nunca terá os chamados amigos

E carregará no olhar cansado

Nos gestos tristes

Nas mãos vazias

A descaradez e a senvergonhice de ser bom.

Um homem bom não se sentirá

Bem

Em sua casa

Nem na rua

Na sua

Ou na lua.

A cada negação

A cada dia

Morrerá mais e mais.

Um homem bom não serve mesmo para nada

Nem para ligar o botão da televisão.

Um homem bom

Já não lê jornais

Não vê televisão

E hoje é alguma coisa cansada

Com facilidades

Das facilidades.

Um homem bom já

Não fala

Já não pensa

Não tem opções

Não vota (não acha em quem)

 

O que faz a gente voltar à rotina

E perguntar de novo:

Para que serve...

Um homem bom é negação à vida

Uma companhia extremamente fastidiosa

Incompreensiva e chata.

Um homem bom não serve

 para ser guia de cego

para leiteiro,

pipoqueiro ou bicha.

Não tem aquele requinte da mentira

Aquela capa

Que esconde outra capa

Que esconde outra capa

Que esconde outra capa

E tantas capas

Como as caras

As idéias

E os desprincípios dos outros

Os homens

Virulentamente normais.

O homem bom

Sorri

Acredita

E fica nisso

Morto de doido

Morto de triste.

(Pinçado da revista Meio- Fio. 1971)

Marcos Inácio Fernandes – filho primogênito de seu Desidério e D. Lia.

Rio Branco (AC), 14 de agosto (dia dos pais) de 2022




 

 


domingo, 7 de agosto de 2022

OS MENINOS DO PT ESTÃO DE VOLTA

 

Os nossos majoritários: Nazaré (Senado) Jorge Viana (Governo), Marcus Alexandre (Vice-governador)

                                                      
                                                          Militância na Convenção do PT (05-08-2022)

Nosso maior cabo eleitora: Futuro Presidente Lula


Rejane e Marcão


Jorge Viana cantando o hino acreano

                            Homenagem do DM de Rio Branco no seu aniversário em 2018

A diferença continua a ser Jorge Viana (Campanha de 1990)


OS MENINOS DO PT ESTÃO DE VOLTA!!

Por: Marcos Inácio Fernandes*

“As armas de outrem, ou te caem de cima, ou te pesam ou te constrangem.” (Cap. XIII – O Príncipe) Nicolau Maquiavel (1469-1527)

“A política é quase tão excitante quanto a guerra e tão perigosa quanto ela. A diferença é que na guerra, você só morre uma vez.” Winston Churchil (1874-1965)

“...Não vou embora do Acre pois minha vida é boa /Se me expulsarem eu volto feito sapo na lagoa /Não vou embora do Acre o motivo vou dizer, é a nova realidade dos meninos do PT...” (Acre Querido – Samba do José Bernardo Souza Filho – o Panelada (1945-2021)

Na Convenção do PT (05/08), que homologou os nossos candidatos a emoção e a alegria nos contaminou a todos. As reminiscências e as recordações também afloraram. Quando o Edgard de Deus apareceu com uma camiseta colorida do Jorge Viana, que nós fazíamos artesanalmente em 1990, passou um filme pela minha cabeça.

Aquelas eleições de 1990, foi a mais empolgante das campanhas eleitorais do Acre. Naquele ano, formava-se a Frente Popular do Acre -FPA e lançávamos, ousadamente, o “menino Jorge Viana” como candidato do PT ao governo. As pesquisas de intenção de voto nos apontavam em “rabagésimo” lugar, como costumava dizer o saudoso carnavalesco João Aguiar. Ao cabo nós fomos para o 2º turno com Edmundo Pinto e rompia-se a polarização política entre PMDB e PDS.

Começava naquele ano a saga dos “meninos do PT”. Hoje, 32 anos depois, os meninos já são cinquentões, sessentões e alguns até setentões, como eu, mas que permanecem com o mesmo brilho no olhar, a espinha ereta, o coração pulsante e a mesma disposição de luta pois, “lutar para nós é um destino”.

Antes da nossa Convenção, confesso que estava angustiado e perplexo com as indefinições nas tomadas de decisões da nossa Federação e já estava disposto a votar no Nilson do PSOL, pois jamais votarei nessa horda bolsonarista aqui do Acre, que tanto infelicita o nosso povo.

Agora, na undécima hora, fez-se a luz e valeu esperar pela boa surpresa. Vamos sair com uma chapa “puro-sangue”, como nos velhos tempos, com JORGE VIANA para Governador, MARCUS ALEXANDRE de vice, NAZARÉ ARAÚJO para o Senado e SIBÁ MACHADO, como 1º suplente de Senador. São os nossos melhores quadros a disposição do povo do Acre. A nossa chapa tem densidade política e administrativa. É uma chapa forte e competitiva. Ela alia a experiência do Jorge e a juventude do Marcus, ambos, dois tratores para trabalhar, que já provaram do que são capazes quando administraram a Prefeitura e o Governo do Estado. Nazaré, por sua vez, trás o carisma e a mística dos ARAÚJOS, um sobrenome que está incorporado a história política do Acre. Completando a chapa, o nosso dirigente nacional o subcomandante SIBÁ MACHADO, na suplência de Senador. Sibá encarna a resiliência do nosso projeto, a superação do preconceito e o espírito de luta da militância do PT.

Finalizo relembrando os versos de Belchior; “tenho sangrado demais /tenho chorado prá cachorro /Ano passado (em 2018) eu morri /Mas esse ano eu não morro”. (Sujeito de Sorte)

Na Convenção, quando cantamos o Hino Acreano, me deu uma vontade de chorar danada, pois relembrei naquele momento, dos companheiros que “partiram antes do combinado” nessa pandemia e nem pudemos nos despedir deles. Senti que vocês estavam PRESENTES na nossa festa, LHÉ, DIRCEU, PELEZINHO, PIOLA, PANELADA. ZENILDA, SID FARNEY, CESINHA, BALÃOZINHO, JÚNIOR, CHARLES, REGINALDA ...

Nessa campanha vamos nos redobrar por vocês. Será um tributo as suas memórias.

Vamos pro embate, sem recuar, sem cair, sem temer!!!

 

Rio Branco (AC), 07 de agosto de 2022

*Marcos Inácio Fernandes (Marcão) é militante do PT