domingo, 25 de agosto de 2024

LANÇAMENTO DO LIVRO DO CARDOSO.

 O nosso conhecido CARDOSO, nos brinda com suas memórias. São as memórias de um militante combatente de esquerda registrada em livro. Como coeditor faço uma síntese do que está narrado, com riqueza de detalhes, no texto do CARLOS AUGUSTO LIMA PAZ - O PARANGABA.

O lançamento vai ser no MEMORIAL DOS AUTONOMISTAS, no dia 12 de setembro (Quinta-feira), as 19:00 horas. Na oportunidade será oferecido aos presentes um SARAU MUSICAL e um COQUITEL NÃO ETÍLICO  e um regalo de rapadura de engenho.

O livro já está a disposição na livraria do PAIM  e no lançamento será vendido promocionalmente ao prêço de R$ 50,00 (Cinquenta reais). Coloquem nas suas agendas. (MIF)

                            



















































































































terça-feira, 20 de agosto de 2024

ABRINDO MEUS VOTOS!

 


CONCLAMAÇÃO

(Aos familiares, amigos e colegas da universidade, da extensão rural e ex-alunos)

Meus queridos, queridas e querides!

Aproxima-se um novo pleito eleitoral onde escolheremos o prefeito e os vereadores de Rio Branco e das demais cidades brasileiras. Na oportunidade quero apresentar aos meus chegados, os candidatos que irei votar e estou pedindo votos e fazendo campanha.

Na eleição majoritária, para Prefeito de Rio Branco, meu candidato é MARCUS ALEXANDRE -Nº 15. É um nome que dispensa maiores comentários pois, todos cidadãos de Rio Branco, são conhecedores do seu trabalho nos dois mandatos em que foi Prefeito. Nós do PT, até por uma questão de gratidão, apoiamos o MARCUS, que se filiou ao MDB e pleiteia um novo mandato por essa sigla. Lembro que na eleição de 2018, num gesto de desprendimento, ele abdicou de 2 anos de mandato que ainda tinha na Prefeitura de Rio Branco aceitando o chamado do nosso partido para concorrer ao Governo. Em 2022, com uma eleição garantida para Deputado Estadual, onde até podia contribuir para eleger mais um deputado da nossa sigla, na 25ª hora, abandonou a disputa proporcional para compor a chapa majoritária com Jorge Viana ao Governo do Estado. São gestos dessa magnitude, que credenciam o MARCUS ALEXANDRE, como um cidadão que dignifica a política e merece o nosso voto.

Na eleição proporcional para vereador, onde a disputa é muito acirrada e o “quociente eleitoral” é muito elevado, o nosso partido (PT), está apresentando aos munícipes, um dos seus quadros mais qualificados - ANDRÉ KAMAI – Nº 13.131

É com esse que eu vou e conclamo vocês a me acompanharem nessa jornada.

Aqui peço permissão para apresentar o meu candidato e os motivos dessa escolha.

1 – ANDRÉ KAMAI é um dos quadros mais qualificados do nosso partido. Ele tem uma bagagem teórica e de militância partidária, que o credenciam a defender o nosso projeto político e o legado de nossas administrações no Brasil e no Acre, no Parlamento de Rio Branco e em quaisquer espaços da sociedade;

2 – Ele tem formação universitária em Ciências Sociais. Fui seu professor de Ciência Política I - II e III e posso testemunhar que ele foi um aluno brilhante. KAMAI estudou e conhece todos os clássicos da Ciência Política: Maquiavel, Locke, Rousseau, Montesquieu, Marx, Gramsci, Norberto Bobbio, Florestan Fernandes, Raimundo Faoro e tantos outros expoentes da literatura política e social;

3 – KAMAI também conhece, na teoria e na prática, as principais categorias sociais e políticas como: DEMOCRACIA, FASCISMO, IDEOLOGIA, CLASSE SOCIAL, PARLAMENTO, PATRIMONIALISMO, PARTIDO POLÍTICO, etc. Esses conceitos lhe permitem travar, no parlamento, o debate político com profundidade;

4 – KAMAI é possuidor de uma rara qualidade que é de aliar a teoria e prática como militante e dirigente partidário;

5 – KAMAI tem experiência administrativa. Foi Chefe do Gabinete Civil do Marcus Alexandre na Prefeitura e, como tal, tem trânsito com os MOVIMENTOS SOCIAIS ORGANIZADOS e sabe administrar conflitos;

6 – ANDRÉ KAMAI, conhece a cidade de Rio Branco a “palmo de gato”;

7 – KAMAI entende como funciona o Parlamento e qual a atribuição do parlamentar que é de LEGISLAR, FISCALIZAR e DEBATER as questões políticas de interesse público;

8 – MARCUS ALEXANDRE, sendo eleito (as pesquisas estão a indicar), vai precisar de uma base parlamentar para governar a cidade de Rio Branco. Com ANDRÉ KAMAI fazendo parte dessa base, a CÂMARA MUNICIPAL, ganha densidade política e RIO BRANCO voltará a ser tratada com carinho e respeito.

Por fim quero alertá-los que:  A CADELA DO FASCISMO CONTINUA NO CIO.

Nenhum voto para os candidatos dos partidos coligados e/ou apoiados pelo ladrão de jóias, que continua atentando contra a nossa democracia.  Lembremos do 8 de janeiro de 2023.

                                                    

Saudações democráticas do: MARCOS INÁCIO FERNANDES (Prof. Marcão), militante do PT.

 

Rio Branco (AC), 20 de agosto de 2024


quarta-feira, 7 de agosto de 2024

PARANGABA – MMÓRIAS DE UM COMBATENTE (O TEMPO NÃO APAGOU SEU NOME)

 



PARANGABA – MEMÓRIAS DE UM COMBATENTE

(O TEMPO NÃO APAGOU SEU NOME)



O nosso conhecido Cardoso, um dos heróis anônimos do povo brasileiro, nos presenteia com o livro de suas memórias. Memórias de um combatente, que está na luta desde os anos 60, no movimento estudantil do Ceará. No Liceu do Ceará ganhou o apelido de PARANGABA, apelido em referência ao bairro em que morava e que se tornou sinônimo de combatividade no movimento estudantil daquele Estado.

O livro é robusto. Tem 350 páginas nas quais ele descreve, com detalhes, sua trajetória e suas lutas na clandestinidade, por mais de 40 anos, sem que os órgãos de informações da ditadura descobrissem que, CARLOS AUGUSTO LIM PAZ – o PARANGABA, que havia sido indiciado pelo exército, tratava-se da mesma pessoa de MÁRIO ÂNGELO, JOSÉ ROBERTO E RAIMUNDO CARDOSO, identidades que utilizou na sua clandestinidade.

O livro do Cardoso tem o Prefácio de José Genoíno, seu companheiro no PC do B, PRC e no PT, a Apresentação da Ministra Marina Silva, também companheira de militância política do Cardoso e eu me incorporei a esses ícones da política brasileira, escrevendo o POSFÁCIO do livro, que compartilho nesse blog. Confiram.

PS -  Em breve será o lançamento do livro em Rio Branco. Em dezembro o livro será lançado em Fortaleza - CE, concomitante com o lançamento do livro de José Genoíno. Aguardem.

 

POSFÁCIO

PARANGABA: UM “GAUCHE” NA VIDA

Por: Marcos Inácio Fernandes

“Amigo meu não tem defeitos. Inimigo, se não tiver, eu ponho.”

   Carlos Imperial (1935 – 1992)

Carlos Augusto Lima Paz, desde que se entendeu por gente foi ser “gauche” – de esquerda - na vida. Militou, desde a adolescência, nos partidos de esquerda. O Partidão (PCB), no Partido Comunista do Brasil (PC do B, uma dissidência do Partidão), no Partido Revolucionário Comunista – PRC, outra dissidência do PC do B, após a guerrilha do Araguaia e, finalmente, no Partido dos Trabalhadores – PT. No início dos anos 80 ele fazia a dupla militância PT/PRC, ainda muito cioso da sua clandestinidade. Uma clandestinidade que se prolongou por mais de 40 anos, percorrendo o Brasil profundo, adotando diversas identidades (Mário Ângelo, José Mário e Raimundo Cardoso) artifício que adotou para sobreviver aos anos de chumbo.

Cardoso é um sobrevivente. Como disse os seus colegas e amigos do INCRA. “ele é um dos heróis anônimos do povo brasileiro”. Agora, já octogenário, de “meio dia prá tarde”, ainda está lúcido, com saúde, e nos brinda compartilhando as suas memórias. Aqui faço um parêntesis para ressaltar, que a sorte bafejou alguns dos revolucionários do Brasil, que dedicaram os melhores anos de suas vidas na luta pelo povo brasileiro. Eles foram presos, torturados, exilados, banidos da vida pública, execrados pela difamação fascista, mas, em que pese, todos esses infortúnios morreram com idade avançada. Refiro-me a Luís Carlos Prestes (PCB), Apolônio de Carvalho PCBR) e João Amazonas (PC do B). E o nosso Cardoso está aí, vivinho da silva, semi-novo, contando a sua história.

Conheço o Cardoso desde os anos 80, e falar dele e, de bem, é muito fácil. A nossa amizade foi forjada no trabalho que desenvolvemos na Comissão Estadual de Planejamento Agrícola (CEPA) e, posteriormente, no Núcleo de Associativismo da EMATER/AC. Na Comissão, éramos chamados “os comunistas da CEPA”, embora, apenas eu e o Cardoso, tenhamos tido uma militância nos partidos comunistas. Posso afirmar que o Cardoso é um homem vertical, de bem com a vida, extrovertido, comunicativo e bem humorado. Apesar de todos os dissabores que passou e as injustiças que sofreu, não se tornou uma pessoa amargurada.

Eu que tive o privilégio de ter convivido mais de perto com ele, não sabia “da missa a metade” da sua trajetória na clandestinidade. Como na música que o Jackson do Pandeiro canta, ele só não foi “Guia de cego”. Mas, foi peão em fazenda de cacau, mascate, agrimensor, laboratorista, enfermeiro instrumentista (auxiliar do Dr. Ivaldo Maia e Marcus Barros), ajudando a fazer cesarianas, transfusão de sangue, costurar pacientes sem anestesia e, mesmo trabalhando em condições precárias, ajudou a salvar muita gente. Também teve uma participação decisiva na construção de um hospital no município de Pavão em Minas Gerais.

Por onde ele andou “casou e batizou”, como se diz. Ele não casou ninguém, nem tampouco se casou, mas batizou criança enferma no Juruá para o “anjo não morrer pagão” e apadrinhou muita gente, alguns que nem chegou a conhecer. Apesar de possuir uma personalidade expansiva e comunicativa e, talvez  por ter introjetado a clandestinidade na sua vida, ele nunca falou das suas relações familiares  e afetivas. Sei que teve muitas namoradas e conheci apenas uma delas – a Desembargadora Salete Maia – de uma família tradicional de Tarauacá e muito conhecida em Rio Branco. Lembro que nos anos 90, não dei precisar a data, fizemos juntos, uma viagem de carro para Guajará-Mirim e Guayará-Mirim, cidade vizinha na Bolívia, onde existe uma Zona Franca.

Lendo agora os seus escritos, mais especificamente, a entrevista que ele deu ao jornal O GLOBO logo após ter readquirido a sua cidadania e seu nome original, em 2007, fiquei sabendo que ele é pai de duas filhas, Maira e Marajara, que moram em Manaus e receberam o sobrenome FREITAS, ainda da identidade clandestina.

Por último cumpre constatar que o CARDOSO é uma pessoa iluminada. Um bem-aventurado, que continua com “fome e sede justiça”. Ademais, a sorte o bafejou. Preso algumas vezes, apenas sofreu tortura psicológica. Escapou dos choques e do pau-de-arara e não foi escalado para combater no Araguaia, onde muitos dos seus companheiros do PC do B, tombaram. O Carlos Augusto é um ateu que vai direto pro céu. (“Se existe um céu para quem chora / um céu para as mágoas de quem sofreu tanto” como no soneto de Antero de Quental) Ele nem passa pelo Purgatório, pois já pagou os seus pecados aqui na terra e praticou e viveu o evangelho. Como assinala Mateus: "E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, mulher, filhos ou terras, por amor do meu nome, receberá cem vezes tanto e herdará a vida eterna."  (Mateus, capítulo 19, versículo 29.) Cumpra-se a palavra.

As memórias do Cardoso, relatadas nesse livro na 1ª pessoa, me emocionou em muitas passagens. Ademais, a leitura também me fez refletir, sobre a necessidade da luta permanente, “sem perder a ternura, jamais” como ensinou Guevara. Quero crer, que as pessoas, com um mínimo de sensibilidade, também vão se embevecer e se emocionar com o livro. “PARANGABA”, mais que um livro, é o testemunho eloquente que lutar é o destino, inexorável, dos humanistas e das pessoas de esquerda, que nasceram para ser “gauche” na vida.

A leitura nos remete para uma crença nos milagres, que só a política proporciona e consolida a nossa convicção de que o Brasil tem jeito e vai mudar, porque seus filhos, como o Parangaba, não fogem à luta.