quarta-feira, 2 de outubro de 2024

PARANGABAA: A LUTA COMO DESTINO - LANÇAMENTO DO LIVRO

 


Cardoso com servidores do INCRA

Ontem 1 de outubro, aconteceu no INCRA /AC, o lançamento do livro de memórias do Cardoso.

Foi um evento de "torar a alça do corpete". Depoimentos comoventes acompanhado pela arte de Alberan com seu violão e foi servido aos presentes um coquetel não etílico de "juntar menino", tudo organizado pelas colegas do Cardoso no INCRA, O Mestre de Cerimônia foi o Charle Crisóstomo, que preparou esse roteiro que reproduzimos abaixo:

1º ATO

Abertura e Boas Vindas

(1 min)

Boa tarde a todos!

 

É com grande alegria que damos início ao evento de lançamento da Obra “Parangaba: a luta como destino” de autoria de Carlos Augusto Lima Paz, aqui na Superintendência do INCRA, um ambiente que simboliza o compromisso com a inclusão social e também com a cultura de diferentes povos.

Agradecemos sinceramente a presença de amigos, familiares e autoridades que tornaram este momento possível.

Este é um espaço que nos inspira e que, assim como a literatura, promove diálogos e conexões significativas.

Hoje, celebramos não apenas uma obra, mas a união de todos que acreditam no poder das palavras.

Para dar as boas-vindas a todos, convido o superintendente do INCRA, Sr. Márcio Alécio, para compartilhar algumas palavras.

Muito obrigado e sejam todos bem-vindos!

 

2º ATO

Saudação do Superintendente

(5 min)

Breve discurso do Superintendente

 

2º ATO

Currículo

Politizado

(10 min)

Todo povo tem seus heróis. Alguns são enaltecidos pela historiografia oficial, outros, no entanto, ficam à margem dela, embora suas lutas não sejam menos importantes. Nesse último grupo incluímos nossos ex Superintendente e colega Raimundo Cardoso de Freitas, que depois de longos anos integrando a resistência contra a Ditadura Militar, e assumir este nome para fugir da perseguição institucionalizada na época, retoma mais uma vez sua identidade original como CARLOS AUGUSTO LIMA PAZ, desta vez, versando essas e outras histórias em seu livro: “Parangaba: a luta como destino”.

 

Parangaba foi um, dentre vários atores, dos movimentos populares contra a repressão e as guerras nos anos 60 e 70 que mudaram definitivamente a face do nosso planeta. De Paris a Nova Iorque, de Praga ao Rio de Janeiro, jovens, como ele, deixaram seus lares escolas e universidades, tomaram as ruas, ocuparam espaços públicos, enfrentaram exércitos, foram presos e torturados. Alguns, pelo desígneo do destino foram exilados, tiveram que trocar de nome e modo de vida. Outros, cruelmente assassinados. Esses jovens ansiavam por direitos básicos como liberdade, paz, respeito aos direitos individuais e ao meio ambiente, menos corrupção e união entre os povos.

 

Carlos Augusto nasceu num “clima quente” do sertão do Cariri no Ceará, no dia 10 de janeiro de 1941, no mesmo ano que Wilson Batista e Marino Pinto compuseram o antológico samba “Preconceito”. É um Capricorniano, signo que une o básico, o tradicional e o elegante e costuma ser de uma pessoa madura, centrada, com senso de responsabilidade extraordinário. Essas qualidades o acompanharam por toda vida;

 

- É o 5º filho, dentre 11 irmãos. 9 se criaram e 2 (um casal de gêmeos) faleceram ainda “anjos”, que ele não chegou a conhecer;

- Carlos, viveu a sua primeira infância, no meio rural em contato direto com a natureza, nas fazendas da família e se considerava um “filho do algodão” – a economia que ditava os destinos do nordeste na época. Uma época conturbada, marcada pela 2ª Guerra Mundial. Ele é da geração do pós-guerra, da guerra fria, do tempo que toda geladeira era branca e todo telefone era preto. É provável que a temperatura do clima e da política, tenham contribuído para forjá-lo em um resistente revolucionário;

 

Seus Estudos:

 

- Carlos Augusto, aprendeu as primeiras letras “o ABC grande” com sua tia Celsa na “CARTILHA DO POVO”. Foi um aprendizado emblemático, que introjetou no seu comportamento, por toda vida, respeitar e defender o nosso povo;

- Teve uma sólida educação formal no Colégio 7 de setembro e no Liceu do Ceará, onde ganhou o apelido de PARANGABA – Um nome que se tornou uma lenda no movimento estudantil do Ceará.

- Retoma seus estudos em 1976, onde conclui o Supletivo de 2º Grau e ingressa no curso de Agronomia da UFAM, concluindo o curso em 1980. Hoje ele se “queixa” que é AGRÔNOMO e tem duas pós-gradução.

 

Militância Política:

 

- Desde a adolescência Carlos Augusto, optou por ser um indivíduo “gauche”, que no idioma francês, significa “de esquerda”.

- Militou no PCB (Partidão), no PC do B (Partido Comunista do Brasil), no PRC (Partido Revolucionário Comunista) e continua militando no Partido dos Trabalhadores (PT), partido que ajudou a construir no Acre;

- Amargou o seu primeiro cárcere, incurso na LSN (lei de segurança nacional), nas primeiras horas do golpe militar de 64, no 23 BC de Fortaleza (..23º Batalhão de Caçadores de Fortaleza?)

- Após ser liberado no Inquérito policial, entra na mais rigorosa clandestinidade por 15 anos, adotando os nomes de MÁRIO ÂNGELO e JOSÉ ROBERTO e em 1972, consegue tirar documentos com o nome de RAIMUNDO CARDOSO DE FREITAS –  “O CARDOSO”, como o conhecemos ainda hoje;

- Nesse período conhece o Brasil profundo, se deslocando constantemente por Mato Grosso, Espírito Santo, Bahia, Minas Gerais, Roraima, Amazonas e Acre.

Durante essa clandestinidade, só não foi “guia de cego”, mas exerceu diversas atividades como: agrimensor, auxiliar de enfermagem, retratista, peão de fazenda de cacau, sempre agitando e tentando organizar o povo;

- Mesmo depois da Anistia política de 1979, continuou na semiclandestinidade por mais 28 anos, quando recupera, na justiça, o direito de resgatar seu nome verdadeiro, CARLOS AUGUSTO LIMA PAZ, em 2007;

 

Uma frustração política:

 

- No início dos anos 60, tentou contribuir com o processo revolucionário de Cuba, mas, foi deportado 2 vezes da ilha. Na 1ª, fugiu do navio a nado. Ficou em prisão domiciliar em Havana e foi deportado pela 2ª vez para a Guiana Inglesa, onde amargou nova prisão. Agora, passados 60 anos, com a publicação de suas memórias, vai poder mostrar para as autoridades cubanas, que não era um “gusano”.

 

Duas “balsas” para Manacapuru

 

- Entre as muitas balsas que o PT amargou no Acre, em duas delas o Cardoso foi passageiro privilegiado. Pegou “balsa” na eleição para Prefeito de Rio Branco, em 1985, e para Deputado Estadual, em 2010;

 

Virtude e Fortuna:

 

O Carlos Augusto, o Parangaba, o Mário Ângelo, o Zé Roberto e o CARDOSO, nomes de uma mesma pessoa, tem as qualidades que Maquiavel considera que um príncipe deve possuir. Ele teve a virtude da coragem no enfrentamento da ditadura, e de jagunços do latifúndio.  Teve virtude e competência para driblar os órgãos de informações do regime militar (SNI, DOPS e outros órgãos de inteligência), que nunca descobriram que Carlos Augusto e Raimundo Cardoso, tratava-se da mesma pessoa.

 

A sorte também o bafejou (a sorte, é a fortuna de que fala Maquiavel). Como dizem no nordeste, ele tem sorte do que “achar dinheiro em calçada alta” (a pessoa nem precisa se baixar para apanhar). Sobre essa sorte, basta dizer que  amargou várias prisões, mas não foi torturado, como muitos de seus companheiros. Escapou de ir para a guerrilha do Araguaia, onde poucos revolucionários sobreviveram, como por exemplo, José Genoíno o Prefaciador do livro.

- CARDOSO, hoje aos 83 anos, “já de meio dia prá tarde” continua na luta, de onde nunca se retirou, e hoje, nos brinda com suas memórias!!

3º ATO

Saudações em vídeos

Pedro Albuquerque (contemporâneo do Liceu do Ceará)

José Genoíno (Prefaciador do livro);

Sibá Machado (Companheiro do PT/AC)

 

 

4º ATO

Histórias e Memórias

Depoimentos:

- Prof. Marcos Inácio Fernandes (Marcão);

- João Pedro (Dirigente do INCRA e amigo do autor)

 

 

5º ATO

Pronunciamento do Autor

(15 min)

Fala do Cardoso

6º ATO

Encerramento

(2 min)

Caros participantes,

Chegamos ao final deste emocionante evento de lançamento dessa Obra, que promete muitas emoções em sua leitura.

Agradecemos de coração a presença de cada um de vocês, que tornaram este momento ainda mais especial. É sempre gratificante ver a paixão pela leitura e pela literatura reunida em um só lugar.

Convidamos todos a se juntarem a nós para um coquetel não etílico, ouvindo a vóz e o violão do cantor e compositor Alberan,  onde poderemos continuar a conversa e compartilhar experiências sobre a obra. Nosso querido Cardoso estará à disposição para assinar os exemplares comprados. Os preços são: R$ 60,00 para o exemplar individual e R$ 100,00 para o pacote “presenteie um amigo”, onde além do seu exemplar você leva mais um livro.

Não percam a oportunidade de ter um autógrafo exclusivo e aproveitar um momento de descontração com outros leitores e amigos.

Muito obrigado.

 MEMÓRIA FOTOGRÁFICA

Barrinhos e Cardoso


Cardoso e Crisóstimo (mestre de Cerimônia)


Cardoso usando a palavra


Cardoso e Eugênio


Cardoso e Marcão


Cardoso e servidoras do Incra.



Charle Crisóstimo, fazendo o cerimonial.


Charle, Márcio Alércio, Cardoso e esposas do Márcio e Charle.


Pedro Albuquerque (Depomento em vídeo)


João Pedro saudando Cardoso.



Alberam animando o evento,



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