Jorge Simas e Didu Nogueira
Em parceria com o maestro Antônio Carlos, o Tony do Bandolim, estamos trazendo para uma apresentação em Rio Branco, Jorge Simas e Didu Nogueira. Eles prestarão um tributo à João Nogueira, um dos maiores compositores de samba do Brasil, que "subiu" em 2000, mas deixou um grande legado à Música Popular Brasileira.
O show será no dia 07 de outubro (sábado) as 20:30 hs, na Usina de Artes João Donato, da Fundação de Estadual de Cultura Elias Mansour - FEM.
Os ingressos já estão a venda ao prêço de R$ 30,00 (trinta reais)
Este evento tem o apoio da Fundação Elias Mansour - FEM e da Fundação Municipal da Cultura Garibaldi Brasil - FGB.
Também conta com o patrocínio do Café da Floresta, o Resort Hotel e da Leritur-Viagens e Turismo.
Quem é Jorge Simas.
Jorge Simas é violonista, nascido no Rio de
Janeiro e que mora há dez anos em Recife. É
no seu instrumento, violão de 7 cordas, dentre os músicos de sua geração, aquele com mais faixas gravadas, cerca de 5000,
com os mais importantes nomes da nossa música, dentre eles; Beth Carvalho,
Alcione, Jair Rodrigues, Monarco, Roberto Ribeiro, Djavan, Ivan Lins, Zeca
Pagodinho, Martinho da Villa, Dona Ivone Lara, Emílio Santiago, Simone,
Gilberto Gil, Nara Leão, Luís Melodia, Lenine, Diogo Nogueira, Carlos Lyra, Elis
Regina, Quarteto em Cy, Paulo Cesar Pinheiro, Daniela Mercury, Elza Soares,
Jorge Aragão, Noite Ilustrada, Arlindo Cruz, Fagner e Fundo de Quintal.
Trabalhou com
nomes do quilate de Nelson Gonçalves, Sílvio Caldas, Gonzaguinha, Cartola,
Nelson Cavaquinho, Zé Ketti, Clara
Nunes, Cauby Peixoto, Miltinho, Taiguara e Clementina de Jesus.
No campo da
música instrumental atuou ao lado de Turíbio Santos, Abel Ferreira, Guinga,
Antônio Adolfo , Nó em Pingo Dágua, K-Ximbinho, Waldir Azevedo, Altamiro
Carrilho, Tom Jobim, Joel Nascimento, Hamilton de Holanda e Rosinha de Valença.
Faz parte da Orquestra Carioca de Choro.
Junto ao
clarinetista Paulo Moura, representou o Brasil nos festivais internacionais de
música, Folk Tejo em Lisboa, Portugal em 1990 e no Vail Jazz Party, no
colorado, EUA, em 1997, tocando ao lado dos trompetistas Art farmer e Winston
Marsallis além do pianista Monty Alexander.
É também
compositor, tendo obras gravadas por João Nogueira, Zeca Pagodinho, Elizeth
Cardoso, Hamilton de Hollanda, MPB 4, Chico Buarque de Holanda, Leni Andrade,
Diogo Nogueira e Elymar Santos.
Prêmios:
1979 -
Vencedor do Concurso de Conjuntos
de Choro com o conjunto Nó em Pingo DÁgua.
1987 -
Vencedor do Prêmio Shell da Música Popular na categoria Disco Instrumental, com o Nó Em Pingo Dágua- disco Salvador.
1992 – Tróféu
Manchete – O Melhor do Carnaval
1995 –
Vencedor do Primeiro Festival de Choro
da Cidade do Rio de Janeiro,
promovido pelo Museu da Imagem e do Som, com o choro Rio à Toa, em parceria com
o clarinetista Dirceu Leitte.
1997- Vencedor do Prêmio Sharp da Música
Brasileira, com o CD “ Paulo Moura e os Batutas” , na categoria Melhor CD Instrumental.
1997 –
Vencedor do Prêmio Sharp da Música Brasileira, com Paulo Moura e os Batutas, na
categoria Melhor Grupo Instrumental.
1997 –
Vencedor do Primeiro Grammy Latino, com o CD “ Paulo Moura e os Batutas”, na
categoria Instrumental.
Quem é Didu Nogueira.
Didú
Nogueira é um cantor ímpar pelo seu jeito malandreado de cantar. É um
intérprete com variados recursos vocais. De sua mãe, Gisa Nogueira - compositora renomada, irmã do homenageado,
João Nogueira - herdou a veia sincopada do Samba. Sua bossa peculiar traduz bem
o que já dizia Noel Rosa: “o Samba nasce no coração”.
Ficha Técnica:
Músicos
:
Jorge
Simas – Arranjos e violão de 7
Didu
Nogueira – vóz
Participações
especiais: Tony do Bandolim – Bandolim e violão de 6;
Walber
do Cavaco – Cavaquinho.
Anderson
Liguth – Pandeiro e percussão;
Paulo
Henrique – Percussão;
Convidado:
Beto Cézar.
Direção
Geral Marcos Fernandes (Marcão) e Tony do Bandolim
Roteiro indicativo
(Não necessariamente nessa ordem)
1 – Espelho (João Nogueira /Paulo César Pinheiro)
2 – Além do Espelho (João Nogueira / Paulo César Pinheiro)
3 – Nó da Madeira (João Nogueira /Eugênio Monteiro)
4 – Um Ser de Luz (João Nogueira/Mauro Duarte/Paulo César Pinheiro)
5 – Mineira (João Nogueira /Paulo César Pinheiro)
6 – Maria Rita ( Luíz Grande)
7 – Clube do Samba (João Nogueira)
8 – Poder da Criação (João Nogueira/Paulo César Pinheiro)
9 – Súplica (João Nogueira /Paulo César Pinheiro)
10 – Saldo Positivo (Gisa Nogueira)
11- Luz Maior (Jorge Simas/Marcos Paiva)
12 – Minha Missão (João Nogueira /Paulo César Pinheiro)
13 – Tempo à Beça (João Nogueira)
14 – Samba Rubro-Negro (Wilson Batista/Jorge de Castro)
15 – E lá Vou Eu (Mensageiro)- (João Nogueira/Paulo César Pinheiro)
16 – Batendo a Porta (João Nogueira/Paulo César Pinheiro)
17 –No Tempo do Patropi (Jorge Simas /Paulo César Feital)
18 – Xingu (João Nogueira)
O homenageado
João Nogueira (Rio de Janeiro, 12 de novembro de 1941 —
Rio de Janeiro, 5 de junho de 2000)
Filho do advogado e
músico João Batista Nogueira e irmão da também compositora, Gisa Nogueira, cedo
tomou contato com o mundo musical. Logo, aprendeu a tocar violão e
a compor em parceria com a irmã.
João Nogueira
começou a compor aos 15 anos, fazendo sambas para o bloco carnavalesco
Labareda, do Méier, através do qual conheceu o músico Moacyr Silva, dirigente
da gravadora Copacabana, que o ajudou a gravar o samba Espere, Ó Nega,
em 1968. Mas ele apareceu na cena artística nacional quando no início dos
anos 70 emplacou o sucesso Das 200 Pra Lá, samba que defendia a
política de expansão de nossa fronteira marítima ao longo de 200 milhas da
plataforma continental. O samba assumiu as primeiras posições das
paradas na voz de Eliana Pittman e mereceu citação em reportagem da revista
americana Time, pelo seu tom nacionalista afirmativo. Funcionário da Caixa Econômica,
João se viu às voltas com certo patrulhamento, já que a bandeira das 200 milhas
havia sido levantada pelo governo militar. “Pensaram que eu tinha virado Dom e
Ravel”, brincou ele mais tarde. Seu primeiro disco foi um compacto simples
com Alô Madureira e Mulher Valente. Em 1969
Elizeth Cardoso gravou seuCorrente de Aço, no disco Falou.
Se no LP de 1974
ele reservara uma faixa para Noel Rosa, de quem gravou Gago Apaixonado,
neste ele gravaria Não Tem Tradução, reverenciando mais uma vez o
poeta da Vila, um dos três esteios de sua inspiração, ao lado de Geraldo
Pereira e Wilson Batista, dos quais recebeu as influências que explicavam seu
estilo de compor e cantar o samba – e aos quais dedicaria um LP inteiro (Wilson,
Geraldo e Noel, 1981, Polygram). O disco, contudo, seria lembrado
por outros sucessos, como Nó na Madeira (parceria com Eugênio
Monteiro) e Mineira, uma homenagem a Clara Nunes, parceria com P.
C. Pinheiro, o marido da cantora. O disco trazia ainda três parcerias com um
jovem violonista de muito talento, que se revelava ótimo compositor, Cláudio
Jorge, com quem assinou três faixas do disco (Samba da Bandola, Chorando
Pelos Dedos e Pra fugir Nunca Mais). Ivor Lancelotti, de
quem João gravara o lindo samba-canção De Rosas e Coisas Amigas, no
disco de 1974, reaparecia com Seu Caminho Se Abre. Em 1979 ele
introduziria o parceiro no show João Nogueira Apresenta Ivor Lancelotti.
Quando Diogo Nogueira, seu filho, canta Espelho, faixa
título do disco que João lançou em 1977, os jovens que formam sua legião de fãs
imaginam que ele está falando do pai, nos versos que dizem “Um dia chutei mal e
machuquei o dedo/ E sem ter mais o velho pra espantar o medo/ Foi mais uma
vontade que ficou pra trás”. Afinal, Diogo foi jogador profissional de futebol,
esporte que abandonou depois de sofrer uma séria contusão. Na verdade a letra
da música é autobiográfica, sim, mas de João, o pai, referindo-se ao avô
de Diogo. O flamenguista João Nogueira foi também um boleiro frustrado por uma
contusão.
Nos quatro
primeiros discos que João lançou estavam dadas as linhas mestras do que seria
sua carreira. E está contido o melhor do compositor, que um dia entrou no
Portelão cantando “Hoje eu estou cheio de alegria/ E sou até capaz de me
embriagar/ Uns amigos bambas neste dia/ Me convidaram a participar/ De uma
escola de samba que é todo meu dengo/ De um terreiro de bambas que é todo meu
mal/ Vou me livrar da tristeza/ E sambar na beleza do seu Carnaval”, samba de
apresentação à ala dos compositores da Águia de Osvaldo Cruz, que o convidará a
se juntar a seus bambas, em 1972. O namoro duraria até meados dos anos 80,
quando João abandonou a escola, descontente com os rumos que o presidente
Carlinhos Maracanã lhe impôs, e juntou-se a outros sambistas, herdeiros do
velho Natal, para fundar, em 1984, a Tradição, escola para a qual compôs em
parceria com P. C. Pinheiro os cinco primeiros sambas-enredo, de 1985 a 1989.
Diogo, seu filho, é a reconciliação com a Portela, onde foi por quatro
vezes vencedor do samba-enredo.
Em 1979, João
fundou o Clube do Samba, com Alcione, Martinho da Vila e Beth Carvalho,
entidade à qual dedicou o título de seu disco daquele ano, que trouxe
novos sucessos, comoSúplica e Canto do Trabalhador (com
P. C. Pinheiro). O clube, que no início funcionava em sua casa e que mais
tarde lançou um bloco carnavalesco para desfilar na Avenida Rio Branco
arrastando foliões saudosos dos velhos carnavais, funcionou em vários
endereços, inclusive na Barra da Tijuca. Pelo seu palco passaram os
grandes nomes do samba e compositores das escolas cariocas. Era frequente a
programação reunir numa mesma noite gente do naipe de Ivone Lara, João Nogueira
e Roberto Ribeiro, que um ano depois de sua morte foi homenageado pelo bloco no
Carnaval. O próprio João, morto no ano 2000, seria homenageado no Carnaval
seguinte com o tema “Como Diria João”.
Uma das músicas
mais cantadas de João, uma espécie de hino dos compositores, foi o sucesso do
disco de 1980, Boca do Povo. Trata-se de Poder da Criação (“Ninguém
faz samba só porque prefere/ Força nenhuma no mundo interfere/ Sobre o poder da
criação”), novamente com P. C. Pinheiro, seu parceiro mais constante, com quem
acabou por lançar o CD Parceria, em 1994, no qual
comemoravam 22 anos de composições conjuntas e mais de 50 obras compostas. “A
gente senta junto e, quando levanta, está saindo um samba. Até mesmo sem
querer”, diria João. Nas dezessete faixas do CD, há uma homenagem a Clara
Nunes, morta em 1983, nas faixas Um Ser de Luz e As
Forças da Natureza, de versos emocionados como As pragas e as ervas
daninhas/ As armas e os homens do mal/ Vão desaparecer/ Nas cinzas de um
Carnaval. João lançaria outros grandes discos, como o já citado em
homenagem aos três grandes do samba, Wilson, Geraldo, Noel,
seu nono álbum (1981), só com músicas dos três autores, dando descanso à
parceria com P. C. Pinheiro.
Ele seguiria
lançando discos de qualidade (18 álbuns-solo no total) e participaria de discos
coletivos, como Clara Nunes – Com Vida (1995), no qual dividiu
as faixas com gente como Martinho da Vila, Roberto Ribeiro e Nana Caymmi.
E Chico Buarque da Mangueira (1998), disco em homenagem ao
compositor, que era enredo da escola naquele ano. Em 1995, com o maestro e
pianista Marinho Boffa, João gravaria um CD só com músicas desse mesmo Chico
Buarque de Hollanda, num trabalho de Almir Chediak com catorze canções,
dentro da segunda edição do projeto Letra e Música. O disco foi
lançado com um show no programa Seis e Meia do Teatro João
Caetano. Ele participou também do disco Esquina do Samba, gravado
ao vivo em 2000 no botequim Pirajá, em São Paulo, com Ivone Lara, Walter
Alfaiate, Beth Carvalho, Moacyr Luz, Luiz Carlos da Vila e outros. No
mesmo ano participou de um disco da Velha Guarda da Portela. Em 2009 foi lançado um DVD da participação de João Nogueira no programa Ensaio, da TV
Cultura de São Paulo.
O João Nogueira
morreu na madrugada do dia 5 de junho de 2000, aos 58 anos, vítima de um
infarto fulminante, em sua casa no Recreio dos Bandeirantes. João vinha
sofrendo de problemas circulatórios que lhe haviam causado uma isquemia
cerebral dois anos antes. Esteve internado em estado grave por um bom tempo,
mas conseguiu se recuperar. Sofreu nova isquemia de menor impacto no início de
2000 e outra dois meses depois. Mas, sob observação médica, estava confiante,
levava uma vida mais regrada, e ensaiava para shows que faria por aqueles dias,
nos quais planejava apresentar trabalhos inéditos, além de sucessos de seu
último álbum,João de Todos os Sambas, lançado em 1998 na
quadra da Escola de Samba Acadêmicos da Rocinha, na favela que era homenageada
no disco: “Junto ao mar/ Num morro que era ainda despovoado/ E dividia a
Gávea e São Conrado/ Nasceu uma favela”, dizia na faixa Rocinha.
Foi uma perda grande para a cena musical brasileira. “Ele tinha uma forma de
frasear muito própria. Não vejo seguidores dele. Creio que essa escola, cuja
origem talvez tenha sido Ciro Monteiro, se acaba com a morte de João”, lamentou
Hermínio Bello de Carvalho. Todos sabiam de suas qualidades especiais de
intérprete, mas João valorizava mesmo as composições. Só em 1999, quando
recebeu o Troféu Eletrobras de MPB é que reconheceu seu canto. “Hoje estou
adorando cantar. Antes, gostava que me vissem mais como compositor”, disse.
João deixou 4 filhos, entre eles Diogo, que pegou o bastão, não deixou a peteca
cair e nos faz matar as saudades do pai, dada a semelhança física, vocal e a
simpatia com que representa o melhor samba carioca.
Com sua morte,
vários colegas se juntaram para apresentar, nas mesmas datas e no mesmo local,
um espetáculo em sua homenagem. Participaram Zeca Pagodinho, Beth Carvalho, Dona Ivone Lara, Arlindo Cruz e Sombrinha, Emílio
Santiago, Carlinhos Vergueiro e
a família de João: o sobrinho Didu, o filho Diogo e
a irmã e parceira Gisa. O show foi gravado para o disco João Nogueira,
Através do Espelho.
Fonte: Wikipedia
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