sábado, 30 de setembro de 2017

TRIBUTO Á JOÃO NOGUEIRA



Jorge Simas e Didu Nogueira

Em parceria com o maestro Antônio Carlos, o Tony do Bandolim, estamos trazendo para uma apresentação em Rio Branco, Jorge Simas e Didu Nogueira. Eles prestarão um tributo à João Nogueira, um dos maiores  compositores de samba do Brasil, que "subiu" em 2000, mas deixou um grande legado à Música Popular Brasileira.

O show será no dia 07 de outubro (sábado) as 20:30 hs, na Usina de Artes João Donato, da Fundação de Estadual de Cultura Elias Mansour - FEM.
Os ingressos já estão a venda ao prêço de R$ 30,00 (trinta reais)

Este evento tem o apoio da Fundação Elias Mansour - FEM e da Fundação Municipal da Cultura Garibaldi Brasil - FGB.

Também conta com o patrocínio do Café da Floresta, o Resort Hotel e da Leritur-Viagens e Turismo.


Quem é  Jorge Simas.

Jorge Simas é violonista, nascido no Rio de Janeiro e que mora há dez anos em Recife. É no seu instrumento, violão de 7 cordas, dentre os músicos de sua geração, aquele com mais faixas gravadas, cerca de 5000, com os mais importantes nomes da nossa música, dentre eles; Beth Carvalho, Alcione, Jair Rodrigues, Monarco, Roberto Ribeiro, Djavan, Ivan Lins, Zeca Pagodinho, Martinho da Villa, Dona Ivone Lara, Emílio Santiago, Simone, Gilberto Gil, Nara Leão, Luís Melodia, Lenine, Diogo Nogueira, Carlos Lyra, Elis Regina, Quarteto em Cy, Paulo Cesar Pinheiro, Daniela Mercury, Elza Soares, Jorge Aragão, Noite Ilustrada, Arlindo Cruz, Fagner e Fundo de Quintal.
Trabalhou com nomes do quilate de Nelson Gonçalves, Sílvio Caldas, Gonzaguinha, Cartola, Nelson Cavaquinho,  Zé Ketti, Clara Nunes, Cauby Peixoto, Miltinho, Taiguara e Clementina de Jesus.
No campo da música instrumental atuou ao lado de Turíbio Santos, Abel Ferreira, Guinga, Antônio Adolfo , Nó em Pingo Dágua, K-Ximbinho, Waldir Azevedo, Altamiro Carrilho, Tom Jobim, Joel Nascimento, Hamilton de Holanda e Rosinha de Valença. Faz parte da Orquestra Carioca de Choro.
Junto ao clarinetista Paulo Moura, representou o Brasil nos festivais internacionais de música, Folk Tejo em Lisboa, Portugal em 1990 e no Vail Jazz Party, no colorado, EUA, em 1997, tocando ao lado dos trompetistas Art farmer e Winston Marsallis além do pianista Monty Alexander.
É também compositor, tendo obras gravadas por João Nogueira, Zeca Pagodinho, Elizeth Cardoso, Hamilton de Hollanda, MPB 4, Chico Buarque de Holanda, Leni Andrade, Diogo Nogueira e Elymar Santos.
Prêmios:
1979  -  Vencedor do Concurso de Conjuntos de Choro com o conjunto Nó em Pingo DÁgua.
1987 - Vencedor do Prêmio Shell da Música Popular na categoria Disco Instrumental, com o Nó Em Pingo Dágua- disco Salvador.
1992 – Tróféu Manchete – O Melhor do Carnaval
1995 – Vencedor do Primeiro Festival de Choro da Cidade do Rio de Janeiro, promovido pelo Museu da Imagem e do Som, com o choro Rio à Toa, em parceria com o clarinetista Dirceu Leitte.
1997-  Vencedor do Prêmio Sharp da Música Brasileira, com o CD “ Paulo Moura e os Batutas” , na categoria Melhor CD  Instrumental.
1997 – Vencedor do Prêmio Sharp da Música Brasileira, com Paulo Moura e os Batutas, na categoria Melhor Grupo Instrumental.

1997 – Vencedor do Primeiro Grammy Latino, com o CD “ Paulo Moura e os Batutas”, na categoria Instrumental.

Quem é Didu Nogueira.

Didú Nogueira é um cantor ímpar pelo seu jeito malandreado de cantar. É um intérprete com variados recursos vocais. De sua mãe, Gisa Nogueira -  compositora renomada, irmã do homenageado, João Nogueira - herdou a veia sincopada do Samba. Sua bossa peculiar traduz bem o que já dizia Noel Rosa: “o Samba nasce no coração”.

Ficha Técnica:

Músicos :

Jorge Simas – Arranjos e violão de 7
Didu Nogueira – vóz
Participações especiais: Tony do Bandolim – Bandolim e violão de 6;
Walber do Cavaco – Cavaquinho.
Anderson Liguth – Pandeiro e percussão;
Paulo Henrique – Percussão;
Convidado: Beto Cézar.
Direção Geral Marcos Fernandes (Marcão) e Tony do Bandolim

Roteiro indicativo
(Não necessariamente nessa ordem)

1 – Espelho (João Nogueira /Paulo César Pinheiro)
2 – Além do Espelho (João Nogueira / Paulo César Pinheiro)
3 – Nó da Madeira (João Nogueira /Eugênio Monteiro)
4 – Um Ser de Luz (João Nogueira/Mauro Duarte/Paulo César Pinheiro)
5 – Mineira (João Nogueira /Paulo César Pinheiro)
6 – Maria Rita ( Luíz Grande)
7 – Clube do Samba (João Nogueira)
8 – Poder da Criação (João Nogueira/Paulo César Pinheiro)
9 – Súplica (João Nogueira /Paulo César Pinheiro)
10 – Saldo Positivo (Gisa Nogueira)
11- Luz Maior (Jorge Simas/Marcos Paiva)
12 – Minha Missão (João Nogueira /Paulo César Pinheiro)
13 – Tempo à Beça (João Nogueira)
14 – Samba Rubro-Negro (Wilson Batista/Jorge de Castro)
15 – E lá Vou Eu (Mensageiro)- (João Nogueira/Paulo César Pinheiro)
16 – Batendo a Porta (João Nogueira/Paulo César Pinheiro)
17 –No Tempo do Patropi (Jorge Simas /Paulo César Feital)
18 – Xingu (João Nogueira)




O homenageado
João Nogueira (Rio de Janeiro12 de novembro de 1941 — Rio de Janeiro, 5 de junho de 2000)
Filho do advogado e músico João Batista Nogueira e irmão da também compositora, Gisa Nogueira, cedo tomou contato com o mundo musical. Logo, aprendeu a tocar violão e a compor em parceria com a irmã.
João Nogueira começou a compor aos 15 anos, fazendo sambas para o bloco carnavalesco Labareda, do Méier, através do qual conheceu o músico Moacyr Silva, dirigente da gravadora Copacabana, que o ajudou a gravar o samba Espere, Ó Nega, em 1968. Mas ele apareceu na cena artística nacional quando no início dos anos 70 emplacou o sucesso Das 200 Pra Lá, samba que defendia a política de expansão de nossa fronteira marítima ao longo de 200 milhas da plataforma continental. O samba assumiu as primeiras posições das paradas na voz de Eliana Pittman e mereceu citação em reportagem da revista americana Time, pelo seu tom nacionalista afirmativo. Funcionário da Caixa Econômica, João se viu às voltas com certo patrulhamento, já que a bandeira das 200 milhas havia sido levantada pelo governo militar. “Pensaram que eu tinha virado Dom e Ravel”, brincou ele mais tarde. Seu primeiro disco foi um compacto simples com Alô Madureira e Mulher Valente. Em 1969 Elizeth Cardoso gravou seuCorrente de Aço, no disco Falou
Se no LP de 1974 ele reservara uma faixa para Noel Rosa, de quem gravou Gago Apaixonado, neste ele gravaria Não Tem Tradução, reverenciando mais uma vez o poeta da Vila, um dos três esteios de sua inspiração, ao lado de Geraldo Pereira e Wilson Batista, dos quais recebeu as influências que explicavam seu estilo de compor e cantar o samba – e aos quais dedicaria um LP inteiro (Wilson, Geraldo e Noel, 1981, Polygram). O disco, contudo, seria lembrado por outros sucessos, como Nó na Madeira (parceria com Eugênio Monteiro) e Mineira, uma homenagem a Clara Nunes, parceria com P. C. Pinheiro, o marido da cantora. O disco trazia ainda três parcerias com um jovem violonista de muito talento, que se revelava ótimo compositor, Cláudio Jorge, com quem assinou três faixas do disco (Samba da Bandola, Chorando Pelos Dedos e Pra fugir Nunca Mais). Ivor Lancelotti, de quem João gravara o lindo samba-canção De Rosas e Coisas Amigas, no disco de 1974, reaparecia com Seu Caminho Se Abre. Em 1979 ele introduziria o parceiro no show João Nogueira Apresenta Ivor Lancelotti. Quando Diogo Nogueira, seu filho, canta Espelho, faixa título do disco que João lançou em 1977, os jovens que formam sua legião de fãs imaginam que ele está falando do pai, nos versos que dizem “Um dia chutei mal e machuquei o dedo/ E sem ter mais o velho pra espantar o medo/ Foi mais uma vontade que ficou pra trás”. Afinal, Diogo foi jogador profissional de futebol, esporte que abandonou depois de sofrer uma séria contusão. Na verdade a letra da música é autobiográfica, sim, mas de João, o pai, referindo-se ao avô de Diogo. O flamenguista João Nogueira foi também um boleiro frustrado por uma contusão.
Nos quatro primeiros discos que João lançou estavam dadas as linhas mestras do que seria sua carreira. E está contido o melhor do compositor, que um dia entrou no Portelão cantando “Hoje eu estou cheio de alegria/ E sou até capaz de me embriagar/ Uns amigos bambas neste dia/ Me convidaram a participar/ De uma escola de samba que é todo meu dengo/ De um terreiro de bambas que é todo meu mal/ Vou me livrar da tristeza/ E sambar na beleza do seu Carnaval”, samba de apresentação à ala dos compositores da Águia de Osvaldo Cruz, que o convidará a se juntar a seus bambas, em 1972. O namoro duraria até meados dos anos 80, quando João abandonou a escola, descontente com os rumos que o presidente Carlinhos Maracanã lhe impôs, e juntou-se a outros sambistas, herdeiros do velho Natal, para fundar, em 1984, a Tradição, escola para a qual compôs em parceria com P. C. Pinheiro os cinco primeiros sambas-enredo, de 1985 a 1989. Diogo, seu filho, é a reconciliação com a Portela, onde foi por quatro vezes vencedor do samba-enredo.
Em 1979, João fundou o Clube do Samba, com Alcione, Martinho da Vila e Beth Carvalho, entidade à qual dedicou o título de seu disco daquele ano, que trouxe novos sucessos, comoSúplica Canto do Trabalhador (com P. C. Pinheiro). O clube, que no início funcionava em sua casa e que mais tarde lançou um bloco carnavalesco para desfilar na Avenida Rio Branco arrastando foliões saudosos dos velhos carnavais, funcionou em vários endereços, inclusive na Barra da Tijuca. Pelo seu palco passaram os grandes nomes do samba e compositores das escolas cariocas. Era frequente a programação reunir numa mesma noite gente do naipe de Ivone Lara, João Nogueira e Roberto Ribeiro, que um ano depois de sua morte foi homenageado pelo bloco no Carnaval. O próprio João, morto no ano 2000, seria homenageado no Carnaval seguinte com o tema “Como Diria João”.
Uma das músicas mais cantadas de João, uma espécie de hino dos compositores, foi o sucesso do disco de 1980, Boca do Povo. Trata-se de Poder da Criação (“Ninguém faz samba só porque prefere/ Força nenhuma no mundo interfere/ Sobre o poder da criação”), novamente com P. C. Pinheiro, seu parceiro mais constante, com quem acabou por lançar o CD Parceria, em 1994, no qual comemoravam 22 anos de composições conjuntas e mais de 50 obras compostas. “A gente senta junto e, quando levanta, está saindo um samba. Até mesmo sem querer”, diria João. Nas dezessete faixas do CD, há uma homenagem a Clara Nunes, morta em 1983, nas faixas Um Ser de Luz As Forças da Natureza, de versos emocionados como As pragas e as ervas daninhas/ As armas e os homens do mal/ Vão desaparecer/ Nas cinzas de um Carnaval. João lançaria outros grandes discos, como o já citado em homenagem aos três grandes do samba, Wilson, Geraldo, Noel, seu nono álbum (1981), só com músicas dos três autores, dando descanso à parceria com P. C. Pinheiro.
Ele seguiria lançando discos de qualidade (18 álbuns-solo no total) e participaria de discos coletivos, como Clara Nunes – Com Vida (1995), no qual dividiu as faixas com gente como Martinho da Vila, Roberto Ribeiro e Nana Caymmi. E Chico Buarque da Mangueira (1998), disco em homenagem ao compositor, que era enredo da escola naquele ano. Em 1995, com o maestro e pianista Marinho Boffa, João gravaria um CD só com músicas desse mesmo Chico Buarque de Hollanda, num trabalho de Almir Chediak com catorze canções, dentro da segunda edição do projeto Letra e Música. O disco foi lançado com um show no programa Seis e Meia do Teatro João Caetano. Ele participou também do disco Esquina do Samba, gravado ao vivo em 2000 no botequim Pirajá, em São Paulo, com Ivone Lara, Walter Alfaiate, Beth Carvalho, Moacyr Luz, Luiz Carlos da Vila e outros. No mesmo ano participou de um disco da Velha Guarda da Portela. Em 2009 foi lançado um DVD da participação de João Nogueira no programa Ensaio, da TV Cultura de São Paulo.
O João Nogueira morreu na madrugada do dia 5 de junho de 2000, aos 58 anos, vítima de um infarto fulminante, em sua casa no Recreio dos Bandeirantes. João vinha sofrendo de problemas circulatórios que lhe haviam causado uma isquemia cerebral dois anos antes. Esteve internado em estado grave por um bom tempo, mas conseguiu se recuperar. Sofreu nova isquemia de menor impacto no início de 2000 e outra dois meses depois. Mas, sob observação médica, estava confiante, levava uma vida mais regrada, e ensaiava para shows que faria por aqueles dias, nos quais planejava apresentar trabalhos inéditos, além de sucessos de seu último álbum,João de Todos os Sambas, lançado em 1998 na quadra da Escola de Samba Acadêmicos da Rocinha, na favela que era homenageada no disco: “Junto ao mar/ Num morro que era ainda despovoado/ E dividia a Gávea e São Conrado/ Nasceu uma favela”, dizia na faixa Rocinha. Foi uma perda grande para a cena musical brasileira. “Ele tinha uma forma de frasear muito própria. Não vejo seguidores dele. Creio que essa escola, cuja origem talvez tenha sido Ciro Monteiro, se acaba com a morte de João”, lamentou Hermínio Bello de Carvalho. Todos sabiam de suas qualidades especiais de intérprete, mas João valorizava mesmo as composições. Só em 1999, quando recebeu o Troféu Eletrobras de MPB é que reconheceu seu canto. “Hoje estou adorando cantar. Antes, gostava que me vissem mais como compositor”, disse. João deixou 4 filhos, entre eles Diogo, que pegou o bastão, não deixou a peteca cair e nos faz matar as saudades do pai, dada a semelhança física, vocal e a simpatia com que representa o melhor samba carioca.

Com sua morte, vários colegas se juntaram para apresentar, nas mesmas datas e no mesmo local, um espetáculo em sua homenagem. Participaram Zeca PagodinhoBeth CarvalhoDona Ivone LaraArlindo Cruz e SombrinhaEmílio SantiagoCarlinhos Vergueiro e a família de João: o sobrinho Didu, o filho Diogo e a irmã e parceira Gisa. O show foi gravado para o disco João Nogueira, Através do Espelho.
Fonte: Wikipedia

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