domingo, 21 de outubro de 2018

ALERTA E ORIENTAÇÃO AOS FAMILIARES E AMIGOS




ALERTA E ORIENTAÇÃO AOS FAMILIARES E AMIGOS

Por: Marcos Inácio Fernandes

 “Há momentos em que silenciar é mentir”. Miguel de Unamuno (1864-1936)

Estamos vivendo e vivenciando um desses momentos aqui no Brasil.
Não posso me dá ao luxo de ficar calado e nem de “lavar as mãos” como Pôncios Pilatos. O momento exige uma ação mais efetiva do que se preocupar com uma questão de higiene.

Confesso que estou ficando com medo e amargurado!!
Não tenho medo de enfrentar as hordas fascistas nas redes sociais e nas ruas.

ESTOU COM MEDO DE PERDER A MINHA HUMANIDADE!

Estou com medo de perder a amizade de pessoas queridas da família, amigos de infância, amigos de trabalho, e outras que cultivei pela vida afora. São pessoas que sei que são boas, decentes e cristãs. Elas me proporcionaram muitos momentos prazerosos na minha existência de 70 anos de vida.
Agora já no ocaso da vida, de “meio dia prá tarde”, me amarguro de ver essas pessoas apoiando, fazendo campanha, compartilhando mentiras, que chamam agora de FAKE NEWS e votando nesse candidato que faz apologia a TORTURA que, na minha concepção, é o crime mais hediondo. Trata-se de um crime contra a humanidade.

Como professor de Ciência Política por 20 anos na UFAC e por dever de ofício, conheço, na teoria e na prática, o que é uma DITADURA, o que é TORTURA e o que é o NAZIFASCISMO.

Na ditadura militar no Brasil, fui preso político junto com Izolda, minha cunhada, e sofremos o suplício da tortura. A minha mais leve, só de pancadas pelo corpo todo e tortura psicológica. A de Izolda foi mais pesada (ela pode testemunhar). Perdemos o nosso amigo comum, José Silton, assassinado sob tortura, que depois teve o corpo carbonizado num fusca e enterrado numa cova rasa. A família nem teve o direito cristão de enterrar o seu morto. Tive outro amigo torturado com requintes de perversidade, Paulo Pontes, que foi condenado a prisão perpétua, mas sobreviveu, e depois foi anistiado. Hoje é professor de Ensino Superior no Campus Federal de Feira de Santana na Bahia.
Tenho, portanto, lembranças amargas desses Anos de Chumbo e que milhões de pessoas querem reviver e legitimar pelo VOTO.

São tempos sombrios de ódio e intolerância. As patologias sociais afloram e a gente descobre, estupefato, que convivemos tanto tempo com pessoas que defendem esses valores e são complacentes e coniventes com as barbaridades que são ditas e praticadas pelo seu “mito” que atende pelo nome de JAIR MESSIAS BOLSONARO. Suas hordas fascistas, mesmo antes das urnas lhe darem legitimidade, já estão tocando o terror país afora.

Esse filme nós já vimos nas telas e nos livros. Foi o NAZIFASCISMO dos anos 30 na Alemanha.  “A PÁTRIA ACIMA DE TUDO” de Hitler é copiada sem nenhuma criatividade como lema do PSL. (o atual partido do Bolsonaro, o seu 6° partido) Lá deu no que deu. Perseguição aos judeus, aos comunistas, aos ciganos e aos gays. A 2ª guerra mundial com 50 milhões de mortos e o Holocausto com 6 milhões de judeus mortos. E a gente lembra a frase de Samuel Johnson: “O patriotismo é o último refúgio dos canalhas”.

O filósofo Alemão Hegel afirmou que “a história se repete” e outro filósofo, também Alemão, Marx, complementou: “na primeira vez como farsa, na segunda como tragédia.” (O 18 Brumário de Luís Bonaparte). Estamos vendo esses mesmos sintomas se repetindo no Brasil, que junta farsa e tragédia ao mesmo tempo.

Por fim reafirmo a minha posição político-ideológica. Militei, quando universitário, no PCBR, do patriota Apolônio de Carvalho, e no Partidão - PCB, de outro patriota valoroso, Luís Carlos Prestes. Ajudei a organizar no Acre o Partidão com meus colegas da UFAC, os companheiros Valdir Calixto, Evaristo de Lucca e Pedro Vicente. Não renego a minha formação COMUNISTA e tenho orgulha dela.

Hoje me considero um SOCIALISTA UTÓPICO, pois me faltam qualidades para ser um COMUNISTA e sou dirigente do PARTIDO DOS TRABALHADORES no Acre, também com muito orgulho.

Afirmo prá vocês que não sou um PETRALHA nem MENSALEIRO e nem LADRÃO como vocês gostam de generalizar. No nosso partido tem milhares de pessoas decentes e de patriotas que amam o Brasil. Então espero não ser pedir demais, que pelo menos RESPEITEM, quem vocês conhecem mais de perto.

Minha tese de Mestrado é sobre o PT do Acre. Estudei a sua trajetória e como militante e dirigente conheço o seu valor. Sei dos seus erros e dos seus desvios pois senti na pele muitos deles, e algumas das minhas críticas ao partido, já externei interna e externamente. Publiquei um artigo “O Declínio da Estrela” onde faço minhas críticas.

Agora posso garantir que não somos os mais CORRUPTOS e nem somos os maiores responsáveis por essa fase que o Brasil está passando.

Por fim, não aceito o pretexto e a conveniência de justificar o voto em Bolsonaro para se livrar do PT e da corrupção. Até entendo que vocês sintam ódio de nós do PT, mas não se vinguem no Brasil.

No próximo domingo 28/10 não votem com o fígado. Votem com o coração, com o pensamento nos versos do Hino da Bandeira – “o lindo pendão da esperança e símbolo augusto da paz”.

Pelo exposto recomendo aos meus familiares e amigos o voto 13 em Fernando Haddad – pro Brasil ser feliz de novo!

Rio Branco (AC), 21 de outubro de 2018.

Marcos Inácio Fernandes (Marcão para uns, e Marquito pra os mais chegados)

PS – Eu Só queria Sossego, depois que me aposentei em 2010. Curtir meu neto, viajar, ler e escrever as minhas memórias com que aconteceu de bom na minha vida. Entretanto, a realidade que se nos apresenta nos impõe a dureza de continuar na luta. Dela não me retiro!

Aceitarei qualquer que seja o resultado das eleições mesmo sabendo que a democracia está sendo hackeada. Se o resultado me for adverso, eu que nunca usei armas e só atirei de baladeira, a alternativa é comprar mesmo uma arma, tirar o seu porte e aprender a manuseá-la para me defender das hordas e milícias fascistas. Quero viver, até pelo menos, o rei Arthur, meu neto, completar seus 15 anos.


Também lamento dizer que já não verei muitas pessoas queridas com o mesmo olhar de antes. Espero que o tempo me ajude a entender melhor o que está se passando e que no futuro eu tenha um olhar mais condescendente com elas. Vou tentar seguir o ensinamento musical de Paulinho da Viola: “Por isso deixo em aberto meu saldo de sentimentos / Sabendo que só o tempo ensina a gente a viver.” (Só o Tempo - P.Viola)






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