terça-feira, 4 de outubro de 2022

MUITOS PREGOS NA CIDADE E NENHUMA BROCHA NA CIDADANIA!!

 



MUITOS PREGOS NA CIDADE E NENHUMA BROCHA NA CIDADANIA!!

Por: Marcos Inácio Fernandes*

“O povo deve lutar pela lei como por um muro”

 Heráclito (576-480 a.C)

A Frente Popular do Brasil e a Frente Popular do Acre, encabeçadas pelo Partido dos Trabalhadores falharam, miseravelmente, na construção da CIDADANIA. Fizemos muitas obras físicas, algumas estruturantes, criamos consumidores, mas, não formamos cidadãos. Essas constatações são comprovadas pelos números das votações anteriores para Presidente e as recentes eleições gerais registradas no Acre. Vejamos:

- ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS NO ACRE

ANO

CANDIDATOS

1º TURNO

(Nº votos e %)

2º TURNO

(Nº Votos e %)

1989

Collor

45.862 (38,95%)

83.103 (69,18%)

 

Lula

22.954 (17,93%)

39.695 (30,82 %)

 

 

 

 

1994

FHC

90.132 (54,01 %)

-

 

Lula

39.656 (30,91 %)

-

 

 

 

 

1998

FHC

90.363 (46,80 %)

-

 

Lula

59.690 (30,91 %)

-

 

 

 

 

2002

Lula

123.999 (46,80 %)

142.363 (59,95 %)

 

José Serra

50.250 (18,97 %)

93.803 (40,06 %)

 

 

 

 

2006

Lula

133.221 (46,62 &)

151.584 (52,36 %)

 

Geraldo Alckmin

161.889 (51,79 %)

137.911 (47,64 %)

 

 

 

 

2010

Dilma

82.733 (23,92 %)

96.969 (30,33 %)

 

José Serra

180.252 (52,12 %)

222.766 (69,67 %)

 

 

 

 

2014

Dilma

111.610 (27,98 %)

138.922 (36,32 %)

 

Aécio Neves

116.015 (29,08 %)

243.530 (63,68 %)

 

 

 

 

2018

Bolsonaro

262.508 (62,24 %)

294.899 (77,22 %)

 

Fernando Haddad

78.170 (18,53 %)

86.977 (22,78 %)

 

 

 

 

2022

 Lula

129.022 (29,26 %)

 

 

Bolsonaro

275.582 (62,50 %)

 

 

 

 

 

 



Como os números do Acre apontam, perdemos 3 eleições presidenciais consecutivas, uma para Collor, no 2º turno e duas para FHC logo no 1º turno. Em 2002 Lula ganha nos dois turnos, para José Serra, mas em 2006, Lula perde no 1º turno para o Alckmin e consegue suplantá-lo no 2º turno, após um “puxão de orelha” que o Jorge Viana deu em todo seu secretariado. Os sinais das urnas, a partir de 2006, já nos alertavam, que apenas uma boa gestão e construção de obras, não eram suficientes para motivar os eleitores. Continuamos com a “política do avestruz” sem querer enxergar o que estava acontecendo a nossa volta e negligenciamos a construção da cidadania, na perspectiva de conscientizar o povo para que ele não sirva aos seus algozes poderosos como eleitor.

Então, após 20 anos de governo da FPA, encabeçada pelo PT, veio a hecatombe de 2018. Fomos soterrados pelos votos. Fenômeno que se repetiria em 2020 e agora em 2022. É lamentável constatar que, mesmo apresentando bons quadros de militantes do nosso partido, estamos fora do Executivo, da Câmara Municipal, da Assembleia Legislativa, da Câmara Federal e do Senado.

Agora nesse processo eleitoral de 2022, alguns fatos e números me espantam:

1 – Como se explica, que a situação, que ganhou tudo em 2018, não fizeram nada em 4 anos, se envolveram em diversas corrupções, tiveram dissidências importantes no bloco do poder, entre elas a do vice governador. Como vimos, o governador foi trucidado nos debates da campanha eleitoral, principalmente, pelos antigos aliados e apesar de tudo isso ganha no 1º turno com a votação expressiva de 242.100 votos (56,75 %)? Será que a “Síndrome de Estocolmo” (um transtorno psicológico em que as vítimas se identificam com seus algozes) se abateu sobre o povo acreano?

2 – Como se explica que os dois Senadores eleitos em 2018, agora concorrendo ao cargo majoritário para o Governo tenham tido uma votação tão medíocre?

- Sérgio Petecão em 2018, teve 244.109 votos e agora em 2022, teve 27.393 votos (Quebrou 89%). “O Senador popular” tem que arranjar outro slogan.

- Márcio Bittar em 2018, teve 185.066 votos e agora em 2022, teve 4.773 votos (Quebra de mais de 97%). Ademais o Márcio gastou nessa campanha, conforme relata o TSE, R$ 3.123.690,39. Cada voto saiu por R$ 654,45 (Acho que foi o voto mais inflacionado do Brasil);

3 – Em 2018, muitos vaticinaram, precipitadamente, o fim do PT. Mas cá estamos nós de volta, igualmente a Fênix, vamos renascer das cinzas. Aqui no Acre apresentamos os nossos melhores quadros para a eleição majoritária com Jorge Viana, Marcus Alexandre e Nazaré Araújo e muitos bons candidatos proporcionais na Federação que construímos (PT, PC do B e PV). Foi uma campanha relâmpago de 45 dias, que aglutinou e empolgou a militância de nossos partidos. Mostramos o nosso legado, defendemos os nossos partidos e apresentamos nossas propostas. Fizemos o dever de casa, numa campanha só comparável a de 1990. A exemplo daquela, perdemos eleitoralmente, mas saímos com um saldo político considerável. Prá quem era dado como morto, sair dessa eleição com mais de 100 mil votos, mais do que a somatória dos 5 demais partidos (MDB, PSD, União Brasil, PSOL, AGIR) é um ativo considerável, que não nos permite lamentações e melancolias. Mormente porque a “guerra” não terminou ainda. Temos uma tarefa humanitária, civilizatória e democrática de eleger Lula presidente.

Ademais, temos que ter a clareza de manter e transformar os COMITÊS DE APOIO Á LULA em COMITÊS DE LUTA, para ajudar na conscientização e mobilização permanente do povo para que Lula possa ter governabilidade e tirar o país dessa crise profunda, pois o Congresso que elegemos no dia 02 de outubro, continuará dominado pelo CENTRÃO e suas pautas conservadoras.

Portanto às ruas e as redes, pedir votos e virar votos pro nosso eterno presidente Lula e “hasta la victória, siempre” !!

 

Rio Branco (AC), 04 de outubro de 2022

*Marcos Inácio Fernandes (Marcão), é militante do PT.


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