MUITOS PREGOS NA CIDADE E NENHUMA
BROCHA NA CIDADANIA!!
Por: Marcos
Inácio Fernandes*
“O povo
deve lutar pela lei como por um muro”
Heráclito (576-
A
Frente Popular do Brasil e a Frente Popular do Acre, encabeçadas pelo Partido
dos Trabalhadores falharam, miseravelmente, na construção da CIDADANIA. Fizemos
muitas obras físicas, algumas estruturantes, criamos consumidores, mas, não
formamos cidadãos. Essas constatações são comprovadas pelos números das votações
anteriores para Presidente e as recentes eleições gerais registradas no Acre.
Vejamos:
-
ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS NO ACRE
ANO |
CANDIDATOS |
1º
TURNO (Nº
votos e %) |
2º
TURNO (Nº
Votos e %) |
1989 |
Collor |
45.862
(38,95%) |
83.103 (69,18%) |
|
Lula |
22.954
(17,93%) |
39.695
(30,82 %) |
|
|
|
|
1994 |
FHC |
90.132
(54,01 %) |
- |
|
Lula |
39.656
(30,91 %) |
- |
|
|
|
|
1998 |
FHC |
90.363
(46,80 %) |
- |
|
Lula |
59.690
(30,91 %) |
- |
|
|
|
|
2002 |
Lula |
123.999
(46,80 %) |
142.363
(59,95 %) |
|
José Serra |
50.250
(18,97 %) |
93.803
(40,06 %) |
|
|
|
|
2006 |
Lula |
133.221
(46,62 &) |
151.584
(52,36 %) |
|
Geraldo Alckmin |
161.889
(51,79 %) |
137.911
(47,64 %) |
|
|
|
|
2010 |
Dilma |
82.733
(23,92 %) |
96.969
(30,33 %) |
|
José Serra |
180.252
(52,12 %) |
222.766
(69,67 %) |
|
|
|
|
2014 |
Dilma |
111.610
(27,98 %) |
138.922
(36,32 %) |
|
Aécio Neves |
116.015
(29,08 %) |
243.530
(63,68 %) |
|
|
|
|
2018 |
Bolsonaro |
262.508
(62,24 %) |
294.899
(77,22 %) |
|
Fernando Haddad |
78.170
(18,53 %) |
86.977
(22,78 %) |
|
|
|
|
2022 |
Lula |
129.022
(29,26 %) |
|
|
Bolsonaro |
275.582
(62,50 %) |
|
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|
Como os números do Acre apontam, perdemos 3 eleições presidenciais consecutivas, uma para Collor, no 2º turno e duas para FHC logo no 1º turno. Em 2002 Lula ganha nos dois turnos, para José Serra, mas em 2006, Lula perde no 1º turno para o Alckmin e consegue suplantá-lo no 2º turno, após um “puxão de orelha” que o Jorge Viana deu em todo seu secretariado. Os sinais das urnas, a partir de 2006, já nos alertavam, que apenas uma boa gestão e construção de obras, não eram suficientes para motivar os eleitores. Continuamos com a “política do avestruz” sem querer enxergar o que estava acontecendo a nossa volta e negligenciamos a construção da cidadania, na perspectiva de conscientizar o povo para que ele não sirva aos seus algozes poderosos como eleitor.
Então,
após 20 anos de governo da FPA, encabeçada pelo PT, veio a hecatombe de 2018. Fomos
soterrados pelos votos. Fenômeno que se repetiria em 2020 e agora em 2022. É
lamentável constatar que, mesmo apresentando bons quadros de militantes do
nosso partido, estamos fora do Executivo, da Câmara Municipal, da Assembleia
Legislativa, da Câmara Federal e do Senado.
Agora
nesse processo eleitoral de 2022, alguns fatos e números me espantam:
1
– Como se explica, que a situação, que ganhou tudo em 2018, não fizeram nada em
4 anos, se envolveram em diversas corrupções, tiveram dissidências importantes
no bloco do poder, entre elas a do vice governador. Como vimos, o governador
foi trucidado nos debates da campanha eleitoral, principalmente, pelos antigos
aliados e apesar de tudo isso ganha no 1º turno com a votação expressiva de
242.100 votos (56,75 %)? Será que a “Síndrome de Estocolmo” (um transtorno
psicológico em que as vítimas se identificam com seus algozes) se abateu sobre
o povo acreano?
2
– Como se explica que os dois Senadores eleitos em 2018, agora concorrendo ao
cargo majoritário para o Governo tenham tido uma votação tão medíocre?
-
Sérgio Petecão em 2018, teve 244.109 votos e agora em 2022, teve 27.393 votos
(Quebrou 89%). “O Senador popular” tem que arranjar outro slogan.
-
Márcio Bittar em 2018, teve 185.066 votos e agora em 2022, teve 4.773 votos
(Quebra de mais de 97%). Ademais o Márcio gastou nessa campanha, conforme
relata o TSE, R$ 3.123.690,39. Cada voto saiu por R$ 654,45 (Acho que foi o
voto mais inflacionado do Brasil);
3
– Em 2018, muitos vaticinaram, precipitadamente, o fim do PT. Mas cá estamos
nós de volta, igualmente a Fênix, vamos renascer das cinzas. Aqui no Acre
apresentamos os nossos melhores quadros para a eleição majoritária com Jorge
Viana, Marcus Alexandre e Nazaré Araújo e muitos bons candidatos proporcionais
na Federação que construímos (PT, PC do B e PV). Foi uma campanha relâmpago de
45 dias, que aglutinou e empolgou a militância de nossos partidos. Mostramos o
nosso legado, defendemos os nossos partidos e apresentamos nossas propostas.
Fizemos o dever de casa, numa campanha só comparável a de 1990. A exemplo
daquela, perdemos eleitoralmente, mas saímos com um saldo político
considerável. Prá quem era dado como morto, sair dessa eleição com mais de 100
mil votos, mais do que a somatória dos 5 demais partidos (MDB, PSD, União
Brasil, PSOL, AGIR) é um ativo considerável, que não nos permite lamentações e
melancolias. Mormente porque a “guerra” não terminou ainda. Temos uma tarefa
humanitária, civilizatória e democrática de eleger Lula presidente.
Ademais,
temos que ter a clareza de manter e transformar os COMITÊS DE APOIO Á LULA em COMITÊS
DE LUTA, para ajudar na conscientização e mobilização permanente do povo para
que Lula possa ter governabilidade e tirar o país dessa crise profunda, pois o
Congresso que elegemos no dia 02 de outubro, continuará dominado pelo CENTRÃO e
suas pautas conservadoras.
Portanto
às ruas e as redes, pedir votos e virar votos pro nosso eterno presidente Lula
e “hasta la victória, siempre” !!
Rio
Branco (AC), 04 de outubro de 2022
*Marcos
Inácio Fernandes (Marcão), é militante do PT.
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