LP e CD da peça Liberdade, Liberdade
Da peça Liberdade,
Liberdade.
Nessa véspera do dia “D”
de tensão e angústias com nossa democracia ameaçada fui reler meu exemplar
dessa peça do Millôr Fernandes e Flávio Rangel e também ouvir o CD com a
interpretação fabulosa do Paulo Autran. Eu ganhei o LP dessa peça, do meu amigo, José
Silton Pinheiro, assassinado sob tortura pela ditadura militar em 1972. Depois
adquiri o CD que fazia parte da coletânea de Nara Leão.
Transcrevo o texto final
do espetáculo.
“Às vezes, no fim de uma
batalha, nem se sabe quem venceu; ou o vencedor parece derrotado. Cristo morreu
na cruz, mas o cristianismo se transformou na maior força espiritual do mundo.
Galileo Galilei cedeu diante da Inquisição, mas a terra continuou gerando ao
redor do sol e quatro séculos mais tarde, um jovem tenente anunciou da estrastosfera
que a terra é azul. Anne Frank morreu, mas Israel ressurgiu da cinza dos tempos.
Quando Hitler dançou sobre o chão da França, tudo parecia perdido. Mas a cada
ato de luta corresponde um passo da vitória. (...) A liberdade é viva; a
liberdade vence; a liberdade vale. Onde houver um raio de esperança haverá uma
hipótese de luta.
Gostaria que meu boa noite
tocasse vossos corações numa síntese de fé e de coragem igual ao boa noite de
Winston Churchil, em 1940, atravessando o Canal da Mancha numa silenciosa e
fria madrugada: “E agora, boa noite. Durmam a fim de recobrar forças para o
amanhã; pois o amanhã virá. E brilhará claro e limpo sobre os bravos, os
honestos, os de coração sereno, brilhará sobre todos os que sofrem por esta
causa e, mais gloriosamente, sobre a campa dos heróis. Assim será nossa
alvorada. Boa noite.
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