Um texto que escrevi logo
que meu pai subiu e virou poeira de estrelas.
E lá se vão 30 anos.
Inácio
Fernandes Desidério (22/02/1925 – 28/07/1987) –Encantou-se aos 62 anos.
Com a morte de meu pai,
fecha-se um ciclo afetivo na minha vida. Perdi uma pessoa que me queria bem profundamente!
Morreu um homem bom. Um
pouco orgulhoso, teimoso em demasia, mas bom!
Um homem amargurado, muito
solitário. Viveu demasiadamente sua solidão e suas angústias. Resistiu muito.
Bom pai. Morreu novo, mas
morreu tarde. Há tempos que ele não queria mais viver. Já tinha deixado “cada
coisa em seu lugar”, como no poema de Bandeira.
Já se achava satisfeito
com a sua passagem por este mundo. 4 filhos, já todos casados e com filhos.
Ganhou 9 netos. Não queria mais nada. Só morrer sem dá trabalho a ninguém. E
assim aconteceu. Morreu só, num quarto de hospital. Meu pai, agora só uma
lembrança de uma criatura sofrida. Um homem bom, que já não servia mais prá
muita coisa. INÁCIO FERNANDES DESIDÉRIO.
Meu pai segurando minhas mãos, minha mãe Lia, minha avó materna, Ana e meu tio-irmão, Ailton. Foto tirada em Fernando de Noronha. É a única foto que tenho com meu pai. O cachorro preto, não lembro o nome.
Sempre me emociono com essas homenagens.Leio e me reporto ao tempo que meu pai foi. São perdas doídas, que cicatrizam com o passar do tempo, mas que nunca são esquecidas. Gosto dessa imagem poética -virou poeira de estrelas!Valeu Marquito! Bjos
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