Thiago de Mello (30/03/1926 – 14/01/2022).
Poeta
e tradutor brasileiro, reconhecido como um ícone da literatura regional. Sua
poesia está vinculada ao Terceiro Tempo Modernista. Thiago de Mello, nome
literário de Amadeu Thiago de Mello, nasceu em Porantim do Bom Socorro,
município de Barreirinha, no Estado do Amazonas, no dia 30 de março de 1926. Em
1931, ainda criança, mudou-se com a família para Manaus, onde iniciou seus
estudos no Grupo Escolar Barão do Rio Branco e depois, no Ginásio Pedro II.
Mais tarde mudou-se para o Rio de Janeiro, onde em 1946 ingressou na Faculdade
Nacional de Medicina, mas não chegou a concluir o curso para seguir a carreira
literária. Em 1947, Thiago de Mello publicou seu primeiro volume de poemas,
“Coração da Terra”. Em 1950 publicou seu poema “Tenso Por Meus Olhos”, na primeira
página do Suplemento Literário do Jornal Correio da Manhã. Em 1951 publicou
“Silêncio e Palavra”, que foi muito bem acolhido pela crítica. Em seguida
publicou: “Narciso Cego” (1952) e “A Lenda da Rosa” em (1957). Em 1957, Thiago
de Mello foi convidado para dirigir o Departamento Cultural da Prefeitura do
Rio de Janeiro. Entre 1959 e 1960 foi adido cultural na Bolívia e no Peru. Em
1960 publicou “Canto Geral”. Entre os anos de 1961 e 1964 foi adido cultural em
Santiago, no Chile, onde conhece o escritor Pablo Neruda, de quem faz a
tradução de uma antologia poética. Logo depois do golpe militar de 1964, Thiago
renunciou ao posto de adido cultural e em 1965 foi residir no Rio de Janeiro.
Sua poesia ganhou forte conteúdo político e Indignado com o Ato Institucional
nº. 1 e por ver a tortura ser empregada como método de interrogatório, escreveu
o seu poema mais famoso, “Os Estatutos do Homem” (1977), poema que levamos até
si agora. Thiago de Mello, autor de uma obra vinculada à geração de 1945,
tornou-se nacionalmente conhecido na década de 1960 como um intelectual
engajado na luta pelos Direitos Humanos, e manifestou em sua poesia o seu
repúdio ao autoritarismo e à repressão.
(Texto extraído do Mundo dos Poemas)
Um dos seus poemas que eu mais aprecio:
Madrugada Camponesa
“faz escuro ainda no chão,
Mas é preciso plantar.
A noite já foi mais noite
A manhã já vai chegar.
Agora
Não vale mais a canção
Feita de medo arremedo
Para enganar solidão.
Agora vale a verdade
Cantada simples e sempre
Agora vale a alegria
Que se constrói dia a dia
Feita de canto e de pão.
Faz escuro (já nem tanto)
Vale a pena trabalhar
Faz escuro, mas eu canto
Porque a manhã vai chegar.”
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