terça-feira, 4 de outubro de 2016

ELEIÇÕES, OSTRACISMO E ESPERANÇAS





Já são 36 anos de lutas. E que venham mais 36.

Eleições Municipais 2016 – Resultados do Acre.
(Prefeitos eleitos por partido, porcentagem de votos e vereadores eleitos do PT)
Municípios por Região
Prefeito eleito por partido e % de votos
Nºde vereadores eleitos pelo PT
Nome dos vereadores do PT
Alto Acre:


09

Assis Brasil
Zum – PSDB – 52,59%
01
Ivelina Araújo.
Brasiléia
Fernanda Hassen – PT – 53,14%
03
Rosildo, Antônio Francisco e Edu.
Epitaciolândia
Tião Flores – PSB - 47,07%
02
Messias e Aldemir Sales.
Xapuri
Bira Vasconcelos – PT – 41,39%
03
Joseni Oliveira, Equi e Miranda




Baixo Acre:

10

Acrelândia
Caetano –PSB -53,73%
-
O candidato do PT. Jerson, teve 360 votos, mais do que 8 vereadores eleitos, mas não obteve  legenda.
Capixaba
Zé Augusto –PP -35,71%
01
Jorge Capoeiro
P. de Castro
Gedeon –PSDB- 47,78%
02
Rogério Pinheiro e Klaczik
S. Guiomard
André Lima – PSD – 32,37%
02
Profa. Cláudia e profa. Francisca Macedo
Rio Branco
Marcus Alexandre –PT -54,87%
04
Dr. Jackson Ramos, Rodrigo Forneck, Mamed Dankar e Antônio Morais. A legenda que elegeu a maior bancada.
Bujari
Romualdo –PC do B – 29,87%
01
Adaildo.
Porto Acre
Bené –PROS – 45,36%
-
-




Purus

03

S. Madureira
Mazinho – PMDB -38,65%
-
-
M. Urbano
Tanizo Sá – PMDB -44,46%
02
Carlinhos e Charles Brandão.
Santa Rosa
Assis Moura –PRP -45,51%
01
Gregório Sereno




Tarauacá/Envira

07

Feijó
Kieffer – PP – 46,96%
03
Cabeça, Mauro e Dedê
Tarauacá
Marlete Vitorino –PSD – 47,98%
03
Ezi Aragão,Raquel de Souza e Príncipe
Jordão
Elson Farias –PC do B -55,18%
01
Rozaldo




Juruá

11

C. Sul
Ilderlei Cordeiro- PMDB – 46,61%
01
Franciney
Mâncio Lima
Isaac Lima – PT -56,35%
03
Zeca do Petencostes, Romilson Pinheiro e Renan Costa
Rodrigues Alves
Sebastião Correia – PMDB -58,78%
03
Mendes, Curinga e Marcelo Silva. Os 3 foram os mais votados
Porto Walter
Zezinho Barbary – PMDB -67,30%
01
Radi Cameli.
M. Thaumaturgo
Isaac Piyãko – PMDB – 56,52% (Ashaninka)
03
Silvano Queiroz, Amadeuzim e Edézio Matos




Total
04 Prefeitos do PT, incluindo a capital
40
Em Acrelândia. Porto Acre e Sena Madureira, não elegemos vereadores.


Eleições, ostracismo e esperanças.

Por: Marcos Inácio Fernandes*

As eleições de 2016 em Rio Branco com a nossa vitória, incontestável, logo no 1º turno, nos dá aquela alegria do “gol de honra”, após uma goleada nas urnas pelo Brasil afora.
Saudamos também como fato positivo a eleição do, Rodrigo Forneck, do Mamed Dankar, do Jackson Ramos e do Antônio Morais, que foi reeleito. O PT foi a legenda que elegeu a maior bancada na Câmara de Rio Branco. Os 4 do PT, mais o Eduardo Farias do PC do B, com os demais vereadores eleitos pela Frente de Rio Branco garantem uma governabilidade confortável ao Marcus Alexandre.

No Acre, além da capital, o PT elegeu mais três Prefeitos, a saber: o Bira Vasconcelos em Xapuri, que vai ter mais uma chance de administrar a Princesinha do Acre; a Fernanda Hassen, em Brasiléia e Isaac Lima, em Mâncio Lima. Em todo Estado o PT elegeu 40 vereadores e na Câmara de Rodrigues Alves, os 3 vereadores mais votados são do PT. Colocamos uma cunha na região do Juruá.

Por outro lado não elegemos vereadores em Acrelândia, Porto Acre e Sena Madureira. Cumprindo registrar, no entanto, que o nosso candidato Jerson, da Extensão Rural de Acrelândia, teve 360 votos, suplantando 8 dos 9 vereadores eleitos. Como o PT concorreu sozinho, sem se coligar, não obteve o quórum para conseguir uma vaga. Em Acrelândia o vereador mais votado teve 362 votos e a 9ª vaga daquela Câmara, o vereador que foi eleito, teve 204 votos.

Cumpre destacar nessas eleições do Acre os seguintes fatos: Elegemos três mulheres para o Executivo municipal, Socorro Nery, vice-prefeita de Rio Branco; Fernanda Hassen, prefeita de Brasiléia e Marlete Vitorino, prefeita de Tarauacá. O PT não elegeu mulheres para a Câmara de Rio Branco e tinha seis opções disponíveis e só elegeu quatro vereadoras em todo Estado. As mulheres continuam com uma participação reduzida na política.

Consideramos como muito alvissareiro a eleição de um índio, da etnia Ashaninka, Isaac Piyãko, para a prefeitura de Marechal Thaumaturgo pelo PMDB. Ressaltamos também a expressiva votação do jovem, Carlos Gomes, da REDE, que apesar de neófito na política e em eleições, ficou na 3ª colocação na eleição de Rio Branco, desbancando Raimundo Vaz, uma raposa felpuda, que milita há décadas na política sindical e partidária do Estado.

Registre-se ainda as expressivas votações de dois jovens do PT, André Mansour e Jô Luís, que submeteram seus nomes, pela 1ª vez, ao escrutínio das urnas aqui em Rio Branco e amealharam 1.470 e 1.353 votos respectivamente. Não se elegeram. Entretanto, esse fato aponta para uma fresta de esperanças que se abre para a participação da juventude na política, tão necessitada de um arejamento nesses tempos sombrios.

No mais foi o que se viu. A nossa legenda regrediu no resto do país e vem de um declínio constante. Em 2004, tínhamos nove (9) prefeituras de capitais; em 2008, cinco (5); em 2012, quatro (4) e agora em 2016, uma (1), em uma capital periférica e vamos disputar o 2º turno no Recife, sendo a nossa eleição uma incógnita. Perdemos  a jóia da coroa de São Paulo, logo no 1º turno, apesar da boa administração do Haddad. Dessa eleição, na principal capital do país, fica um alento que nos serve de consolo. Suplicy, do PT, foi o vereador mais votado dos últimos 20 anos e a Martraíra, agora no PMDB, sua ex-esposa, ficou na 4ª colocação na eleição majoritária, comprovando que o povo abomina os traidores.

A nossa péssima performance nessas eleições municipais deve-se, principalmente, aos nossos erros e equívocos e a negligência com a formação política e a construção da cidadania. Porém, temos que ressaltar os fatores externos que contribuíram para o nosso baixo desempenho. O fogo de saturação permanente do jornalismo de guerra; a operação “boca de urna” do juiz Moro e da força tarefa sob o seu comando. Lula transformado em chefe de quadrilha, pelo MPF com base nas convicções dos Procuradores messiânicos, passando a ser réu. As prisões de ex-ministros do PT, Guido Mantega e Antônio Palocci; e a abertura de inquérito no STF contra Gleise Hoffman e o marido. Todos do PT. E o Cunha solto sem ser incomodado.

Vivemos tempos de guerra e estamos sob ataque. Querem nos aniquilar. Então façamos como o general Republicano da guerra civil espanhola, que inteiramente cercado, gritava para os seus soldados: “companheiros! Estamos cercados! Não vamos deixar o inimigo escapar!”
Também estamos sitiados, mas, vamos resistir, a exemplo de Stalingrado na 2ª guerra mundial. Como o Nelson Sargento diz do samba, também o PT, “agoniza mas não morre e alguém sempre lhe socorre, antes do suspiro derradeiro”.

Temos ainda muita militância, muitos quadros políticos e muita inserção social no campo e na cidade. Ao combate!!!

Talvez só consigamos nos reerguer, depois de uma, ou duas gerações. Mas temos que começar agora e pode ser aqui pelo Acre.

Proponho:

1º - Que os nossos Prefeitos eleitos venham fazer um estágio de gestão e administração com o Marcus Alexandre;

2º - Que o PT, monte uma estrutura, técnico/política, para acompanhar e assessorar as nossas prefeituras, para não se repetir o fiasco das nossas administrações em Xapuri e Porto Acre, que ocorreu num passado bem próximo;

3º - Que seja providenciada para cada um dos nossos vereadores o “Manual do Vereador”, que o gabinete do então Senador, Tião Viana, organizou em 2007. Da mesma forma, que no executivo, um acompanhamento dos nossos mandatos em todos os municípios;

4º - Elaborar cursos de cidadania e formação política para a militância, especialmente, para jovens e mulheres. A proposta é no sentido de “Um tijolo na cidade e outro na cidadania”;

5º - Tornar as nossas administrações as mais transparentes possíveis. Lembrando que: “a luz do sol é o melhor desinfetante” (Louis Brandeis). Isso pode contribuir para minimizar a tentação de se cometer ilicitudes;

*Marcos Inácio Fernandes é professor aposentado e militante do PT

PS – Quando estava na Concha Acústica acompanhando a apuração do TER pelo telão junto com a militância, me encontrei com Cardoso e o Rezende e perguntei pelo Gilberto Siqueira. O Rezende então me mostrou onde ele estava e fui cumprimentá-lo. Gilberto estava só, com o cabelo totalmente grisalho, de camisa e bandeira vermelha também acompanhando a apuração. O homem que foi de uma importância enorme para Rio Branco e o Acre, desde Jorge Viana na prefeitura de Rio Branco, em 1992, e nos governos sucessivos do PT, estava totalmente solitário. No ostracismo. O seu gesto, como simples militante, renovou as minhas esperanças. Cumprindo lembrar que foi o Siqueira, que trouxe o Marcus Alexandre, nosso prefeito reeleito, para o Acre.

 

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