sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

37 ANOS DO PARTIDO DOS TRABALHADORES




 
 Agora são 37 anos

 Osmar Facundo (1º vereador do PT ) e Lula









Hoje o Partido dos Trabalhadores – PT, completa 37 anos de existência, em meio a sua maior crise partidária. Uma crise que nos possibilita pensar e repensar a nossa trajetória histórica com os nossos de erros e acertos. Considero que erramos muito, desde o sectarismo da nossa fase embrionária até as concessões que fizemos a partir da “Carta aos Brasileiros” e nas políticas dos “governos de coalisão”. Por outro lado, no governo do Acre e do Brasil, fizemos muitas coisas positivas e benéficas para a maioria do nosso povo. E o povo, que no Brasil, sempre serviu os poderosos, deixou de fazê-lo a partir de 2002, e sentiu o gostinho de políticas públicas voltadas para as classes subalternas. E o povo, na sua soberania, nos brindou com 4 mandatos consecutivos na esfera federal e 5 mandatos consecutivos na estadual. Acho o saldo extremamente positivo. Ainda temos ativos e pólvora para queimar. E, por falar em queimar, tenho certeza que podemos renascer das cinzas. Desde que aprendamos com as derrotas (e o golpe do impeachment foi a maior delas) e corrijamos algumas posturas políticas e pessoais, tanto dos dirigentes como dos militantes. Façamos as nossas críticas e auto críticas de forma honesta, leal e transparente. Vamos resgatar a nossa história de lutas e de conquistas e voltar as dialogar com as nossas bases e com a sociedade em geral. Compartilho um pouco da história do nosso partido, com trechos pinçados da minha tese de Mestrado sobre o PT no Acre (MIF)
 

“Foi a partir dos ciclo de greves do ABCD, em São Paulo, que os trabalhadores despertaram para a necessidade de uma organização política que extrapolasse as demandas econômicas e os interesses corporativos. Em entrevista ao "ABCD jornal", em dezembro de 1979, o próprio Luiz lnácio Lula da Silva assim se refere ao assunto:
Realmente eu era um dirigente apolítico ate 77. Foi só com as greves que percebemos a necessidade de participação política. Vimos que os dois campos estavam muito ligados. Que não adianta ganhar 10%, se quem está no poder tem meios para baixar uma política salarial para tirar todas as conquistas da classe trabalhadora [...] descobrimos coisa ainda maior. Que não bastava passar por cima da legislação de exceção e fazer greve. Que não bastava quebrar a lei do arrocho, por que só isso não iria solucionar o problema dos trabalhadores. Descobrimos então a necessidade da organização política do trabalhador (...) Dai a proposta do Partido dos Trabalhadores. (PETIT, 1996: 70)
O processo de organização do Partido dos Trabalhadores iria se constituir na "lógica da diferença" em meio a mesmice e ao "arcaísmo político-partidário" brasileiro. (KECK, 1991)
No início da década de 80, o Estado amargava o transtorno da sua posição geográfica e da sua insignificância política no cenário nacional. No inverno, ficava isolado por via terrestre; no verão, por via fluvial e em ambos os períodos ficavam isolados das decisões políticas mais gerais, corroborando uma subalternidade política que remonta a sua formação histórica.
A indiferença do poder central, bem como a "indiferença e o desamor dos eternos forâneos em relação aos fatos, coisas e pessoas do Acre", iria amalgamar o sentimento de "acreanidade", fenômeno socio-cultural que permanece ate os dias atuais e que nos anos 70 e 80 era muito forte em relação aos empresários e especuladores do centro-sul do país, todos denominados de "paulistas".
O "acreanismo", com efeito, era fruto de uma motivaçao política que remontava aos anos 20.
O movimento nascido em 1924, com a criação do Centro Cívico Acreano, se insurgia contra essa indiferença do Poder Central que, depois do movimento armado entre o Acre e Bolívia, manifestava-se através de delegados da União com seus costumeiros séqüitos de apaniguados para dirigir os destinos do então Território do Acre. Os que tem vivido e sofrido no Acre, por largas dezenas de anos, sabem que a nossa terra sempre foi pasto das 'aves de arribação', explorada por indivíduos sem delicadeza moral nem consciência cívica, criminosamente indiferentes aos memoráveis fatos de nossa historia.
O Centro Cívico Acreano se transformaria, m ais tarde, na Legião Autonomista Acreana, que teve marcante atuação política em todo o Estado e que contava, inclusive, comum  órgão  de  divulgação, o jornal "Renovação". Numa edição de fevereiro de 1954, o articulista, Mario de Oliveira, desse referido jornal, escrevia:
O acreanismo era uma idéia-força, gerada no inconformismo contra atitude impatriótica do governo brasileiro (...) e argumentava que "o Acre nasceu de uma rebeldia ao conformismo. O Acre apareceu na historia brasileira como um fenômeno de ordem moral". (...) O acreanismo não se tratava de nenhum regionalismo estreito; o movimento e uma ação a serviço de uma idéia, que vem de longe, que tem raízes profundas.[1]
Com o Golpe de 1964, o movimento "acreanista" ficou hibernando por quase duas décadas; porem, com a reformulação partidária de 1979, da qual emergiu o PT e outras forcas políticas, essa questão e outras ligadas ao direito de permanência dos seringueiros a terra que haviam conquistado de "armas nas mãos", voltava a fazer parte do debate político.
A apatia dos "anos de chumbo" cedia lugar ao frenesi das novas organizações partidárias. A perspectiva de se eleger diretamente, em 1982, o govemador do Estado, reacendia os brios dos acreanos e, particularmente, dos militantes do Partido dos Trabalhadores em processo de formação, mas que já se constituía na expressão política mais forte de resistência aos grupos forâneos e de contestação as tradicionais praticas dos caciques políticos locais.
No Acre, as idéias de um "novo sindicalismo" e da criação de um partido de trabalhadores também ecoam e ganham ressonância. O núcleo mais organizado e combativo dos trabalhadores acreanos era, sem duvida, o sindicato rural. O Sindicalismo era uma experiência não apenas nova, mas também inédita na historia das lutas de classes no Estado e o "novo sindicalismo", com os exemplos das lutas e resistências dos operários do ABC, encontrariam mais receptividade nas áreas de maiores conflitos - os seringais do vale do Acre, principalmente em Xapuri e Brasiléia. E a partir dos sindicatos rurais e das comunidades de base, tanto da área rural como da urbana, que se começa a tecer o encaminhamento para a formação do PT no Estado. A imbricação entre as comunidades de base, os sindicatos rurais e o PT é um fenômeno sui-gêneres do Acre. Era comum, no período, um grupo de pessoas num mesmo espaço físico realizarem, sucessivamente, uma reunião de "evangelização", outra para tratar dos assuntos do sindicato e, logo em seguida, uma outra para discutir a organização do PT.
Então você veja só! Numa só noite, ou numa tarde, fazíamos três reuniões diferentes com o mesmo povo e não tinha ordem para se começar primeiro por uma ou outra não?} Um dia se falava primeiro do PT, outro dia se falava primeiro do evangelho e, em outro, se falava primeiro do sindicato (...) Então fazia-se três reuniões diferentes, discutindo em cada uma delas sua pauta especifica (...) Nesse tempo as mesmas pessoas faziam, praticamente, três movimentos políticos distintos: o político / religioso, dentro do grupo de evangelização; o político / partidário, que era a discussão petista; e o político / sindical, que era a atividade do sindicato naquele momento ali. Isso era muito interessante, porque as pessoas, por mais que se achassem alheias a um daqueles assuntos, devagarinho, ela começava a se 'converter' a um deles. (...) Ocorreu isso demais nesse período (Depoimento de Marcos Montezuma ao autor)

Os sindicalistas rurais, articulados por João Maia, delegado da CONTAG, portanto, protagonizavam as lutas dos trabalhadores e foram os primeiros e principais responsáveis pela organização do PT no Acre.
Segundo depoimento de João Maia, ele tomou a iniciativa de ir a São Bernardo conversar com o Lula e assumir o compromisso de organizar o partido no Estado. E importante observar que e somente no Acre que um dirigente da CONTAG faz a opção política partidária pelo PT. Nos outros Estados da federação, a posição que irá predominar na entidade será a de apoiar, embora não abertamente, o PMDB. (PAULA, 1991:166)
E a partir da articulação das lideranças sindicais que, efetivamente, em 12 de marco de 1980, acontece no colégio Meta, a reunião de lançamento do PT no Acre com as presenças de Jacó Bittar, então presidente do Sindicato dos Petroleiros de Paulínia/SP e da Comissão Nacional do PT; Antonio Carlos de Oliveira, deputado federal por Mato Grosso; João Maia, delegado da CONTAG; Chico Mendes, então vereador de Xapuri pelo MDB; Oséas Ferreira Lima, do STR de Cruzeiro do Sul; Raimundo Soares de Araújo (Raimundo "Trovoada"), do STR de Tarauacá; Luis Monteiro de Aguiar, do STR de Feijó; Adeli Bento da Silva, do STR de Sena Madureira; Raimundo Mendes de Barros (Raimundão), do STR de Xapuri; alem das representações das associac5es das Lavadeiras de Rio Branco, dos professores do Acre (ASPAC), entre outras. Naquela oportunidade, todas as lideranças, citadas acima, se pronunciaram sobre o assunto. Para exemplificar a Tônica dos discursos, escolhemos o de Adeli Bento da Silva, do STR de Sena Madureira, que nos pareceu o mais emblemático daquela solenidade:
“Companheiros, nos não estamos começando com o partido dos trabalhadores, nos vamos continuar o nosso trabalho, pois, há tempo que viemos batalhando no sindicalismo. Nesse tempo todo, a gente vem enxergando muita coisa errada, mesmo como analfabetos (...) mas não somos cegos. Agora chegou esta oportunidade de criar o partido dos trabalhadores e nos vamos seguir em frente. Não podemos mais ficar esperando as soluções, as promessas dos políticos, porque nem São Francisco das Chagas, que é o santo mais milagroso do Nordeste, está acreditando mais nesse tipo de promessa. (...) Nos já temos o sindicato, que e o nosso órgão de classe; agora precisamos nos unir dentro de um parti do que será o nosso partido”..
Ainda nessa solenidade, Jacó Bittar advertia: "no PT não cabem oportunistas" ao mesmo tempo que, contestava a insinuação de que o PT estaria dividindo a oposição.
“Os parlamentares do PMDB que pensam que não e o momento para a criação do PT não estão sabendo o nível de consciência que os trabalhadores vêm alcançando em quase todos os Estados. Esses parlamentares serão atropelados
Bittar disse ainda que:
“encontrou no Acre um nível muito elevado de organização e consciência de classe trabalhadora rural. Um modelo que precisa ser conhecido no sul, uma experiência que precisa ser divulgada em outros locais como prova da capacidade dos trabalhadores de se organizarem e lutarem por seus interesses
E a partir dessa tomada de consciência política que se intensificam as articulações no meio sindical e nos movimentos populares coordenados pelas lideranças das CEB's. Em pouco mais de um ano, o PT do Acre vai conseguir cumprir todas as exigências da legislação partidária, inclusive organizando diretórios municipais em 10 dos 12 municipios então existentes no Estado.
“O Acre e um exemplo de estado onde os organizadores do PT tiveram um sucesso inicial maior em virtude de trabalharem com uma base mais homogênea, lá o grupo básico para a organização do partido era constituído, por um lado, pela rede das comunidades de base da Igreja e, por outro, pelos sindicatos rurais (que, na verdade, eram estreitamente vinculados as comunidades de base.(KECK,1981)
Em abril de 1980, Chico Mendes, então vereador do MDB de Xapuri, torna-se o primeiro político acreano a anunciar sua adesão ao Partido dos Trabalhadores que, segundo a sua opinião, era "uma real expressão para todos os explorados". Chico, um dos sindicalistas que gozava de muito prestigio junto aos seus companheiros e que já despontava como hábil articulador político, seria eleito presidente da Comissão Executiva Regional do partido e, juntamente com outras Iideranças sindicais e comunitárias, assumiria a tarefa de organizar o partido no Estado.
Em meio à luta sindical na sua área de atuação, Chico Mendes também se desdobrava na organização das Comissões Executivas Municipais do PT. A mobilização sindical e a organização do PT, naqueles primeiros meses de 1980, se processavam simultaneamente e faziam parte da mesma agenda política. Uma carta de Chico Mendes ao seu companheiro Wilson Pinheiro do STR de Brasiléia, datada de 24 de junho de 1980, nos possibilita visualizar com mais clareza como se processava essa articulação. Esse documento retrata fidedignamente o que estava ocorrendo naqueles dias; por isso é importante transcrevê-lo na Integra:
“Companheiro Wilson,
Estive aqui a fim de falar com você, porem não foi possível. Olha, é o seguinte: as coisas em Xapuri estão quentes. Os posseiros estão botando pra quebrar. Então os fazendeiros fizeram uma reunido e estão afirmando que a única saída pra eles e malar o presidente do sindicato, o delegado da CONTAG, o Chico Mendes, os padres, e outros delegados sindicais. Diante desses acontecimentos o Dr. João Maia combinou comigo pra se organizar um ato publico em Xapuri apoiado por várias entidades, inclusive com vários sindicalistas do Estado. E ficou acertado para eu vir falar com vocês aqui, a fim de que vocês saiam daqui pela manhã, levando um caminhão, com os posseiros da estrada que quiserem participar. Por sinal, o povo já está sendo avisado por toda área de Santa Fé. Sim, e bom lembrar que o ato será realizado a partir das nove horas da manhã, a fim de dar tempo do povo voltar para suas casas. Também quero te avisar que dia dois de julho eu estou aqui para nos organizarmos os documentos da Comissão Executiva Municipal do PT, neste município, para que seja encaminhado à Direção Nacional, para o registro do partido. Não sei se você já sabe que eu fui eleito, ou melhor, escolhido para presidente da Comissão Provisória Executiva Estadual, e agora tenho que me virar que só charuto em boca de bêbado, pois tenho que me deslocar para todos os municípios. Também quero te avisar que o partido já está praticamente organizado tranquilamente em vinte e dois Estados. Não tem mais dúvida os nossos adversários já não vão ter mais argumentos para mentir para o povo dizendo que o PT não é partido ainda. OIhe, dá um jeito de ir dar, ou melhor, levar seu apoio a nossos companheiros de Xapuri. Ok, a gente dá uma ajuda na despesa do caminhão. Tiau, um abraço petista. (Chico Mendes, in: SOUZA, 1986: 219)
A exemplo do processo nacional de organização partidária, o PT nascia no Acre do pólo mais combativo e organizado dos trabalhadores, no caso, os sindicatos rurais. A singularidade do PT acreano em relação ao PT nacional e que, no Acre, a formação inicial do partido não contou com o concurso de militantes de organizações marxistas que participaram da luta armada, nem recebeu adesões de políticos, com mandato, que atuavam na "tendência popular" do MDB e nem contou com o polimento acadêmico de intelectuais de esquerda, salvo a honrosa exceção do sociólogo Nilson Mourão, que logo depois entraria para a Universidade Federal do Acre.
A força aglutinadora e mobilizadora dos sindicatos rurais e das comunidades de base em torno do PT não impedia que a construção do partido se efetivasse em meio a pressões e conflitos. A nível nacional, a principal liderança do partido, Luis Inácio Lula da Silva, havia sido preso e enquadrado na Lei de Seguran9a Nacional e o sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo, do qual era presidente, estava sob interven9ao do Ministério do Trabalho.
No Acre, as principais Iideranças sindicais que articulavam o PT, Chico Mendes, presidente do STR de Xapuri e João Maia, delegado da CONTAG, também estavam sendo processados com base na Lei de Segurança Nacional, em face do episodio da chacina de Nilo Sérgio, em Brasiléia. Wilson Pinheiro,presidente do STR de Brasiléia e João Eduardo, líder de comunidade de base de Rio Branco, ambos membros do PT, haviam sido assassinados. Alguns trabalhadores rurais estavam presos, acusados pela morte do fazendeiro Nilo Sergio e pairava, sobre muitos militantes ameaças de toda sorte.
Uma rápida folheada pelos jornais da época nos da uma dimensão mais aproximada do clima em que se processava a organização do PT no Acre. Eis alguns exemplos:
PT x PMDB - Circulando uma nota do PT dando conta que alguns elementos do PMDB e entre os nomes citados se encontra o do ex-padre Pacifico, andam espalhando que o Partido dos Trabalhadores não tem possibilidades de sobreviver na atual conjuntura político. As divergências tendem a aumentar daqui pra frente, não enganem-se. (Jornal o Rio Branco n° 1.220, de 20/05/81, coluna: "Conversando Sobre Política" de Luis Carlos Moreira Jorge, p.4)
Juiz intima membros do PT para fazer especulação (chamada). O juiz Dr. Lourival Silva (de Brasiléia), em 9 de setembro intimou Jose Maria de Almeida e mais 10 pessoas para saber como foi e porque foi que eles haviam entrado para o PT. (Jornal Gazeta do Acre n° 920, de 15/09/81, p.2)
Prefeito chama seguidores de Lula de vagabundos (chamada). Esse tal de Lula e um comunista e os que o acompanham um bando de vagabundos. Foi o que afirmou o prefeito do município de Feijó, Romildo Magalhaes56 (Jornal Gazeta do Acre, n° 1.023, de 27/01/82, p.2)
Prefeito de Manoel Urbano Invade a Convenção do PT (chamada). O prefeito Edmilson Mendes de Araújo, invadiu a Câmara Municipal dizendo: eu quero a lista dos filiados no PT (...) ocasião em que tomou das mãos de Francisco Mendes, que dirigia o encontro, uma relação em que constava os nomes dos filiados ao PT em Manoel Urbano. A Comissão Regional do partido decidiu entrar com uma representação criminal contra o prefeito. (Jornal Gazeta do Acre, n° 1.024 de 28/01/82, p.2)
Presidente Regional do PT Ameaçado de Morte em Xapuri. (Jornal Gazeta do Acre, n° 1.084, de 24/04/82, manchete da la pagina)
CATECISMO: E o PT, como é que fica com essas defecções? Há quem diga que um certo grupo teria comentado: agora só falta extinguir a LIBELU. O que se articula nos bastidores, segundo os experts, e um partido que reze todo ele pela  mesma  cartilha. Alias, Não só reze como também faça casamentos e batizados. (Jornal O Rio Branco, n° 1.184, de 31/03/81, coluna Conversando Sobre Política, de Luis Carlos Moreira Jorge, p.7)
Prefeito Persegue o PT (chamada). O Prefeito de Manoel Urbano demitiu a professora Maria Pereira da Costa, por ser a presidente do Diretório Municipal daquele município. O Prefeito confirmou que ela havia sido despedida porque estava filiada a um partido de comunistas. (Jornal Gazeta do Acre, n° 1.173, de 12/08/82, p.2)
Como se pode constatar, o PT se estruturava no Acre em meio a uma onda de boatos e de críticas de setores do PMDB que acusava o partido de "divisionista" e de que não se viabilizaria politicamente. Lideranças do movimento sindical e popular haviam sido assassinadas, enquanto outras sofriam ameaças de morte e simples militantes passavam por constrangimentos e perseguições de autoridades constituídas.
Foi através desse processo de lutas e mobilizações, além do sacrifício de algumas lideranças sindicais e populares, bem como da participa9ao efetiva de centenas de trabalhadores anônimos, que o PT foi organizado no Acre.
Assim, em 27 de outubro de 1981, o Tribunal Regional Eleitoral do Acre - TRE/AC deferia o registro definitivo do Partido dos Trabalhadores no Estado. A legitimidade e a legalidade se mesclavam na conformação da "estrela" que despontava.



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