Agora são 37 anos
Hoje o Partido dos
Trabalhadores – PT, completa 37 anos de existência, em meio a sua maior crise
partidária. Uma crise que nos possibilita pensar e repensar a nossa trajetória
histórica com os nossos de erros e acertos. Considero que erramos muito, desde
o sectarismo da nossa fase embrionária até as concessões que fizemos a partir
da “Carta aos Brasileiros” e nas políticas dos “governos de coalisão”. Por
outro lado, no governo do Acre e do Brasil, fizemos muitas coisas positivas e
benéficas para a maioria do nosso povo. E o povo, que no Brasil, sempre serviu
os poderosos, deixou de fazê-lo a partir de 2002, e sentiu o gostinho de
políticas públicas voltadas para as classes subalternas. E o povo, na sua
soberania, nos brindou com 4 mandatos consecutivos na esfera federal e 5
mandatos consecutivos na estadual. Acho o saldo extremamente positivo. Ainda
temos ativos e pólvora para queimar. E, por falar em queimar, tenho certeza que
podemos renascer das cinzas. Desde que aprendamos com as derrotas (e o golpe do
impeachment foi a maior delas) e corrijamos algumas posturas políticas e
pessoais, tanto dos dirigentes como dos militantes. Façamos as nossas críticas
e auto críticas de forma honesta, leal e transparente. Vamos resgatar a nossa
história de lutas e de conquistas e voltar as dialogar com as nossas bases e
com a sociedade em geral. Compartilho um pouco da história do nosso partido, com
trechos pinçados da minha tese de Mestrado sobre o PT no Acre (MIF)
“Foi a partir dos ciclo
de greves do ABCD, em São Paulo, que os trabalhadores despertaram para a
necessidade de uma organização política que extrapolasse as demandas econômicas
e os interesses corporativos. Em entrevista ao "ABCD jornal", em dezembro de 1979, o próprio
Luiz lnácio Lula da Silva assim se refere ao assunto:
Realmente
eu era um dirigente apolítico ate 77. Foi só com as greves que percebemos
a necessidade de participação política. Vimos que os dois campos estavam muito ligados.
Que não adianta ganhar 10%, se quem está no poder tem meios
para baixar uma política salarial para tirar todas
as conquistas da classe trabalhadora [...] descobrimos coisa ainda maior.
Que não bastava passar por cima da legislação de exceção e fazer greve.
Que não bastava quebrar a lei do arrocho, por que só isso não iria solucionar
o problema dos trabalhadores. Descobrimos então a necessidade
da organização política do trabalhador (...) Dai a proposta do
Partido dos Trabalhadores. (PETIT, 1996: 70)
O
processo de organização do Partido dos Trabalhadores iria se constituir na "lógica
da diferença" em meio a mesmice e ao "arcaísmo
político-partidário" brasileiro. (KECK, 1991)
No
início da década de 80, o Estado amargava o transtorno da sua posição geográfica e da sua
insignificância política no cenário nacional. No inverno, ficava isolado por via terrestre; no verão, por via
fluvial e em ambos os períodos ficavam isolados
das decisões políticas mais gerais, corroborando uma subalternidade política
que remonta a sua formação histórica.
A
indiferença do poder central, bem como a "indiferença e o desamor
dos eternos forâneos em relação aos fatos, coisas e pessoas do Acre", iria
amalgamar o sentimento de "acreanidade", fenômeno socio-cultural que permanece ate os dias
atuais e que nos anos 70 e 80 era muito forte em relação aos empresários e especuladores do centro-sul do país,
todos denominados de "paulistas".
O "acreanismo",
com efeito, era fruto de uma motivaçao política que remontava aos anos 20.
O movimento nascido em
1924, com a criação do Centro Cívico Acreano, se insurgia contra essa
indiferença do Poder Central que, depois do movimento armado entre o Acre e
Bolívia, manifestava-se através de delegados da União com seus costumeiros
séqüitos de apaniguados para dirigir os destinos do então Território do Acre.
Os que tem vivido e sofrido no Acre, por largas dezenas de anos, sabem que a
nossa terra sempre foi pasto das 'aves de arribação', explorada por indivíduos
sem delicadeza moral nem consciência cívica, criminosamente indiferentes aos
memoráveis fatos de nossa historia.
O
Centro Cívico Acreano se transformaria, m ais tarde, na Legião Autonomista Acreana, que
teve marcante atuação política em todo o Estado e que contava, inclusive, comum
órgão de divulgação, o jornal "Renovação".
Numa edição de fevereiro de 1954, o articulista, Mario de Oliveira,
desse referido jornal, escrevia:
O acreanismo
era uma idéia-força, gerada no inconformismo contra atitude
impatriótica do governo brasileiro (...) e argumentava que "o Acre
nasceu de uma rebeldia ao conformismo. O Acre apareceu na historia
brasileira como um fenômeno de ordem moral". (...) O acreanismo
não se tratava de nenhum regionalismo estreito; o movimento e uma ação a
serviço de uma idéia, que vem de longe, que tem raízes profundas.[1]
Com o
Golpe de 1964, o movimento "acreanista" ficou hibernando por
quase duas décadas; porem, com a reformulação partidária de 1979, da qual
emergiu o PT e outras forcas políticas, essa questão e outras ligadas ao
direito de permanência dos seringueiros a terra que haviam
conquistado de "armas nas mãos", voltava a fazer parte do debate político.
A
apatia dos "anos de chumbo" cedia lugar ao frenesi das novas
organizações partidárias. A perspectiva de se eleger diretamente, em 1982, o govemador
do Estado, reacendia os brios dos acreanos e, particularmente, dos militantes
do Partido dos Trabalhadores em processo de formação, mas que já se constituía na expressão
política mais forte de resistência aos grupos forâneos e de contestação as
tradicionais praticas dos caciques políticos locais.
No Acre, as idéias de um "novo
sindicalismo" e da criação de um partido de trabalhadores também ecoam e ganham ressonância. O
núcleo mais organizado e combativo dos
trabalhadores acreanos era, sem duvida, o sindicato rural. O Sindicalismo era uma experiência não
apenas nova, mas também inédita na
historia das lutas de classes no Estado e o "novo sindicalismo", com
os exemplos das lutas e resistências
dos operários do ABC, encontrariam mais receptividade nas áreas de maiores conflitos - os seringais do vale do
Acre, principalmente em Xapuri e Brasiléia. E a
partir dos sindicatos rurais e das comunidades de base, tanto da área
rural como da urbana, que se começa a tecer o encaminhamento para a formação
do PT no Estado. A imbricação entre as comunidades de base, os sindicatos
rurais e o PT é um fenômeno sui-gêneres do Acre. Era comum,
no período, um grupo de pessoas num mesmo espaço físico realizarem, sucessivamente, uma
reunião de "evangelização", outra para tratar dos assuntos do sindicato e, logo em seguida, uma outra para
discutir a organização do PT.
Então
você veja só! Numa só noite, ou numa tarde, fazíamos três reuniões diferentes com o mesmo
povo e não tinha ordem para se começar primeiro
por uma ou outra não?} Um dia se falava primeiro do PT, outro dia se falava primeiro do evangelho e, em outro,
se falava primeiro do sindicato (...) Então fazia-se três reuniões diferentes,
discutindo em cada uma delas sua
pauta especifica (...) Nesse tempo as mesmas pessoas faziam, praticamente, três movimentos políticos distintos:
o político / religioso, dentro do
grupo de evangelização; o político / partidário, que era a discussão petista; e o político / sindical,
que era a atividade do sindicato
naquele momento ali. Isso era muito interessante, porque as pessoas, por mais que se achassem alheias a um
daqueles assuntos, devagarinho, ela
começava a se 'converter' a um deles. (...) Ocorreu isso demais nesse período (Depoimento de Marcos Montezuma ao
autor)
Os sindicalistas rurais, articulados por João Maia, delegado da CONTAG, portanto, protagonizavam as lutas dos
trabalhadores e foram os primeiros e
principais responsáveis pela organização do PT no Acre.
Segundo depoimento de João
Maia, ele tomou a iniciativa de ir a São Bernardo conversar com o Lula e assumir
o compromisso de organizar o partido no Estado. E importante observar que e
somente no Acre que um dirigente da CONTAG faz a opção política partidária pelo
PT. Nos outros Estados da federação, a posição que irá predominar na entidade
será a de apoiar, embora não abertamente, o PMDB. (PAULA, 1991:166)
E a partir da articulação das lideranças
sindicais que, efetivamente, em 12 de marco de 1980, acontece no colégio Meta,
a reunião de lançamento do PT no Acre com as presenças de Jacó Bittar, então
presidente do Sindicato dos Petroleiros de Paulínia/SP e da Comissão
Nacional do PT; Antonio Carlos de Oliveira, deputado federal por Mato Grosso;
João Maia, delegado da CONTAG; Chico Mendes, então vereador de Xapuri pelo
MDB; Oséas Ferreira Lima, do STR de Cruzeiro do Sul; Raimundo Soares de
Araújo (Raimundo "Trovoada"), do STR de Tarauacá; Luis
Monteiro de Aguiar, do STR de Feijó; Adeli Bento da Silva, do STR de Sena
Madureira; Raimundo Mendes de Barros (Raimundão), do STR de Xapuri; alem das representações das associac5es das Lavadeiras de
Rio Branco, dos professores do Acre (ASPAC), entre outras. Naquela
oportunidade, todas as lideranças,
citadas acima, se pronunciaram sobre o assunto. Para exemplificar a Tônica dos discursos, escolhemos o
de Adeli Bento da Silva, do STR de
Sena Madureira, que nos pareceu o mais emblemático daquela solenidade:
“Companheiros, nos não
estamos começando com o partido dos trabalhadores, nos vamos continuar o nosso
trabalho, pois, há tempo que viemos batalhando no sindicalismo. Nesse tempo
todo, a gente vem enxergando muita coisa errada, mesmo como analfabetos (...)
mas não somos cegos. Agora chegou esta oportunidade de criar o partido dos
trabalhadores e nos vamos seguir em frente. Não podemos mais ficar esperando as soluções,
as promessas dos políticos, porque nem São Francisco das Chagas, que é o santo mais milagroso
do Nordeste, está acreditando mais nesse tipo de promessa. (...) Nos já temos o
sindicato, que e o nosso órgão de
classe; agora precisamos nos unir dentro de um parti do que será o nosso partido”..
Ainda
nessa solenidade, Jacó Bittar advertia: "no PT não cabem oportunistas"
ao mesmo tempo que, contestava a insinuação de que o PT estaria dividindo
a oposição.
“Os
parlamentares do PMDB que pensam que não e o momento para a criação
do PT não estão sabendo o nível de consciência que os trabalhadores
vêm alcançando em quase todos os Estados. Esses parlamentares
serão atropelados”
Bittar disse ainda que:
“encontrou
no Acre um nível muito elevado de organização e consciência de classe
trabalhadora rural. Um modelo que precisa ser conhecido no sul, uma experiência
que precisa ser divulgada em outros locais como prova
da capacidade dos trabalhadores de se organizarem e lutarem por seus
interesses”
E a
partir dessa tomada de consciência política que se intensificam as
articulações no meio sindical e nos movimentos populares coordenados pelas lideranças
das CEB's. Em pouco mais de um ano, o PT do Acre vai conseguir cumprir
todas as exigências da legislação partidária, inclusive organizando diretórios municipais em
10 dos 12 municipios então existentes no Estado.
“O
Acre e um exemplo de estado onde os organizadores do PT tiveram um sucesso
inicial maior em virtude de trabalharem com uma base mais homogênea,
lá o grupo básico para a organização do partido era constituído,
por um lado, pela rede das comunidades de base da Igreja e, por
outro, pelos sindicatos rurais (que, na verdade, eram estreitamente vinculados
as comunidades de base.(KECK,1981)
Em
abril de 1980, Chico Mendes, então vereador do MDB de Xapuri,
torna-se o primeiro político acreano a anunciar sua adesão ao Partido dos Trabalhadores
que, segundo a sua opinião, era "uma real expressão para todos os explorados".
Chico, um dos sindicalistas que gozava de muito prestigio junto aos seus companheiros
e que já despontava como hábil articulador político, seria eleito
presidente da Comissão Executiva Regional do partido e, juntamente com outras
Iideranças sindicais e comunitárias, assumiria a tarefa de organizar o partido
no Estado.
Em
meio à luta sindical na sua área de atuação, Chico Mendes também
se desdobrava na organização das Comissões Executivas Municipais do PT. A
mobilização sindical e a organização do PT, naqueles primeiros meses de 1980,
se processavam simultaneamente e faziam parte da mesma agenda política. Uma
carta de Chico Mendes ao seu companheiro Wilson Pinheiro do STR de Brasiléia,
datada de 24 de junho de 1980, nos possibilita visualizar com mais clareza
como se processava essa articulação. Esse documento retrata fidedignamente
o que estava ocorrendo naqueles dias; por isso é importante transcrevê-lo
na Integra:
“Companheiro Wilson,
Estive aqui a fim de
falar com você, porem não foi possível. Olha, é o seguinte: as coisas em Xapuri
estão quentes. Os posseiros estão botando pra quebrar. Então os
fazendeiros fizeram uma reunido e estão afirmando que a única
saída pra eles e malar o presidente do sindicato, o delegado
da CONTAG, o Chico Mendes, os padres, e outros delegados sindicais.
Diante desses acontecimentos o Dr. João Maia combinou comigo
pra se organizar um ato publico em Xapuri apoiado por várias entidades,
inclusive com vários sindicalistas do Estado. E ficou acertado para eu vir
falar com vocês aqui, a fim de que vocês saiam daqui pela manhã,
levando um caminhão, com os posseiros da estrada que quiserem participar.
Por sinal, o povo já está sendo avisado por toda área de Santa Fé. Sim, e bom
lembrar que o ato será realizado a partir das nove horas da
manhã, a fim de dar tempo do povo voltar para suas casas. Também quero
te avisar que dia dois de julho eu estou aqui para nos organizarmos
os documentos da Comissão Executiva Municipal do PT, neste município, para que
seja encaminhado à Direção Nacional, para o
registro do partido. Não sei se você já sabe que eu fui eleito, ou melhor,
escolhido para presidente da Comissão Provisória Executiva Estadual,
e agora tenho que me virar que só charuto em boca de bêbado,
pois tenho que me deslocar para todos os municípios. Também quero
te avisar que o partido já está praticamente organizado tranquilamente em vinte
e dois Estados. Não tem mais dúvida os nossos
adversários já não vão ter mais argumentos para mentir para o povo
dizendo que o PT não é partido ainda. OIhe, dá um jeito de ir
dar, ou melhor, levar seu apoio a nossos companheiros de
Xapuri. Ok, a gente dá uma ajuda na despesa do caminhão. Tiau, um
abraço petista. (Chico Mendes, in: SOUZA, 1986: 219)
A
exemplo do processo nacional de organização partidária, o PT nascia
no Acre do pólo mais combativo e organizado dos trabalhadores, no caso, os
sindicatos rurais. A singularidade do PT acreano em relação ao PT nacional e que,
no Acre, a formação inicial do partido não contou com o concurso de militantes
de organizações marxistas que participaram da luta armada, nem recebeu
adesões de políticos, com mandato, que atuavam na "tendência popular"
do MDB e nem contou com o polimento acadêmico de intelectuais de
esquerda, salvo a honrosa exceção do sociólogo Nilson Mourão, que
logo depois entraria para a Universidade Federal do Acre.
A
força aglutinadora e mobilizadora dos sindicatos rurais e das comunidades
de base em torno do PT não impedia que a construção do partido se efetivasse
em meio a pressões e conflitos. A nível nacional, a principal liderança do
partido, Luis Inácio Lula da Silva, havia sido preso e enquadrado na Lei de
Seguran9a Nacional e o sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo, do qual era presidente, estava sob
interven9ao do Ministério do Trabalho.
No Acre,
as principais Iideranças sindicais que articulavam o PT, Chico Mendes, presidente
do STR de Xapuri e João Maia, delegado da CONTAG, também estavam sendo processados com base na Lei de Segurança Nacional,
em face do episodio da chacina de
Nilo Sérgio, em Brasiléia. Wilson Pinheiro,presidente do STR de Brasiléia e João Eduardo, líder de comunidade de
base de Rio Branco, ambos membros do PT, haviam sido assassinados. Alguns
trabalhadores rurais estavam presos, acusados pela morte do fazendeiro Nilo
Sergio e pairava, sobre muitos militantes ameaças de toda sorte.
Uma
rápida folheada pelos jornais da época nos da uma dimensão mais aproximada do
clima em que se processava a organização do PT no Acre. Eis alguns exemplos:
PT x PMDB - Circulando uma nota do
PT dando conta que alguns elementos do PMDB e entre os nomes citados se
encontra o do ex-padre Pacifico, andam espalhando que o Partido dos
Trabalhadores não tem possibilidades de sobreviver na atual
conjuntura político. As divergências tendem a aumentar daqui
pra frente, não enganem-se. (Jornal o Rio Branco n° 1.220, de
20/05/81, coluna: "Conversando Sobre Política" de Luis
Carlos Moreira Jorge, p.4)
Juiz intima membros do PT para fazer especulação (chamada).
O juiz Dr. Lourival Silva (de Brasiléia), em 9 de setembro intimou Jose Maria de
Almeida e mais 10 pessoas para saber como foi e porque foi que eles haviam
entrado para o PT. (Jornal Gazeta do Acre n° 920, de 15/09/81, p.2)
Prefeito chama seguidores de Lula de vagabundos (chamada).
Esse tal de Lula e um comunista e os que o acompanham
um bando de vagabundos. Foi o que afirmou o prefeito do
município de Feijó, Romildo Magalhaes56 (Jornal
Gazeta do Acre, n° 1.023, de 27/01/82, p.2)
Prefeito de Manoel Urbano Invade a Convenção do PT (chamada).
O prefeito Edmilson Mendes de Araújo, invadiu a Câmara
Municipal dizendo: eu quero a lista dos filiados no PT
(...) ocasião em que tomou das mãos de Francisco Mendes, que dirigia o
encontro, uma relação em que constava os nomes dos filiados ao PT em Manoel Urbano. A Comissão
Regional do partido decidiu entrar com uma representação criminal
contra o prefeito. (Jornal Gazeta do Acre, n° 1.024 de 28/01/82, p.2)
Presidente Regional do PT Ameaçado de Morte em Xapuri. (Jornal
Gazeta do Acre, n° 1.084, de 24/04/82, manchete da la pagina)
CATECISMO: E o PT, como é que fica com essas defecções? Há quem diga
que um certo grupo teria comentado: agora só falta extinguir a LIBELU.
O que se articula nos bastidores, segundo os experts, e um partido
que reze todo ele pela mesma cartilha. Alias, Não
só reze como também faça casamentos e batizados. (Jornal
O Rio Branco, n° 1.184, de 31/03/81, coluna Conversando Sobre Política,
de Luis Carlos Moreira Jorge, p.7)
Prefeito Persegue o PT (chamada).
O Prefeito de Manoel Urbano demitiu a professora Maria Pereira da Costa,
por ser a presidente do Diretório Municipal daquele município. O
Prefeito confirmou que ela havia sido despedida porque estava filiada a
um partido de comunistas. (Jornal Gazeta do Acre, n° 1.173, de 12/08/82,
p.2)
Como
se pode constatar, o PT se estruturava no Acre em meio a uma onda
de boatos e de críticas de setores do PMDB que acusava o partido de "divisionista"
e de que não se viabilizaria politicamente. Lideranças do movimento sindical e
popular haviam sido assassinadas, enquanto outras sofriam ameaças de morte e simples militantes passavam por
constrangimentos e perseguições de autoridades constituídas.
Foi
através desse processo de lutas e mobilizações, além do sacrifício de algumas
lideranças sindicais e populares, bem como da participa9ao efetiva de centenas de
trabalhadores anônimos, que o PT foi organizado no Acre.
Assim,
em 27 de outubro de 1981, o Tribunal Regional Eleitoral do Acre
- TRE/AC deferia o registro definitivo do Partido dos Trabalhadores no Estado.
A legitimidade e a legalidade se mesclavam na conformação da
"estrela" que despontava.
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