EMBEVECIMENTOS
Por: Marcos Inácio
Fernandes*
“Cada qual tem o seu
prazer que o arrasta” Virgílio (70-19
a.C)
“Música antes de mais
nada.” Paul Verlaine (1844-1896)
“Eu não vivo no
passado, o passado vive em mim”.
Paulinho da Viola
Desde sempre fui “arrastado”
pelo fascínio da música e do futebol. Quando criança joguei com bola de meia,
com bola de borracha, no sol quente, (quando a gente levava uma “carimbada”
ficava a assadura onde a bola batesse) e, finalmente com bola de couro. Na
adolescência fui um meia campista até razoável. Joguei nos principais clubes de
Parnamirim. Fui titular do Grêmio, (do Antunes) do Potiguar ( de seu Neves) e
do Parnamirim (de Basílio). No Parnamirim, cheguei a ser campeão do interior e
recebemos a faixa do ABC, com Alberi e companhia. Levamos uma goleada, me
parece de 5X1. Quando estudei, interno,
na Escola Agrícola de Jundiaí (1965-67) fui da seleção da escola.
Nesse texto, antes que o
alemão, um tal de Alzheimer, me pegue, quero lembrar dos artistas que
embeveceram minha existência, com a sua arte de cantar, tocar, interpretar, jogar
e fazer rir.
OS
ARTISTAS DA MINHA TERRA E OS REPENTISTAS
Os artistas de Parnamirim
que se apresentavam no “Variedades Alvi - Rubras”, que seu Neves apresentava no
Potiguar: Os irmãos Pontes, Zé Pontes e Irismar Pontes (Zé Pontes sempre
cantava Amendoim Torradinho); seu João Coró, que se acompanhava ao violão
cantando “Errei, Erramos” de Ataílfo Alves; Jorge Carneiro, que gostava de
cantar “A jangada Voltou Só” de Caymmi; Jane, irmã de Jaroca; Letícia, irmã de
Barnabé; Chuíte, filho de Josafá Machado e Valnir Lucena. No mercado velho, o
1º de Parnamirim, ao lado do Fiteiro e na feira, vi muitas cantorias dos
violeiros. Os que mais me marcaram foram Patativa e Chico Traíra. Apreciava
também e muitos emboladores de coco e vendedores de cordel que se apresentavam
na feira. Os gêneros de repente de que mais gostava era o Martelo Agalopado, o
Galope a Beira Mar e os desafios em Martelo de 10 Pés. Tempos depois conheci os
irmão Batista (Dimas, Lourival e Otacílio), de Pernambuco; Ivanildo Vila Nova e
Oliveiras de Panela em Festivais de Cantadores em Natal.
OS CANTORES
DE CIRCO
O 1º circo que assisti em
Parnamirim foi o Circo Copacabana. Esse circo tinha até uma orquestra e um time
de futebol, que jogou contra o Potiguar. Depois de muito tempo sem aparecer
circo, chegou na cidade o circo Uberlândia e passou uma grande temporada. Desse
circo, lembro dos cantores Gilvan Ramalho, que gostava de cantar Carlos Gardel,
O Ébrio e sucessos do Nelson Gonçalves e da cantora Alda Lima, que cantava um
samba-canção ou era um bolero, “dor-de- cotovelo chamado “Aliança”.
FUTEBOL
No futebol de Parnamirim, se
destacaram: Teneco, Barnabé (goleiro com maior capacidade de colocação),
Tertuliano, Arlindo, Dandão, Petinha, (ABC e América e outros clubes), Eriberto
de Arnaldo e D. Maria Jesus, Soares (América), Reinaldo (que a gente conhecia
por “beba”),que chegou a jogar no América, ABC, Santos, Flamengo, Internacional,
entre outros grandes times do Brasil. Reinaldo foi o jogador de Parnamirim de
maior projeção no futebol. No Futebol de Salão: Frazão (goleiro). Edilson de
Antunes, Lola (América). Quando estava fazendo o mestrado em Natal, participava
nas quinta-feira. Da “pelada dos veteranos” do Potiguar em Parnamirim e joguei
algumas vezes com Reinaldo, Marinho, Alberi e Petinha, que já tinham
“pendurados as chuteiras”.
OS
ARTISTAS DA MÚSICA
No Parque de Exposição
Aristófanes Fernandes (anos 60), que depois se transformou num espaço onde
acontece “A Festa do Boi”, assisti aos shows do Trio Irakitan, com sua formação
inicial, com Edinho, Joãozinho e Gilvan; Cauby Peixoto, Luiz Gonzaga, (1967)
entre outros.
No Quitandinha no bairro do
Alecrim em Natal, vi e ouvi, Ângela Maria e Silvio Caldas. No Show da Ângela, estava acompanhado do meu
pai. No show de Sílvio Caldas, em 15 de setembro de 1970, ganhei até um
autógrafo, que ainda conservo comigo. A 1ª música que o Sílvio Caldas cantou no
Quitandinha foi “Cabelos Cor de Prata” dele e do Rogaciano Leite.
No teatro Alberto Maranhão
de Natal assisti a: Elis Regina e o Luiz Loy Quinteto; Juca Chaves; Chico
Anísio; Zé Lessin da Paraíba; a peça “É” do Millôr Fernandes. No Projeto “Seis
e Meia” assisti: Trio Irakitan (na sua última formação); MPB-4 (show República
do Peru e no Seis e Meia); Antônio Nóbrega; Luiz Melodia; João Nogueira e Luiz
Bonfa; Leila Pinheiro; Demônios da Garoa... (aguardando a memória)
No Teatro Castro Alves, na Bahia em 1983,
quando fiz um curso de Desenvolvimento Rural, através do “Projeto Pixinguinha”,
assisti, Nara Leão e Joel Nascimento; Quarteto Em Cy e Canhoto da Paraíba; Miucha e Conjunto Coisas
Nossas; Nana Caymmi e Johnn Alf; Marinêz
e Sua Gente; Elza Soares e Batatinha. Anos depois (1988/89), quando morei em
Salvador, vi Chico Buarque e Mestre Marçal e Geraldo Azevedo (num espaço aberto
que não lembro o nome); Jamelão (num Bar e Restaurante em Itapuã) e Carlos Lyra
no teatro do Rio Vermelho.
No Rio, vi Chico e Bethânia
no Canecão, acompanhado do meu amigo Dr. André Fausto, que fazia residência no
hospital dos Servidores. Vi outro show do Chico num teatro que não lembro o
nome; MPB-4 e filhos no Scala. No espaço cultural do Banco do Brasil, vi Luiz
Melodia e Jards Macalé; Carlos Lyra; Conjunto Coisas Nossas (Uma Rosa Para
Noel) e vi o musical “Vargas” com Milton Gonçalves e outros artistas.
No Projeto Brasileirinho do
SESC, em Rio Branco, tive o privilégio de assistir: Paulinho da Viola,(Horto
Florestal), João Nogueira, (na rua) João do Vale e Zizi Posse, (Cine Acre);
Altamiro Carrilho, (Cine Rio Branco); Paulo Moura (Sax) e Clara Sverner (piano)
( na Catedral); e Martinho da Vila
(Ginásio Álvaro Dantas)
No Teatro Plácido de Castro
em Rio Branco no Projeto Pinxinguinha e outros shows avulsos, vi Baden Powell e
Billy Blanco; Sérgio Souto, Maurício Carrilho e Paulo César Pinheiro (Show “É
Cantando Que a Gente se Entende); Délcio Carvalho; Marcel Powell; Marcos
Sacramento (ganhei um autógrafo no seu CD); Joyce; Tião Carvalho (do Maranhão);
João Donato (Concha Acústica); Espanta
Jesus; João Bosco (Ginásio do SESI);
No Teatro Riachuelo em Natal
vi Emílio Santiago. Foi o único espetáculo que vi nessa sala
OS
ARTISTAS DA BOLA QUE VI NO JUVENAL LAMARTINE, CASTELÃO, ARENA DAS DUNAS E NO
TEMPLO DO FUTEBOL O MARACANÃ
O 1º jogo que assisti em
Natal, foi no Juvenal Lamartine e foi na época que existia o campeonato das
Seleções Estaduais, que perdurou de 1959 a 1962. Vi a Seleção do Rio Grande do
Norte contra a Seleção do Ceará num jogo noturno. A base da Seleção Potiguar
era de jogadores do ABC e do América. A partida terminou em 2 X2. Meu segundo
jogo no JL foi um ABC e Fluminense do Rio, com Castilho, Telê e companhia.
Estava na geral do gol dos fundos do Juvenal Lamartine e vi de perto Castilho
defender um pênalti cobrado por Mota, mas deu rebote e Mota fez o gol. A
partida terminou 1 X1. Depois fui um frequentador assíduo do velho JL,
principalmente, quando o Potiguar de Parnamirim jogou na Federação de Futebol
do RN. Ainda tive o prazer de assistir
um Garrincha, em final de carreira, em jogo beneficente para o próprio.
Foi um Riachuelo e Náutico do Recife, não lembro qual foi o placar. O último jogo que vi, nesse Estádio foi um
Alecrim e Vasco do Rio, nos anos 70.
No Castelão, vi muitos clássicos ABC x
América, inclusive o que teve uma tremenda briga entre os jogadores. Acompanhei
muitos jogos do Campeonato Brasileiro
e vi muitos dos grandes times do
futebol brasileiro e seus astros. O Santos de Pelé, Carlos Ajberto e Clodoaldo;
O Palmeiras de Dudu e Ademir da Guia; O Flamengo de Zico; o Vasco de Roberto
Dinamite; além dos craques locais, Marinho Chagas, Alberi, Reinaldo, Danilo
Menezes e tantos outros. Em 1967,
quando a turma concluinte desse ano do Colégio Agrícola de Jundiaí, quando
voltava de uma excursão em Paulo Afonso, passando por Recife, Ví na Ilha do
Retiro um Atlético de MG, (com Dario), e Náutico, que tinha a famosa linha
atacante, bem 7 vezes campeã de Pernambuco: Nado Bita Nino e lalá.
No Maracanã, vi alguns jogos
amistosos da seleção brasileira na preparação para a Copa de 1974, na Alemanha.
Vi alguns Vasco x Flamengo (o último na companhia de Zuza da Emater, foi 1 x 1
e o flamengo foi campeão pois jogava pelo empate. Vi ainda uma decisão de Vasco
x Fluminense. Em 2014, estava na inauguração da Arena das Dunas em Natal. O
Jogo inaugural foi América de Natal e Confiança de Sergipe. O América ganhou de
2 X 0. O segundo jogo, na mesma tarde foi ABC x Alecrim de Natal.
Em Rio Branco, vi muitos
jogos no José de Melo, estádio do Rio Branco, inclusive um Flamengo do Rio (com
Reinaldo) e Rio Branco. Estava na inauguração da Arena da Floresta, num
amistoso do Brasil sub-20 e Rio Branco.
Meninos eu vi!!... e quero
ver muito mais.
Rio Branco (AC), 7 de
janeiro de 2021
*Marcos Inácio Fernandes,
aposentado e exercendo o ócio criativo
Belas memórias amigos!
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