quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

EMBEVECIMENTOS!

 


EMBEVECIMENTOS

Por: Marcos Inácio Fernandes*

“Cada qual tem o seu prazer que o arrasta”  Virgílio (70-19 a.C)

“Música antes de mais nada.”  Paul Verlaine (1844-1896)

“Eu não vivo no passado, o passado vive em mim”.  Paulinho da Viola

Desde sempre fui “arrastado” pelo fascínio da música e do futebol. Quando criança joguei com bola de meia, com bola de borracha, no sol quente, (quando a gente levava uma “carimbada” ficava a assadura onde a bola batesse) e, finalmente com bola de couro. Na adolescência fui um meia campista até razoável. Joguei nos principais clubes de Parnamirim. Fui titular do Grêmio, (do Antunes) do Potiguar ( de seu Neves) e do Parnamirim (de Basílio). No Parnamirim, cheguei a ser campeão do interior e recebemos a faixa do ABC, com Alberi e companhia. Levamos uma goleada, me parece de 5X1.  Quando estudei, interno, na Escola Agrícola de Jundiaí (1965-67) fui da seleção da escola.

Nesse texto, antes que o alemão, um tal de Alzheimer, me pegue, quero lembrar dos artistas que embeveceram minha existência, com a sua arte de cantar, tocar, interpretar, jogar e fazer rir.

OS ARTISTAS DA MINHA TERRA E OS REPENTISTAS

Os artistas de Parnamirim que se apresentavam no “Variedades Alvi - Rubras”, que seu Neves apresentava no Potiguar: Os irmãos Pontes, Zé Pontes e Irismar Pontes (Zé Pontes sempre cantava Amendoim Torradinho); seu João Coró, que se acompanhava ao violão cantando “Errei, Erramos” de Ataílfo Alves; Jorge Carneiro, que gostava de cantar “A jangada Voltou Só” de Caymmi; Jane, irmã de Jaroca; Letícia, irmã de Barnabé; Chuíte, filho de Josafá Machado e Valnir Lucena. No mercado velho, o 1º de Parnamirim, ao lado do Fiteiro e na feira, vi muitas cantorias dos violeiros. Os que mais me marcaram foram Patativa e Chico Traíra. Apreciava também e muitos emboladores de coco e vendedores de cordel que se apresentavam na feira. Os gêneros de repente de que mais gostava era o Martelo Agalopado, o Galope a Beira Mar e os desafios em Martelo de 10 Pés. Tempos depois conheci os irmão Batista (Dimas, Lourival e Otacílio), de Pernambuco; Ivanildo Vila Nova e Oliveiras de Panela em Festivais de Cantadores em Natal.

OS CANTORES DE CIRCO

O 1º circo que assisti em Parnamirim foi o Circo Copacabana. Esse circo tinha até uma orquestra e um time de futebol, que jogou contra o Potiguar. Depois de muito tempo sem aparecer circo, chegou na cidade o circo Uberlândia e passou uma grande temporada. Desse circo, lembro dos cantores Gilvan Ramalho, que gostava de cantar Carlos Gardel, O Ébrio e sucessos do Nelson Gonçalves e da cantora Alda Lima, que cantava um samba-canção ou era um bolero, “dor-de- cotovelo chamado “Aliança”.

FUTEBOL

No futebol de Parnamirim, se destacaram: Teneco, Barnabé (goleiro com maior capacidade de colocação), Tertuliano, Arlindo, Dandão, Petinha, (ABC e América e outros clubes), Eriberto de Arnaldo e D. Maria Jesus, Soares (América), Reinaldo (que a gente conhecia por “beba”),que chegou a jogar no América, ABC, Santos, Flamengo, Internacional, entre outros grandes times do Brasil. Reinaldo foi o jogador de Parnamirim de maior projeção no futebol. No Futebol de Salão: Frazão (goleiro). Edilson de Antunes, Lola (América). Quando estava fazendo o mestrado em Natal, participava nas quinta-feira. Da “pelada dos veteranos” do Potiguar em Parnamirim e joguei algumas vezes com Reinaldo, Marinho, Alberi e Petinha, que já tinham “pendurados as chuteiras”.

OS ARTISTAS DA MÚSICA

No Parque de Exposição Aristófanes Fernandes (anos 60), que depois se transformou num espaço onde acontece “A Festa do Boi”, assisti aos shows do Trio Irakitan, com sua formação inicial, com Edinho, Joãozinho e Gilvan; Cauby Peixoto, Luiz Gonzaga, (1967) entre outros.

No Quitandinha no bairro do Alecrim em Natal, vi e ouvi, Ângela Maria e Silvio Caldas.  No Show da Ângela, estava acompanhado do meu pai. No show de Sílvio Caldas, em 15 de setembro de 1970, ganhei até um autógrafo, que ainda conservo comigo. A 1ª música que o Sílvio Caldas cantou no Quitandinha foi “Cabelos Cor de Prata” dele e do Rogaciano Leite.

No teatro Alberto Maranhão de Natal assisti a: Elis Regina e o Luiz Loy Quinteto; Juca Chaves; Chico Anísio; Zé Lessin da Paraíba; a peça “É” do Millôr Fernandes. No Projeto “Seis e Meia” assisti: Trio Irakitan (na sua última formação); MPB-4 (show República do Peru e no Seis e Meia); Antônio Nóbrega; Luiz Melodia; João Nogueira e Luiz Bonfa; Leila Pinheiro; Demônios da Garoa... (aguardando a memória)

 No Teatro Castro Alves, na Bahia em 1983, quando fiz um curso de Desenvolvimento Rural, através do “Projeto Pixinguinha”, assisti, Nara Leão e Joel Nascimento; Quarteto Em Cy e Canhoto  da Paraíba; Miucha e Conjunto Coisas Nossas;  Nana Caymmi e Johnn Alf; Marinêz e Sua Gente; Elza Soares e Batatinha. Anos depois (1988/89), quando morei em Salvador, vi Chico Buarque e Mestre Marçal e Geraldo Azevedo (num espaço aberto que não lembro o nome); Jamelão (num Bar e Restaurante em Itapuã) e Carlos Lyra no teatro do Rio Vermelho.

No Rio, vi Chico e Bethânia no Canecão, acompanhado do meu amigo Dr. André Fausto, que fazia residência no hospital dos Servidores. Vi outro show do Chico num teatro que não lembro o nome; MPB-4 e filhos no Scala. No espaço cultural do Banco do Brasil, vi Luiz Melodia e Jards Macalé; Carlos Lyra; Conjunto Coisas Nossas (Uma Rosa Para Noel) e vi o musical “Vargas” com Milton Gonçalves e outros artistas.

No Projeto Brasileirinho do SESC, em Rio Branco, tive o privilégio de assistir: Paulinho da Viola,(Horto Florestal), João Nogueira, (na rua) João do Vale e Zizi Posse, (Cine Acre); Altamiro Carrilho, (Cine Rio Branco); Paulo Moura (Sax) e Clara Sverner (piano)  ( na Catedral); e Martinho da Vila (Ginásio Álvaro Dantas)

No Teatro Plácido de Castro em Rio Branco no Projeto Pinxinguinha e outros shows avulsos, vi Baden Powell e Billy Blanco; Sérgio Souto, Maurício Carrilho e Paulo César Pinheiro (Show “É Cantando Que a Gente se Entende); Délcio Carvalho; Marcel Powell; Marcos Sacramento (ganhei um autógrafo no seu CD); Joyce; Tião Carvalho (do Maranhão); João Donato (Concha Acústica);  Espanta Jesus;  João Bosco (Ginásio do SESI);

No Teatro Riachuelo em Natal vi Emílio Santiago. Foi o único espetáculo que vi nessa sala

OS ARTISTAS DA BOLA QUE VI NO JUVENAL LAMARTINE, CASTELÃO, ARENA DAS DUNAS E NO TEMPLO DO FUTEBOL O MARACANÃ

O 1º jogo que assisti em Natal, foi no Juvenal Lamartine e foi na época que existia o campeonato das Seleções Estaduais, que perdurou de 1959 a 1962. Vi a Seleção do Rio Grande do Norte contra a Seleção do Ceará num jogo noturno. A base da Seleção Potiguar era de jogadores do ABC e do América. A partida terminou em 2 X2. Meu segundo jogo no JL foi um ABC e Fluminense do Rio, com Castilho, Telê e companhia. Estava na geral do gol dos fundos do Juvenal Lamartine e vi de perto Castilho defender um pênalti cobrado por Mota, mas deu rebote e Mota fez o gol. A partida terminou 1 X1. Depois fui um frequentador assíduo do velho JL, principalmente, quando o Potiguar de Parnamirim jogou na Federação de Futebol do RN. Ainda tive o prazer de assistir   um Garrincha, em final de carreira, em jogo beneficente para o próprio. Foi um Riachuelo e Náutico do Recife, não lembro qual foi o placar.  O último jogo que vi, nesse Estádio foi um Alecrim e Vasco do Rio, nos anos 70.

 No Castelão, vi muitos clássicos ABC x América, inclusive o que teve uma tremenda briga entre os jogadores. Acompanhei muitos jogos do Campeonato Brasileiro  e  vi muitos dos grandes times do futebol brasileiro e seus astros. O Santos de Pelé, Carlos Ajberto e Clodoaldo; O Palmeiras de Dudu e Ademir da Guia; O Flamengo de Zico; o Vasco de Roberto Dinamite; além dos craques locais, Marinho Chagas, Alberi, Reinaldo, Danilo Menezes e tantos outros.   Em 1967, quando a turma concluinte desse ano do Colégio Agrícola de Jundiaí, quando voltava de uma excursão em Paulo Afonso, passando por Recife, Ví na Ilha do Retiro um Atlético de MG, (com Dario), e Náutico, que tinha a famosa linha atacante, bem 7 vezes campeã de Pernambuco: Nado Bita Nino e lalá.

No Maracanã, vi alguns jogos amistosos da seleção brasileira na preparação para a Copa de 1974, na Alemanha. Vi alguns Vasco x Flamengo (o último na companhia de Zuza da Emater, foi 1 x 1 e o flamengo foi campeão pois jogava pelo empate. Vi ainda uma decisão de Vasco x Fluminense. Em 2014, estava na inauguração da Arena das Dunas em Natal. O Jogo inaugural foi América de Natal e Confiança de Sergipe. O América ganhou de 2 X 0. O segundo jogo, na mesma tarde foi ABC x Alecrim de Natal.

Em Rio Branco, vi muitos jogos no José de Melo, estádio do Rio Branco, inclusive um Flamengo do Rio (com Reinaldo) e Rio Branco. Estava na inauguração da Arena da Floresta, num amistoso do Brasil sub-20 e Rio Branco.

Meninos eu vi!!... e quero ver muito mais.

Rio Branco (AC), 7 de janeiro de 2021

*Marcos Inácio Fernandes, aposentado e exercendo o ócio criativo










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