Nazareth Araújo - A política feita com flores e levezas.
Por mais mulheres na política
POLÍTICA E MILAGRES
Por: Marcos Inácio
Fernandes*
“A questão de se a política ainda tem de algum modo um sentido remete-nos, necessariamente, de volta a questão do sentido da política; e isso ocorre exatamente quando ela termina em uma crença nos milagres – e em que lugar poderia terminar?
Hannah Arendt (1906-1975)
Com essa frase da filósofa
Hannah Arendt, encerrei minha tese de Mestrado sobre o PT, que posteriormente
se transformou em livro. É uma frase que me toca profundamente, poia na minha
concepção, a política ainda faz muito sentido e acredito em milagres, que nesse
campo, ocorre com mais frequência que no campo religioso.
O próprio PT é um desse
milagres da política e, aqui no Acre, os milagres protagonizados pelo partido
são frequentes. Constituído e organizado em tempo recorde, já em 1982,
participava com chapa completa numa eleição com regras draconianas com voto
vinculado e onde analfabetos não votavam. Mesmo assim O nosso Nilson Mourão sai
do pleito com a segunda maior votação proporcional do PT no Brasil, apenas
ultrapassado pelo Lula em São Paulo.
Desde então nunca deixamos
de apresentar os nossos candidatos, majoritários e proporcionais, ao povo
acreano. As derrotas iniciais foram os alicerces para os 20 anos de vitórias
sucessivas, que o povo acreano conferiu ao PT. E as nossas administrações
promoveram verdadeiros milagres no Estado.
Agora nesse pleito de 2022,
numa eleição que extrapola a disputa político/partidária, pois está em jogo o
processo civilizatório e humanitário, aqui no Acre não podemos abdicar de
apresentar os nossos candidatos majoritários para ter um palanque para denunciar
e combater o fascismo que nos ameaça a todos. Um palanque para mostrar e defender
o nosso legado. Um palanque para fortalecer o nosso partido e contribuir com o
desempenho dos nossos candidatos proporcionais. Um palanque para ajudar o Lula
a ter um melhor desempenho no Estado. Ganhar ou perder faz parte de qualquer
disputa e como disse Churchil: na política, ninguém morre definitivamente. E
lutar para nós do PT é um destino!!
Quero terminar falando de
outros milagres na política que estão relacionados a família ARAÚJO. Um
sobrenome que tem história, tem tradição e tem densidade política. Está fazendo
60 anos que JOSÉ AUGUSTO DE ARAÚJO (1930-1971), foi eleito o 1º governador do
Acre, derrotando o favorito que era considerado o “pai do Estado”, Guiomard dos
Santos. – 1º milagre.
O 2º milagre foi em 1966. Com
apenas uma carta de apresentação de seu marido José Augusto e sem por os pés no
Acre, MARIA LÚCIA DE MELO ARAÚJO, gravida de Nazaré Araújo, foi eleita a
Deputada Federal mais votada no Acre naquele pleito. Logo depois do AI-5, Maria
Lúcia, também seria cassada. Maria Lúcia conquistaria um novo mandato popular para
Deputada Federal Constituinte, em 1986, sendo uma das signatárias da
Constituição Cidadã, ainda em vigor.
Nesse momento tão decisivo
para o povo acreano e brasileiro tenho acompanhado as articulações das mulheres
para emplacar o nome de MARIA DE NAZARETH MELO DE ARAÚJO LAMBERT como nossa
candidata ao Governo do Acre e me associo aos muitos companheiros e
companheiras que defendem esse nome. Um nome que carrega a predestinação dos
ARAÚJOS de realizarem verdadeiros MILAGRES na política do Acre.
Como acredito na política e
nos milagres, espero que a amiga e companheira Nazareth Araújo, aceite o desafio
e deixe o povo do Acre lhe levar para o 2º turno e, estando lá, para o governo
é um milagrinho de nada, pois Lula está vindo aí com sua “rede de arrasto”.
Rio Branco (AC), 31 de julho
de 2022
*Marcos Inácio Fernandes (Marcão), é militante do PT
- Eleições Majoritárias do Acre
(Governadores e Senadores) 1962/2018 -
Período |
Governador / Coligação / Partido |
Observações |
1962 - 1964 |
José Augusto de Araújo - PTB |
1º Governador eleito do Acre, pelo
PTB. Senadores Guiomard Santos e Geraldo Mesquita |
1964 - 1966 |
Edgard Cerqueira leite - |
Capitão do Exército, comandante do 4º
Batalhão de Fronteiras no Acre é o 1º Governador do regime militar,
instaurado em 1964. |
1967 - 1970 |
Jorge Kalume - ARENA |
Eleito indiretamente pela ALE |
1971 - 1974 |
Wanderley Dantas - ARENA |
Eleito indiretamente pela ALE |
1975 - 1978 |
Geraldo Mesquita - ARENA |
Eleito indiretamente pela ALE |
1979 - 1982 |
Joaquim Macedo - ARENA |
Eleito indiretamente pela ALE. |
1983 -1986 |
Nabor Junior/ Iolanda Lima - PMDB |
Elegeu-se com 36.369 votos. Deixou o
governo antes do encerramento do mandato para se eleger Senador. Adversários:
Jorge Kalume (PDS); Nilson Mourão (PT); Natalino de Brito (PTB). Mário
Maia se elege Senador. |
1987 - 1990 |
Flaviano Melo / Edson Cadaxo - PMDB |
Flaviano se elegeu com 68.117 votos.
Os adversários foram: Mário Maia pela Coligação Popular do Acre (PDT, PDS e
PFL); Hélio Pimenta (PT); Elege-se Senadores: Nabor Júnior e Jorge
Kalume numa disputa com 13 candidatos, inclusive o PT (Matias), PCB (Evaristo
de Luca) e o PC do B (Rita Batista) |
1991- 1994 |
Edmundo Pinto / Romildo Magalhães |
Eleições decidida no 2º turno.
Elegeu-se com 71.876 votos, contra 59.741 de Jorge Viana (PT). Com
pouco mais de 1 ano de governo foi assassinado e lhe sucedeu o vice, Romildo
Magalhães. Adversários: Jorge Viana (PT, PDT, PC do B, e PCB); Osmir Lima
(PMDB); Rubens Branquinho (PTB, PDC, PL, PTR, PRN) e Réssine Jarude (PSDB) |
1995 - 1998 |
Orleir Cameli – PRP/PP |
Elegeu-se em 2º turno com 91.997
votos contra Flaviano Melo (PMDB, PDT, PSDB), com 79.436 votos. Demais
postulantes: Tião Viana (PT, PSTU, PPS, PSB, PV e PC do B) e
Duarte Neto- Duda (PRONA). No 2º turno
o PC do B, apoiou Flaviano e o PT liberou os militantes. |
1999 – 2002 |
Jorge Viana – (FPA: PT-PSDB-PC do
B-PDT-PSB-PPS-PV-PMN-PTB-PL-PSL-PT do B) |
Jorge Viana (PT) se elegeu com 112.889 votos (57,70%)
em chapa com Edson Cadaxo (PSDB). Os adversários foram: Alércio Dias (PFL);
Chicão Brígido (PMDB); Duarte Neto – Duda (PRONA). Tião Viana se elege
Senador com 103.559 votos. |
2003 - 2006 |
Jorge Viana – (FPA: PT-PL-PC do
B-PV-PMN-PSDC-PT do B) |
Jorge Viana (PT), se elege com 165.574 votos (63,58%)
em chapa ”puro sangue” com Binho Marques (PT). Os adversário foram: Flaviano Melo (PMDB); José Mastrângelo
(Frente Trabalhista: PPS-PTB-PDT);Antônio Edson A.Silva (PSL); Antônio Neres
Gouveia (PRTB). Marina Silva (PT), com 157.588 votos se elege Senadora, junto com Geraldo
Mesquita Jr,(PSB/PSC), com 104.993 votos. |
2007 - 2010 |
Binho Marques – (FPA: PT-PSB-PC do
B-PP-PL-PMN- PRTB) |
Binho (PT) se elegeu em 1º turno com 165.961
votos (53,05%). Dividiu a chapa co César Messias (PP). Adversários: Márcio
Bittar (Frente da Cidadania: PPS-PMDB-PDT-PTC-PHS); Tião Bocalon (Produzir
Para Empregar:PSDB-PFL-PTB); José Wilson (PSOL); Edvaldo Guedes PAN); Benício
Dias (PSDC); José Aleksandro (PRONA). Tião Viana (PT) se reelege Senador
com 187.432 votos. |
2011 - 2014 |
Tião Viana – (FPA:
PT-PP-PRB-PDT-PTN-PR-PSDC-PHS-PTC-PSB-PV-PRP-PCB-PTB-PSTU-PC do B) |
Tião Viana (PT), se elege no 1º turno com 170.202
votos (50,51%), compondo a chapa com César Messias (PP). Jorge Viana se elege
Senador com 205.593 votos (31,77%) e a 2ª vaga do Senado fica com Sérgio
Petecão com 199.956 votos (30,90%) |
2015 -2018 |
Tião Viana – (FPA: PT-PDT-PC do
B-PSB-PTB-PCB-PSL-PSDC-PTN-PPL-PROS-PRP-PHS-PEN) |
Tião Viana (PT) compôs a chapa com Nazaré Araújo
(PT) e ganhou no 2º turno com 196.509 votos (51,29% para Márcio Bittar, que
obteve 186.658 votos (48,71%). Ficou com a vaga do Senado, Gladson Cameli com
218.756 votos (58,36%) compondo a Aliança Por Um Acre Melhor:
PSDB-PMDB-PP-PSC-PSD-PR-PPS-PT do B-SD-PTC) |
2019 - 2022 |
Gladson Cameli (PP, PPS, PSDB, PP, MDB, SD, PSD, DEM, PMN, PR, PTC e PTB.) |
Gladson Cameli (PP) – 223.993
(53,71%); Marcus Alexandre (PT) – 144.071
(34,54%); Coronel Ulisses (PSL) – 45.032
(10,80%); Janaina Furtado (REDE) – 2,765
(0,66%); Dave Hall (AVANTE) – 1.215 (0,29%) Senado Sérgio Petecão (PSD) – 244.103 (30,71%); Márcio Bittar (MDB) – 185.066 (23,28%); Jorge Viana (PT) – 117.200 (14,74%); Ney Amorim (PT) – 115.243 (14,50%); Minoru Kinpara (REDE) -112.989 (14,21%); Pedrazza (PSL) – 20.302 (2,55%) |
Organização: Marcos
Inácio Fernandes.