O "Marechal" Dr. Tibiriça e o capitão
OS
MARECHAIS DA MAMATA E DO CONTRACHEQUE
Por
Marcos Inácio Fernandes*
O
partido militar comandado pelo capitão, enxovalha mais uma vez a imagem das
Forças Armadas e do Exército em particular. O capitão resgatou a patente de
MARECHAL, que desde 1967, havia sido abolida no Exército, no governo de Castelo
Branco. No Brasil a patente já era outorgada com muita liberalidade. Até 1975,
o Exército tinha 73 Marechais, entre os quais, o seu patrono Caxias, Deodoro, Floriano
Peixoto, Hermes da Fonseca, Rondon, Góis Monteiro, Mascarenhas de Moraes, Dutra,
Lott, Juarez Távora, Cordeiro de Farias e outros generais menos conhecidos.
Aqui tinha e continua tendo,mais Marechais do que franceses e ingleses juntos
ao longo de toda história de guerras no decorrer do século XX. Com a reforma de
1967 no regulamento do Exército ficou definido que somente haveria promoção de
general de Exército ao posto de Marechal em caso de guerra.
Ressalte-se
que o posto de Marechal, na grande maioria dos países, é uma patente atribuída apenas
em caso de guerra, quando uma grande quantidade de homens é mobilizada e é
preciso alguém para comandar grandes Exércitos com muitos generais, o que
requer do Marechal comando sobre os outros generais. Por esse motivo é um posto
raro, apenas atribuído em situação de guerra, mas que estava sendo banalizado
no Brasil, daí a reforma de 1967.
A farra dos Marechais
Agora no governo do capitão, a
patente foi enxovalhada. Mais de 100 generais foram agraciados com a promoção e
cúmulo da desmoralização até o “Dr. Tibiriçá”, o torturador condenado, Coronel
Carlos Alberto Brilhante Ustra, tornou-se Marechal. Como ídolo do presidente, o
coronel não podia ficar de fora da “boquinha” que engorda o soldo em quase 40
mil reais por mês. O torturador é o caso mais extravagante das promoções pois
pulou 3 patentes (General de Brigada, General de Divisão e General de
Exército).
O General Newton Cruz (O Nini do
cerco de Brasília na votação indireta que elegeu Tancredo, em 1985, foi outro
agraciado) e os atuais generais que servem e apoiam o seu capitão. Uma
reportagem da revista “Isto É” sobre essa farra do Marechalato assinala com
muita propriedade e ironia que são os “MARECHAIS DO CONTRACHEQUE”, que foram
cooptados pelo bolso e ganham uma patente indevida para engrossar o soldo.
De minha parte eu considero que
a promoção faz até algum sentido. É que esses generais estão em guerra contra
seu próprio povo, que está na fila do osso.
*Marcos Inácio Fernandes, é
militante do PT e responde pela Secretaria de Formação do DM de Rio Branco,
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