sábado, 31 de outubro de 2015

JANTAR A 0800

Foi ontem no Boneco de Neve, um restaurante popular que tem um filé  delicioso e barato num prato já montado com arroz e fritas ou purê. Fomos jantar com Eró. Arthur e o aniversariante Yure, nosso afilhado
Eu num filá a parmegiana e Yure num filé acebolado e Eró batendo colocado num file com fritas ao molho madeira repartido com Arthur e mais um açaí cremoso com sucrilhos. O Boneco tem o melhor açaí da cidade.

ANIVERSÁRIO EM FAMÍLIA 2


Hoje, nesse 31 de outubro de 2015, quem completa 4 voltinhas em torno do sol é o REI. O rei Arthur Fernandes de Oliveira, meu neto. Logo mais a noite ele vai reunir a Távola Redonda para celebrar a data. Que todos os Deuses, Deusas, Orixás e os Espíritos de Luz derramem suas bênçãos sobre ele. Parabéns meu rei. Como lhe dou a bênção todo dia: tenha DIGNIDADE, SAÚDE, FELICIDADE E VERGONHA.

Um painel fotográfico da trajetória do Arthur nesses 4 anos.


 Os padrinhos

 No processo de socialização indo prá escola

 Praticando a CIDADANIA, desde pequenininho

 Abestalhando os avós


 Morrendo de preocupado!

 Escondido na barriga da mãe e recém nascido

 No aconchego da família, com o tio Bibo e os avós

 Já na esbórnia, curtindo as praias de Natal

 Com a prima (acima) e com as amiguinhas da escola (abaixo)


 Batizado nas águas do mar em Natal

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

ANIVERSÁRIO EM FAMÍLIA 1


 Yure com a mana Lia e os cumpadres Alex e Socorro.


Hoje completa 15 voltinhas em torno do sol, meu afilhado Yure. O tempo voa. Ele está um negão bonito. Bonito e boçal. E como "quem tem padrinho não morre pagão", os pais e os padrinhos se juntaram e lhe proporcionaram um bom presente. Um celular Moto G2, que faz até chamadas e recebe ligação. Tem tudo, agora vamos ver se vai ter crédito. A bossa em Natal vai ser grande. Jantamos no Boneco de Neve, um filezinho de leve para comemorar seu aniversário. Parabéns, felicidades e vida longa meu afilhado Yure e que a vida lhe seja benfazeja!!


 Quem tem padrinho não morre pagão.

 A bossa em pessoa: Yure

 No shoping de Rio Branco com os padrinhos: Yure,Eró e Marcos

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

LULA 70 - PT 35



Lula a gente conhece de perto.O conheci pessoalmente na campanha de 1990, quando ele veio ao Acre ajudar o Jorge Viana na campanha para Governador, que perdemos para Edmundo Pinto. Considero aquela campanha memorável para o crescimento do PT no Acre. Depois veio a Prefeitura de Rio Branco e 5 governos consecutivos do PT no Acre, que mudaram, para melhor, a cara do nosso Estado. Por isso que eu digo que o PT é o amor ao Brasil e ao Acre, que se tornou expressão política. (MIF)

 Pe. Asfury, Jorge Viana, D. Moacir Grechy e Lula.

 Nossa grande Chica Marinheiro, ouvindo o pronunciamento do Lula

 Lula ouvindo o nosso fundador do PT/AC, Nilson Mourão, discursar.

Osmar Facundo (1º vereador do PT do  Acre), de Xapuri, conversando com Lula. Jorge Viana ao fundo,


Lula 70 – PT 35
Marcos Inácio Fernandes*
“Lula já não é mais, faz tempo, Luís Inácio da Silva. É Lula, a face da esperança que o povo brasileiro viu e não esquece.” (Fernando Brito do Tijolaço)
Ontem o nosso grande líder completou 70 voltas em torno do sol. Um feito para um retirante do nordeste, que se tornou liderança sindical, criou um partido e chegou a presidir seu país por 2 vezes por esse partido o PT, com metade de sua idade. Lula tornou-se uma referência mitológica no imaginário popular e uma liderança mundial. É um predestinado bafejado pelos Deuses. A melhor homenagem que lhe prestaram ontem, vindas do mundo inteiro, a que mais me encantou foi essa do Fernando Brito, que mantém o blog O Tijolaço. “Lula é a face da esperança”. O povo, que deixou de servir aos poderosos, como eleitor, desde 2002, viu,sentiu, aprovou e é grato. O povo é generoso!
O povo foi incluído, com uma migalha, no orçamento da República, com as políticas de transferência de renda e começou a ter um pouco mais de dignidade. Andar de cabeça erguida. Não se sujeitar a trabalhar por um prato de comida. Por isso são taxados de preguiçosos. Por isso o ódio e o preconceito contra o Bolsa Família e o seu famigerado cartão, que tirou milhões dos cabrestos dos coronéis do nordeste. Isso é imperdoável para as nossas elites, herdeiros legítimos, da Casa Grande, como bem observou um arguto leitor do Paulo Henrique Amorim do Conversa Afiada: "O que esse povo não suporta é o nordestino livre e dono do seu próprio destino...eles adoravam o tempo dos retirantes, que chegavam a São Paulo com uma trouxinha de roupa e serviam aos sinhozinhos como escravos, das pobres menininhas de 11 anos que lavavam, passavam e cozinhavam por 1/5 de um salário mínimo! O ódio ao Lula não tem razão, mas tem preço!"
Parte da classe média acompanha essa elite e estimula esse ódio. Tenho um amigo de face, onde trocamos algumas farpas e provocações, que me disse que está publicando 101 razões para não votar no PT e que poderiam ser 1001 razões e que Lula é um embusteiro e não lhe engana mais. Ele deve ter suas razões prá tantas desilusões. Eu também tenho as minhas com o PT e sua maior liderança. Entretanto, ressalto que o PT e Lula resgataram uma dívida secular do Brasil com o seu povo. A principal delas – a FOME. Eu tenho apenas 3 razões para continuar acreditando no PT e em Lula. Chama-se CAFÉ, ALMOÇO e JANTA. Três refeições ao dia para milhões de brasileiros. No seu 1º discurso, já eleito para o seu primeiro mandato, mas antes da posse, Lula colocou, corajosamente, o tema da FOME na agenda política. Ele disse que se sentiria satisfeito se ao deixar o governo todo brasileiro fizesse três refeições diárias. Foi bem sucedido. O pobre entrou pela 1ª vez no orçamento,  criou-se  programas sociais, que o mundo passou a copiar e o Brasil saiu do mapa da FOME. Isso me basta e me conforta. Mas o PT fez outras coisinhas, conforme assinalou uma militante petista nas quais fiz uns complementos.
O PT é a lei Maria da Penha; é trabalhadora doméstica com CTPS; criança alimentada e na escola; jovem pobre e preto na faculdade, em curso profissionalizante; é o pequeno agricultor vivendo com dignidade; é o pobre empreendedor tendo crédito e orientação para abrir seu negócio; é bebê nascendo e tendo certidão de nascimento; é as pessoas sorrindo sem faltar mais nenhum dente na boca; com a casa própria e mobiliada; é a mulher negra empoderada, cheia de orgulho de sua cor e seu cabelo; é o sertanejo com água fresca na cisterna; é o quilombola em suas terras regularizadas; é o índio na faculdade fortalecendo sua cultura; é a universidade federal no sertão do Cariri; é médico na aldeia, na roça, na periferia. São restaurantes populares pelo Brasil afora; é luz nos cafundós do Judas; é remédio gratuito nas Farmácias Populares, é pobre abrindo conta em bancos e viajando de avião; é a transposição do São Francisco; é o que fez a Copa e vai fazer as Olimpíadas; é o que ganhou 4 eleições consecutivas e renovou a esperança do povo brasileiro.
Agora reconheço que ainda falta muito a fazer. Isso pode ser visto a olho nu e nem precisa de estudos. Está na cara. Esse ano estive nas duas maiores megalópolis do país. Rio e São Paulo. Basta caminhar um pouco pelo centro histórico das duas cidades para ver a degradação humana de perto. Moradores de rua, dormindo e fazendo suas necessidades biológicas nas ruas (cheiro de mijo insuportável); pedintes, drogados e marginais disputando espaços onde poderia ser uma área nobre da cidade, com inúmeros prédios históricos e de beleza arquitetônica, abandonados e pichados e tudo isso com a ausência da segurança pública. Onde fiquei hospedado no Rio, na casa de um tio, que mora no complexo da Maré em Bonsucesso, que fica bem próximo a Av. Brasil, o poder paralelo do tráfico de drogas do Comando Vermelho é quem tem o controle da comunidade com sua milícias armadas. Vi jovens portando fuzis com escopeta e outras armas de grosso calibre, de forma ostensiva, pelas ruas onde crianças brincavam despreocupadamente. E os mais velhos achando tudo natural e normal, “que era assim mesmo, estavam acostumados”. Lembrei de minha avó que dizia: “a gente se acostuma com tudo que não presta”
Reconheço também que o PT se afastou da sua pregação da ética na política e cometeu crimes. Considero irrelevante a discussão se houve ou se não houve mensalão. O termo já foi incorporado ao vocabulário político e está associado ao PT. Vale lembrar que o “mensalão do PSDB”, nos mesmos moldes e com alguns atores envolvidos no mesmo escândalo, é tratado como “mensalão mineiro” e está para prescrever, embora tendo sido anterior ao do PT. O do PT foi pré-julgado, julgado e algumas de suas lideranças condenadas (algumas sem provas) e presas. Ler “A Outra História do Mensalão: as contradições de um julgamento político”. Do Paulo Moreira Leite. Geração Editorial, 2013.. Não perdoaram as faltas e os pecados do pregador – PT, entretanto, contemporizam com os crimes do Cunha, um desafeto do PT.
Considero que o maior erro do PT foi achar que, sendo governo, estava no PODER e podia se dá ao luxo de cometer as mesmas faltas e os mesmos crimes que os donos do poder sempre cometeram e ficaram impunes. Tiveram a ilusão de compartilhar o mesmo salão da Casa Grande como um dos seus iguais e não como serviçais conduzindo as baixelas de prata com licores finos. Faltou ao PT uma leitura mais acurada de Marx, Gramsci, Faoro e, até mesmo, Weber, para entender melhor os processos sociais, as relações de poder e de dominação, mormente no Brasil com uma tradição de mais de 3 séculos de escravidão. Só um exemplo. Lula não teve forças nem poder para enfrentar e expulsar do Brasil um correspondente do New York Times, um tal de Larry Rohter, que o chamou de cachaceiro e fez comentários desairosos e atentatórios a instituição da Presidência da Republica.
O Lula não teve poder, igualmente, para enfrentar a mídia. Esse latifúndio midiático controlado por  7 famílias (Marinho, Abravanel, Saady, Macedo, Frias, Mesquita, Civita ...) Que funciona ao arrepio das disposições Contitucionais desde 1988, que expressa claramente, que os meios de comunicação não podem ser monopolizados/ologopolizados. (o § 5º do artigo 220 da Constituição Federal: “Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio”.) Lula e Dilma, não só deixaram de enfrentar a mídia como ainda pagam para apanhar todo dia nos jornais, revistas e noticiários de televisão. Esses veículos mantém uma pauta permanente de “o Brasil é uma merda”. São os correios das más notícias. Quando não podem esconder uma boa notícia , encaixam um “Mas”, “Porém”, “todavia”, “um não é bem assim”... Dá nojo e deixa a gente deprimido!
A outra coisa que Lula deixou de fazer foi não ter contratado uma Auditoria Internacional para apurar o processo de privatizações do Fernando Henrique, que considero um crime de lesa-pátria. Se tivesse feito isso, pelo menos com a Vale e as Teles, esses tucanos talvez não tivessem mais coragem de se insurgir contra a Petrobrás, como faz agora o Serra. Eles insistem em tirar os sapatos para os Estados Unidos.
Muita coisa o PT deixou de fazer e tem muita coisa que deve e, precisa, ser questionadas. Mas o PT não pode ser acusado por todos os males que afloram na sociedade em momentos de crises, nem por esse clima de ódio e intolerância. Eu digo que a sorte dessa oposição hidrófoba é Lula ser um líder de um espírito não rancoroso, amistoso, contemporizador e tolerante, com qualidades humanitárias extraordinárias. Acho que se Lula tivesse o temperamento de um João Pedro Stédile, ou mesmo de um Brizola (que certa vez deu uma surra no jornalista David Nasser no aeroporto do Galeão), o sangue de brasileiros, já estava correndo no meio da canela. Porque agüentar o que Lula e sua família vem agüentando, só para espíritos elevados. Tomara que nenhum insensato cometa algum atentado contra o Lula (lembrem-se de 54), porque a força do povo é incontrolável. Como disse o poeta Alberto Cunha Melo : “Dizem que meu povo é alegre e pacífico.../ Eu digo que meu povo /È uma grande força insultada.  /Eu digo que meu povo /É uma grande pedra inflamada / Rolando e crescendo/ Do interior para o mar.”

*Marcos Inácio Fernandes é professor aposentado e militante do PT

terça-feira, 27 de outubro de 2015

COANDO AS MEMÓRIAS - POSSE DA ABER

Por ocasião do Seminário "A Extensão Rural e a Redução das Desigualdades Sociais", em Brasília na Câmara dos Deputados,  foi fundada a Academia Brasileira de Extensão Rural - ABER  e a posse dos Acadêmicos (1 representante por Estado). Por delegação do então Presidente da ASBRAER, José Silva, me coube fazer a saudação aos acadêmicos recém empossados. Eis minha saudação. (MIF)

Foto dos acadêmicos da ABER, após a posse. Dois dos colegas confrades não estão mais no nosso convívio. São os dois agachados nas duas extremas. Walmick Mendes Bezerra (1933-2009) de camisa azul e Mário Felipe de Melo (1952-2008) de camisa vermelha.




 “Gratidão é a memória do coração.” Antístenes (444 – 371ª a.C)

Quero inicialmente saudar todos os membros da Academia através das três Marias. A Maria José, da Emater Ceará; a Maria Helena da AGRAER de Mato Grosso do Sul e a Maria Angélica, do DEAGRO de Sergipe. Vocês garantem a questão de gênero na nossa Academia que, por pouco, não se transformou num clube do “Bolinha”, personagem da revista em quadrinhos da nossa infância.
Meus caros confrades.
Este é um momento singular na história da extensão brasileira e nas nossas vidas. É um privilégio estarmos aqui reunidos para tomar posse na nossa Academia – uma idéia feliz da atual direção da ASBRAER – que articulou esse novo espaço para afirmação e consolidação do nosso serviço, desse projeto educativo, que é um patrimônio do povo brasileiro.
Somos quase sexagenários, mas não ficamos decrépitos nem esclerosados. Sessentões  sim, mas com tudo funcionando! E a nossa Academia é um exemplo de lucidez e de vitalidade da extensão rural brasileira. Ela surge num momento histórico dos mais alvissareiros e promissores do nosso país. Um momento onde se tem início um ciclo virtuoso onde três fenômenos ocorrem concomitantes e simultaneamente. São eles: Democracia, crescimento econômico com distribuição de renda, e inflação baixa com equilíbrio fiscal. Esta é uma convergência raríssima na nossa história, que devemos saudar como um verdadeiro milagre político, como prenúncio de dias melhores para o nosso povo.
Apenas para ilustrar esse bom momento que o país atravessa, quero compartilhar com os companheiros a notícia que me chamou atenção na semana que passou. O 1º leilão na Bolsa de Mercadorias e de futuros de São Paulo de seqüestro de carbono. Um grupo europeu arrematou “o que não se jogou de fumaça e poluição na cidade de São Paulo, por mais de 30 milhões de reais”. Pena que essa notícia não foi manchete nos grandes jornais e não entrou na coluna do SOBE da revista Veja. Parece que ela ficou restrita ao noticiário econômico da rede de TV a cabo da Globo News.
Nós da extensão que protagonizamos a revolução verde e a penetração do capitalismo no campo brasileiro levando as políticas públicas para a área rural, podemos e devemos desempenhar um papel relevante nesse novo momento histórico, nessa nova conjuntura política, quando se pretende que o desenvolvimento seja sustentável; que o crescimento econômico seja com distribuição de renda e com respeito ao meio ambiente.
Considero que o nosso serviço é um serviço estratégico, que a extensão podia ser uma carreira de Estado, pois lida com a questão de soberania nacional, que é a segurança alimentar e a educação informal do nosso povo. Um povo onde muitos “Severinos ainda morrem de velhice antes dos 30. De emboscada antes dos 20 e de fome um pouco por dia”, como registra o poeta João Cabral de Melo Neto, no seu Morte e Vida Severina.
Enquanto essa chaga social continuar a existir no Brasil não podemos falar em democracia plena, de cidadania, de desenvolvimento. Ademais, também não se poderá prescindir do serviço de extensão rural pública oficial para atuar com outros parceiros governamentais e não governamentais, no combate a fome, a miséria e a exclusão social.
No próximo ano, em 6 de dezembro, dia do extensionista, completaremos 60 anos de existência e resistência. A nossa trajetória de vida tem sido uma trajetória republicana de zelo e respeito com a coisa pública. Não temos nada que nos desabone, que nos envergonhe como instituição. Entre nossos erros e acertos, considero que o saldo é positivo e nos é favorável. Temos um passado que nos orgulha, mas como disse o filósofo espanhol José Ortega y Gasset: “o passado não nos dirá o que devemos fazer, mas o que devemos evitar.”
São poucas as instituições que chegam a essa idade com tanta energia e vitalidade, com um extraordinário portfólio de realizações e com ricas experiências no campo das relações institucionais e humanas. Nós que agora fazemos parte da Academia Brasileira de Extensão Rural, devemos adotar como compromisso o resgate da nossa memória e da nossa história e pensar o nosso futuro exercendo essa capacidade exclusiva dos seres humanos. “A mente humana é uma máquina de previsões e fazer o futuro é a sua mais importante função. Esta é uma característica que define nossa humanidade como ilustra Daniel Gilbert no seu livro “O que nos faz felizes”.
Como o personagem Henrique VI de Shakespeare, eu também “vejo a frente vitórias e conquistas felizes”. Nossa felicidade está nas nossas mãos.
Concluindo, queremos agradecer a generosidade dos extensionistas do Brasil que nos indicaram para compor a Academia Brasileira de Extensão Rural. Sabemos que muitos outros colegas desfrutam de qualidades e teriam condições mais do que suficientes para fazer parte dessa Academia, mas, com toda humildade, nós também fizemos por merecer.
Muito obrigado.

Brasília - DF, 3 de outubro de 2007.
*Marcos Inácio Fernandes, é extensionista e membro eleito da Academia Brasileira de Extensão Rural - ABER, pelo Acre, é professor aposentado da UFAC, com Mestrado em Ciência Política e mantém o blog: euqueroesossego.blogspot.com

domingo, 25 de outubro de 2015

NASCE UMA ESTRELA!!!



Parece que é uma supernova. Ela vem liberando uma energia intensa, clareando conceitos e pulverizando pré-conceitos. Uma energia que condensa numa mesma totalidade CIÊNCIA,  ARTE e RELIGIÃO. (tudo junto e misturado)Trata-se do livro da amiga Bethe Oliveira, LOUCAS E BRUXAS, BRUXAS E LOUCAS - CONTOS E POEMINHAS. 
Ela me pediu que fizesse correções, de possíveis erros gramaticais e acentuação, e desse uma olhada pelo conteúdo numa sondagem preliminar. Ela parece estar temerosa da sua estréia como escritora e me disse que até sonhou, que eu esculhambava e depreciava o trabalho dela. Tranquilizei-a e agilizei a leitura e minhas considerações, que agora compartilho.






“Loucas e Bruxas, Bruxas e Loucas” (Bethe Oliveira)
Considerações:
1 – A leitura dos seus contos e suas poesias me surpreenderam.  Surpreenderam positivamente. Acho que você mascou muitas folhas de “João Brandim” ou ingeriu substâncias mais fortes, que arejaram e expandiram suas células cerebrais, seus olhos, sua sensibilidade.
2 -  O seu texto é “uma cacimba de areia grossa” (como dizem no nordeste). Quanto mais a gente escava a areia mais água brota. Limpa, límpida e cristalina.
3 – A obra é a versão feminina do Almanaque do Lunário Perpétuo, que circulava no sertão brasileiro no início do século passado. Tinha de tudo mais um tiquinho.
4 – As suas bruxas são ousadas e corajosas. Elas transitam, com desenvoltura, por assuntos variados que vai da Cabala a Física Quântica. Elas fazem a costura e estabelecem as conexões entre ciência, arte e religião e o fazem com muita perspicácia e estilo. Com suavidade !  A aridez de alguns temas como a morte, a loucura, a felicidade, a intolerância, o medo, o poder, o desapego, a paixão e a compaixão, entre outros, são tratados com rara sensibilidade e remete-nos a novas leituras e novos olhares. Eu diria que suas bruxas são atrevidas mesmo. Pois tratar de temas tão espinhosos, que estão há séculos nas reflexões dos filósofos, místicos, cientistas, poetas e outros literatos, a desafiar suas capacidades de análise e interpretações, só sendo coisa de bruxa com suas capacidades paranormais. Suas bruxas desvendam muitos véus, que estão envoltos nesses temas e abrem algumas frestas para novos olhares e interpretações. Em algumas passagens, exclamei uma, duas e três vezes. Uma viagem de alumbramentos!!!
5 – Confesso que gostei mais dos contos do que das poesias. Acho que é porque estou mais acostumado com rimas no estilo de sonetos (2 quartetos e 2 tercetos). São os condicionamentos e a linearidade que ainda  nos aprisiona. Entre os contos, o que mais me embeveceu foi o da louca Sofia Galhardo. Que garbo, que lucidez, que elegância!!! Ela me fez lembrar do aforisma de Chesterton, que diz: “Louco é quem perdeu tudo menos a razão”. (pode servir de epígrafe para o conto). A Sofia é muito lúcida. Gostei muito da sua fala: “Se entregar é a melhor forma de cair, sem se machucar” !! (exclamei 2 vezes).
6 – Em síntese, o personagem Marcelo num diálogo com Tereza faz a melhor análise desse trabalho e sua autora. Reproduzo: “Você entra por uma porta e sai por outra, fazendo costuras entre assuntos e fatos, arte e ciência, tempo e espaço, luz e sombra, matéria e energia, causa e efeito, de tudo sabe um pouco, dando aos assuntos uma nova versão – disse Marcelo.” Disse tudo. O que mais dizer?!
7 – Dizer apenas, que seu trabalho é para iniciados em algumas leituras dos autores  que falam da complexidade. Morin, Capra, Boaventura Santos, Domenico de Mais, Umberto Eco e outros. É um trabalho prá se ler com alguns dicionários de apoio. Você cita pessoas e fatos que eu nunca vi “ nem nas 4 festas do ano” eu que me considero um leitor mediano. Todos os gênios da humanidade são citados pelas bruxas. Apenas senti falta do Charles Chaplin – o Carlitos.
Considero ,por fim, que você não precisa se esconder por trás de um pseudônimo. Assuma o seu apelido simples de BETE ou o sofisticado de BETHE e o seu sobrenome OLIVEIRA. Não tenha vergonha porque suas bruxas não fazem vergonha. Elas vão lhe dá muitas alegrias e FAMA. Só lamento em perder a amiga, DEFINITIVAMENTE, Já tinha perdido quando era poderosa e agora além de poderosa, famosa. Espero merecer, pelo menos, um livro autografado para negociar mais tarde num caso de necessidade.



Marcos Inácio Fernandes (Marcão)
Rio Branco (AC), 24 de outubro de 2015.

Algumas passagens do livro Loucas e Bruxas, Bruxas e Loucas.(Bethe Oliveira)
- “A eternidade é a permanente renovação”.
- “A imortalidade é a capacidade de regenerar-se.”
- “Tudo está dentro de tudo. /  Nada pode sobrar. / Se sobrar uma ponta que seja,/Essa ponta pode te furar.”
- “A loucura nada mais é do que o conflito sem tréguas entre as formas contrárias de o homem pensar, Sr e agir.”
- “Somente na loucura se pode ser gente, bicho e fantasma; mais fantasma e bicho do que  gente. Somente na loucura se pode ver e conversar com a própria loucura humana.”
- “O louco tem sempre algo a dizer, como os artistas. Os artistas têm alma de loucos.”
- “A escrita com cores foi batizada de artes plásticas; a escrita com som, denominou-se música e, a escrita com letras, deu-se o nome de literatura.”
- “Nenhum animal adestrado pode criar”
- “A morte é o retorno ao princípio.”
- “O que de mais valioso pode ter entre duas pessoas, que não segredos?”
- “Poder e dinheiro em excesso roubam o que o homem tem de mais precioso, a sua liberdade.”
- “Somente o desapego e o amor genuíno podem preparar o ser humano para a grande passagem.”
- “Se entregar é a melhor forma de cair, sem se machucar.”
-“Oração é aquilo que dizemos para nós mesmos.”
- “Seja impecável com a sua palavra. /A palavra é mágica. /A palavra é catalisadora. /A palavra é luz. /A palavra cristaliza energia. “... (A Palavra de Mulher)
- “A verdade não é para ser dita e, sim, experimentada.”
- “A ciência mede, mas não pode medir o encanto de uma obra de arte.”
- “Ciência, arte e religião são meios de compreender esse mundo e procurar alcançar uma dimensão superior.”
- “De minha parte sei que, quanto mais convivo com as pessoas, mais sei um pouco sobre mim mesma.”
- “Viver é alcançar o próprio destino.”
- “Na dúvida tudo é perigoso.”
- “Por duas vezes negligenciei a minha vida: quando amei mais do que pude e quando pude amar e desprezei.”
- “A lei condiciona, a religião culpa e ambas aprisionam.”