quinta-feira, 8 de outubro de 2015

AMIGO É COISA PRÁ SE GUARDAR EM BAIXO DE 7 CHAVES....







Nesse 8 de outubro aniversaria um amigo artista - GALVÃO FILHO - Um brincante, como classifica Antônio Nóbrega, os artistas populares. Ele é compositor, cantor e percussionista da melhor qualidade. Toca pandeiro, zabumba, quartinha, entre outros instrumentos, além do violão, claro! A sua família é toda de artistas que transitam pela música. Eri, João, Babal, Erinalda e Erineida, "todos irmão ERIS", como diz Babal na sua antológica Avenida 10.  Tenho o privilégio de ter dois trabalhos do Galvão, devidamente, autografados. Um de 2002 que diz assim: "A Marquito do amigo de sempre Galvão Filho com data de 27-12-2002. O outro é de 2012, seu último trabalho reunindo nomes consagrados da MPB, como Dominguinhos, Chico César, Geraldo Azevedo, Xangai, Nando Cordel e outros mais. Nesse ele escreveu: "A Marquito com carinho nossa cantiga - Galvão Filho.. Fico agradecido pela sua amizade e pela sua arte Galvão.Que você ainda faça muitos percursos em torno do sol e que essa força cósmica continue ao seu lado lhe dando inspiração para outros trabalhos. Nessa data que coincide com o dia do nordeste, receba meus parabéns, os votos de felicidades e vida longa.

Reproduzo um trabalho do Galvão, que ele dedicou ao, poeta maior da música popular, Chico Buarque. É um martelo de 10 pés, da tradição dos cantadores de viola cujo mote é; "É CULTURA DO POVO NA PALMA DA MÃO.



Na Palma da Mão
De: Galvão Filho (Dedicada a Chico Buarque)

“Sem trazer filosofia complicada
Eu dedico a vocês a minha lira
A verdade arde mais que a mentira
Tá provado que o mundo é uma piada
Prá subir companheiros nessa escada
É preciso encarar a escuridão
E no corpo ter a força de um leão
Que o poeta é capaz de transformar
É o que diz o poeta potiguar
É cultura do povo na palma da mão.

Meu escudo de guerra é uma viola
Que engalho no peito e a rima chega
Sou dragão rebolando labareda
Cuspo verso extraído da cachola
Não sou de gemer por uma esmola
Não trago medida, nem padrão
No martelo eu trago informação
Prá brecar teu argumento errado
Cantador tem um dom abençoado
É cultura do povo na palma da mão

A palavra bonita é liberdade
A palavra gostosa é viver
A palavra do medo é padecer
A palavra do engano é falsidade
A palavra vital é mocidade
A palavra maldita é traição
A palavra do amor é coração
Latejando querendo avisar
Que o poeta é corrente popular
É cultura do povo na palma da mão

Há quem diga que o poeta é sacana
Há quem fale que é ultrapassado
Há quem chame de marginalizado
Há quem queira castrar a sua fama
Há quem jogue a riqueza dele em lama
Prá descer na imundície desse chão
Sem saber que o poeta é o coração
Dessa gente andando na cidade
Opoeta é história sem idade
É cultura do povo na palma da mão.”

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