terça-feira, 5 de maio de 2020




O Estado Leviatã de Hobbes e seu Messias

Por: Marcos Inácio Fernandes*

“Minha mãe pariu gêmeos, eu e o medo”

“Um homem não pode abandonar o direito de resistir àqueles que o atacam com força para lhes tirar a vida.”

“O homem é capaz de tudo.”

Todas as frases são de Thomas Hobbes (1588-1679)

Thomas Hobbes é o primeiro dos “contratualistas” da Ciência Política. Ele é o grande teórico que fundamentou o absolutismo monárquico na Europa através da sua principal obra – O Leviatã, de 1651. Hobbes, se diz gêmeo do medo, porque nasceu quando a armada do rei Espanhol Felipe II estava para invadir a Inglaterra em 1588. A então chamada “esquadra invencível” da Espanha foi rechaçada pelos ingleses, que ainda contou com a sorte de uma tempestade que dizimou grande parte da frota espanhola. O filme Elizabeth retrata essa passagem histórica.

Na época de Hobbes, a Inglaterra vivia um momento muito conturbado de guerra civil, cujo   desfecho foi a Revolução Puritana (1640-1649), a 1ª da burguesia. Essa revolução destronou a monarquia e o rei Charles I perdeu a cabeça, literalmente. Foi decapitado e a Inglaterra passa a ser uma República, na verdade uma “ditadura republicana” sob o comando do “lorde Protetor da Inglaterra, Escócia, Irlanda e País de Gales”, Oliver Cromwell. É nesse contexto histórico que Hobbes escreve o seu Leviatã.

No seu livro, Hobbes defende que no Estado de natureza o homem vive em guerra constante numa luta de “todos contra todos” onde o “homem é o lobo do próprio homem”. Para sair desse Estado de natureza e passar para um Estado social, viver em sociedade, os homens abdicam de sua liberdade e dos seus direitos naturais, para um soberano com poderes absolutos, através de um CONTRATO cuja característica seria de SUBMISSÃO. Um Contrato de submissão.

Os súditos acordariam em dá ao soberano poderes absolutos sem nenhum questionamento. Um PODER uno e indivisível. Um Estado/Leviatã, que fosse capaz de proteger os súditos. A única possibilidade de se romper com o pacto seria na impossibilidade do soberano não possibilitar o “direito por natureza dos homens de defenderem-se a si mesmos.”. O soberano teria poderes de vida e de morte sobre os súditos. A única coisa que o soberano não podia exigir dos súditos é que atentassem contra a sua própria vida.

Dito isso considero que, o nosso Messias, que mesmo sem ter lido o Leviatã de Hobbes, encarna esse monstro bíblico – O LEVIATÃ e quer colocar em prática no Brasil as teorias que embasaram os Estados Absolutistas Monárquicos e vai além. Através de suas palavras e atitudes e com grande possibilidade de ter sido contaminado pelo vírus nessa pandemia, coloca em risco e atenta contra a vida de centenas, quem sabe, milhares de pessoas, que não obedecem aos protocolos de controle da pandemia. Caso único no mundo.

Em certa ocasião seu Messias disse que o Brasil só ia ter jeito quando houvesse uma guerra civil que morressem uns 30 mil. Pois bem, já estamos nela. Em pouco mais de 3 meses já morreram 8 mil e tem mais de 100 mil infectados. Talvez em poucos meses atinjamos a meta dos 30 mil preconizadas pelo Messias - o apóstolo do Apocalípse.

Cabe-nos lutar pelas nossas vidas e o direito de resistir. Somos capazes!

A primeira ação é FORA BOLSONARO! (Depois a gente lava as mãos e fica no isolamento social).

Marcos Inácio Fernandes, é professor aposentado e Secretário de Formação do PT/DM de Rio Branco

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