O
Estado Leviatã de Hobbes e seu Messias
Por: Marcos Inácio Fernandes*
“Minha mãe pariu gêmeos, eu e o medo”
“Um homem não pode abandonar o direito de
resistir àqueles que o atacam com força para lhes tirar a vida.”
“O homem é capaz de tudo.”
Todas as frases são de Thomas Hobbes (1588-1679)
Thomas Hobbes é o primeiro dos
“contratualistas” da Ciência Política. Ele é o grande teórico que fundamentou o
absolutismo monárquico na Europa através da sua principal obra – O Leviatã, de
1651. Hobbes, se diz gêmeo do medo, porque nasceu quando a armada do rei
Espanhol Felipe II estava para invadir a Inglaterra em 1588. A então chamada “esquadra
invencível” da Espanha foi rechaçada pelos ingleses, que ainda contou com a
sorte de uma tempestade que dizimou grande parte da frota espanhola. O filme
Elizabeth retrata essa passagem histórica.
Na época de Hobbes, a Inglaterra
vivia um momento muito conturbado de guerra civil, cujo desfecho foi a Revolução Puritana (1640-1649),
a 1ª da burguesia. Essa revolução destronou a monarquia e o rei Charles I
perdeu a cabeça, literalmente. Foi decapitado e a Inglaterra passa a ser uma
República, na verdade uma “ditadura republicana” sob o comando do “lorde
Protetor da Inglaterra, Escócia, Irlanda e País de Gales”, Oliver Cromwell. É
nesse contexto histórico que Hobbes escreve o seu Leviatã.
No seu livro, Hobbes defende
que no Estado de natureza o homem vive em guerra constante numa luta de “todos
contra todos” onde o “homem é o lobo do próprio homem”. Para sair desse Estado
de natureza e passar para um Estado social, viver em sociedade, os homens
abdicam de sua liberdade e dos seus direitos naturais, para um soberano com
poderes absolutos, através de um CONTRATO cuja característica seria de
SUBMISSÃO. Um Contrato de submissão.
Os súditos acordariam em dá
ao soberano poderes absolutos sem nenhum questionamento. Um PODER uno e
indivisível. Um Estado/Leviatã, que fosse capaz de proteger os súditos. A única
possibilidade de se romper com o pacto seria na impossibilidade do soberano não
possibilitar o “direito por natureza dos homens de defenderem-se a si mesmos.”.
O soberano teria poderes de vida e de morte sobre os súditos. A única coisa que
o soberano não podia exigir dos súditos é que atentassem contra a sua própria
vida.
Dito isso considero que, o nosso
Messias, que mesmo sem ter lido o Leviatã de Hobbes, encarna esse monstro
bíblico – O LEVIATÃ e quer colocar em prática no Brasil as teorias que
embasaram os Estados Absolutistas Monárquicos e vai além. Através de suas
palavras e atitudes e com grande possibilidade de ter sido contaminado pelo vírus
nessa pandemia, coloca em risco e atenta contra a vida de centenas, quem sabe,
milhares de pessoas, que não obedecem aos protocolos de controle da pandemia.
Caso único no mundo.
Em certa ocasião seu Messias
disse que o Brasil só ia ter jeito quando houvesse uma guerra civil que morressem
uns 30 mil. Pois bem, já estamos nela. Em pouco mais de 3 meses já morreram 8
mil e tem mais de 100 mil infectados. Talvez em poucos meses atinjamos a meta
dos 30 mil preconizadas pelo Messias - o apóstolo do Apocalípse.
Cabe-nos lutar pelas nossas
vidas e o direito de resistir. Somos capazes!
A primeira ação é FORA
BOLSONARO! (Depois a gente lava as mãos e fica no isolamento social).
Marcos Inácio Fernandes, é
professor aposentado e Secretário de Formação do PT/DM de Rio Branco
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