Barricadas da Comuna de Paris
UTILIDADE CÍVICA
Procurando a corrupção e
encontrando Hobbes.
Por: Marcos Inácio
Fernandes.
Thomas Hobbes (1588-1679)
foi o 1º dos filósofos chamados de “contratualistas”. Os outros dois mais
importantes foram John Locke (1632-1704) e Jean-Jacques Rousseau (1712-1778). As
teorias contratualistas consiste, em síntese, na necessidade de se estabelecer
um CONTRATO entre os homens para maior segurança no convívio social. Nas
sociedades modernas, esse CONTRATO, é a CONSTITUIÇÃO, que baliza as outras leis
de um país.
A teoria de Hobbes dizia
que no estado de natureza, havia liberdade absoluta, qualquer pessoa podia
fazer o que tivesse vontade. Prevalecia a lei do mais forte, do mais sagaz e do
mais astucioso. Entretanto, nem os mais fortes e, com as outras qualidades,
estavam seguros. Eles também podiam sofrer violências através de emboscada,
traições e outros ardis. Havia uma luta constante de “de cada um contra cada um
e de todos contra todos” sendo "o homem o lobo do próprio homem". Em síntese, o caos.
Para
sair desse estado natural para um estado social, os homens deviam estabelecer
um pacto, abdicando de suas liberdades absolutas, transferindo-as para um
soberano com poderes absolutos. Ele diz: “Para
que reine a paz, bem supremo, todos renunciaram em favor do soberano, ao
direito natural absoluto sobre todas as coisas. A transferência de poder,
portanto, é também absoluta.”
Nascia,
dessa forma, o Estado/Leviatã, que é um monstro bíblico, retratado no livro de
Jô onde ele diz: “que não há poder sobre
a terra que se lhe possa comparar”.
Ele
advogava que o PODER tinha que ser uno, indivisível, absoluto. Uma vez
transferido esse poder ao soberano, ele podia fazer tudo. Havia apenas uma
exceção: o soberano não podia exigir do súdito que atentasse contra a sua
própria vida. Considerava que “o mal supremo é a morte".
E
o que tem de semelhanças entre a teoria de Hobbes e a operação Lava Jato, já
apelidada de “Vaza Jato”, comandada pelo juiz Sérgio Moro?
É
que a título e com o pretexto de se investigar a CORRUPÇÂO, só de um lado do
espectro político, acrescente-se, o juiz Moro encarna a concepção hobbesiana de
PODER. Está absoluto. Pode fazer tudo o que quiser e que ninguém ouse
contestá-lo. Suas últimas ações, em flagrante desrespeito a nossa Constituição,
são o corolário de uma série de irregularidades nesse processo, lastreado,
quase que exclusivamente, em delações.
Eu
fico a me perguntar: De onde vem tanto poder? Quem lhe transferiu esse poder? A
quem serve esse poder? Essas minhas indagações, espero, que um dia, a história
nos revele.
Defendo
a tese de que tem alguma coisa mais poderosa do que a Rede Globo nos bastidores
desse processo. E desconfio que atenta contra a soberania nacional,
considerando que, paralelamente, ao dito “combate a corrupção” estão destruindo
as nossas empresas e, por consequência, alguns projetos estratégicos em curso
no Brasil.
A
Globo é simplesmente o “moleque de recados”, a amplificadora de fofocas, boatos
e intrigas, que estimula o acirramento dos ódios, frustrações e insatisfações
da nossa sociedade em momento de crise. Criminosamente, ela está insuflando o
conflito social. Que ninguém se iluda de que não vai haver conflito.
Concluo
dizendo: o Moro que superar o Leviatã de Hobbes, quando libera conversas
particulares, reservadas, que não guardam relevância para as investigações em
foco. Qual o objetivo disso? Suspeito que é de fazer intrigas e acirrar as animosidades
de autoridades e de cidadãos contra Lula, Dilma e o PT, que vivem sob
permanente artilharia de saturação. Desabafos naturais e compreensíveis de um
homem acuado, como está sendo o Lula, em conversas reservadas e particulares são
publicizadas e transformadas em escândalos, que afrontam as instituições. Ora, pelo
amor de Deus, me faça uma garapa!! Lula, como ser humano e cidadão, não merece
um tratamento desses. Acho que com essa execração pública, que estão fazendo ao
Lula,da dobradinha Moro/Globo, querem leva-lo ao linchamento ou ao suicídio, como fizeram com Vargas em 54.
Mas a história não se repetirá como farsa.
Às
ruas nesse 18 de março, que marca o início da Comuna de Paris em 1871,
continuando a trajetória de nossa utopia socialista.
Avante
camaradas!!!
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