sexta-feira, 18 de março de 2016

Barricadas da Comuna de Paris



UTILIDADE CÍVICA

Procurando a corrupção e encontrando Hobbes.

Por: Marcos Inácio Fernandes.

Thomas Hobbes (1588-1679) foi o 1º dos filósofos chamados de “contratualistas”. Os outros dois mais importantes foram John Locke (1632-1704) e Jean-Jacques Rousseau (1712-1778). As teorias contratualistas consiste, em síntese, na necessidade de se estabelecer um CONTRATO entre os homens para maior segurança no convívio social. Nas sociedades modernas, esse CONTRATO, é a CONSTITUIÇÃO, que baliza as outras leis de um país.

A teoria de Hobbes dizia que no estado de natureza, havia liberdade absoluta, qualquer pessoa podia fazer o que tivesse vontade. Prevalecia a lei do mais forte, do mais sagaz e do mais astucioso. Entretanto, nem os mais fortes e, com as outras qualidades, estavam seguros. Eles também podiam sofrer violências através de emboscada, traições e outros ardis. Havia uma luta constante de “de cada um contra cada um e de todos contra todos” sendo "o homem o lobo do próprio homem". Em síntese, o caos.

Para sair desse estado natural para um estado social, os homens deviam estabelecer um pacto, abdicando de suas liberdades absolutas, transferindo-as para um soberano com poderes absolutos. Ele diz: “Para que reine a paz, bem supremo, todos renunciaram em favor do soberano, ao direito natural absoluto sobre todas as coisas. A transferência de poder, portanto, é também absoluta.”

Nascia, dessa forma, o Estado/Leviatã, que é um monstro bíblico, retratado no livro de Jô onde ele diz: “que não há poder sobre a terra que se lhe possa comparar”.
Ele advogava que o PODER tinha que ser uno, indivisível, absoluto. Uma vez transferido esse poder ao soberano, ele podia fazer tudo. Havia apenas uma exceção: o soberano não podia exigir do súdito que atentasse contra a sua própria vida. Considerava que “o mal supremo é a morte".

E o que tem de semelhanças entre a teoria de Hobbes e a operação Lava Jato, já apelidada de “Vaza Jato”, comandada pelo juiz Sérgio Moro?

É que a título e com o pretexto de se investigar a CORRUPÇÂO, só de um lado do espectro político, acrescente-se, o juiz Moro encarna a concepção hobbesiana de PODER. Está absoluto. Pode fazer tudo o que quiser e que ninguém ouse contestá-lo. Suas últimas ações, em flagrante desrespeito a nossa Constituição, são o corolário de uma série de irregularidades nesse processo, lastreado, quase que exclusivamente, em delações.

Eu fico a me perguntar: De onde vem tanto poder? Quem lhe transferiu esse poder? A quem serve esse poder? Essas minhas indagações, espero, que um dia, a história nos revele.

Defendo a tese de que tem alguma coisa mais poderosa do que a Rede Globo nos bastidores desse processo. E desconfio que atenta contra a soberania nacional, considerando que, paralelamente, ao dito “combate a corrupção” estão destruindo as nossas empresas e, por consequência, alguns projetos estratégicos em curso no Brasil.

A Globo é simplesmente o “moleque de recados”, a amplificadora de fofocas, boatos e intrigas, que estimula o acirramento dos ódios, frustrações e insatisfações da nossa sociedade em momento de crise. Criminosamente, ela está insuflando o conflito social. Que ninguém se iluda de que não vai haver conflito.

Concluo dizendo: o Moro que superar o Leviatã de Hobbes, quando libera conversas particulares, reservadas, que não guardam relevância para as investigações em foco. Qual o objetivo disso? Suspeito que é de fazer intrigas e acirrar as animosidades de autoridades e de cidadãos contra Lula, Dilma e o PT, que vivem sob permanente artilharia de saturação. Desabafos naturais e compreensíveis de um homem acuado, como está sendo o Lula, em conversas reservadas e particulares são publicizadas e transformadas em escândalos, que afrontam as instituições. Ora, pelo amor de Deus, me faça uma garapa!! Lula, como ser humano e cidadão, não merece um tratamento desses. Acho que com essa execração pública, que estão fazendo ao Lula,da dobradinha Moro/Globo, querem leva-lo ao linchamento ou ao suicídio, como fizeram com Vargas em 54. Mas a história não se repetirá como farsa.

Às ruas nesse 18 de março, que marca o início da Comuna de Paris em 1871, continuando a trajetória de nossa utopia socialista.

Avante camaradas!!!



Nenhum comentário:

Postar um comentário