terça-feira, 29 de março de 2016

O MELHOR PRESENTE!






O Melhor presente

Por: Marcos Inácio Fernandes*

– “As armas de outrem, ou te caem de cima, ou te pesam ou te constrangem.”  (Cap.XIII de O Príncipe – Nicolau Maquiavel)

Nesse  29 de março completo 68 voltas em torno do sol. Desde cedo que recebo as felicitações carinhosas e generosas dos familiares e amigos. Sou grato a todos. Mas agora a tarde recebi um presente cívico. – O PMDB sai do governo. Alvíssaras!!! (exclamo 3 vezes). Muitos hão de dizer: “isso não enfraquece o governo”? “isso não lhe tira a governabilidade”? Logo agora num momento tão delicado? Como diria um amigo meu: “pode ser, pode não é, mas nunca deixará de for”. Primeiro porque o PMDB nunca entregou a “mercadoria” completa nos seus acordos e nas suas tomadas de decisão. É um partido “ônibus” cabe todo mundo e cada um viaja como quer, ocupando seus espaços a cotoveladas. Não há uma ideologia aglutinadora. Não há disciplina partidária e cada um faz o que quer. Daí quem era pró e contra o governo vai continuar com as suas posições (vide Kátia Abreu e outros) ou então vão engrossar fileiras de outros partidos conforme suas conveniências.

Por sua vez, no Presidencialismo é difícil, mas é possível, se governar com minoria parlamentar. O governo de Jorge Viana na Prefeitura de Rio Branco, no início dos anos 90, é uma prova disso. Ademais, o governo, com Lula na sua composição e com a sua qualidade de articulação política, pode reorganizar uma nova base de apoio, que garanta, um mínimo, de governabilidade. Lembrando sempre que Dilma ainda tem a caneta e o Diário Oficial na mão e a sociedade civil organizada unida pela democracia. Esse ativo político não se pode desconsiderar.

Eu diria que com a saída do PMDB, o governo fica mais arejado, menos contaminado e mais maneiro, pois tirou um fardo pesado das costas que lhe causava grandes constrangimentos. E não há nada mais constrangedor do que um aliado que, por acaso está do nosso lado, por motivos diferentes dos nossos. Por outro lado a sigla assume, sem cerimônia, que conspirava dentro do governo contra o governo do qual fazia parte. Era de se esperar o que de quem traiu até o Dr. Ulisses, seu presidente, na eleição presidencial de 1998?!

Agora não há mais que se contemporizar com traidores. É retomar os 7 Ministérios e os mais de 500 cargos que o PMDB desfrutava nas estruturas federal e estadual da máquina pública. Quem detém cargo e queira acompanhar o partido, que tenha a hombridade de entregar sua carta de demissão antes de ser demitido. Quanto ao Temer, se tivesse um pouco mais de compostura, renunciaria para conspirar mais confortavelmente. Mas isso é pedir demais.

Até que enfim nos livramos dessa tralha. Ô sorte!
A história terá um encontro marcado com as lideranças do PMDB, protagonistas dessa infâmia. Isso se a cadeia não os alcançar antes.


*Marcos Inácio Fernandes é professor e militante do PT.

5 comentários:

  1. Compartilho dessa sua alegria Marcos - pensando bem foi um grande presente!

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  2. Parabéns Marcão pelo o aniversário e o excelente texto. Felicidades, saúde, paz, sucesso e muitos anos de vida. Continue nos inspirando.

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