José Silton: Presente!!!
Se vivo estivesse meu companheiro, José Silton Pinheiro, que militou comigo no PCBR, estaria hoje nessa marcha pela democracia e contra um novo golpe no Brasil. Hoje quando completa 52 anos do golpe militar, voltamos às ruas para defender, mais uma vez, a democracia no nosso país. Silton foi assassinado, sob tortura, nos porões do DOI-CODI no Rio de Janeiro, em 1972 e depois carbonizaram o seu corpo com os demais companheiros num fusca, para simular um confronto. Vejam as circunstâncias do seu assassinato:
JOSÉ SILTON PINHEIRO (31/05/1948 – 29/12/1972)
Militante
do PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO REVOLUCIONÁRIO (PCBR). Nasceu em 31 de maio de
1948, no Rio Grande do Norte, [...] Rapaz cheio de alegria, senso de humor e
com enorme facilidade de fazer amigos, tinha especial carinho pelas crianças.
Também se caracterizou pela grande força de vontade para atingir os objetivos a
que se propunha.
Em 1970, ingressou na Universidade do Rio
Grande do Norte, no curso de Pedagogia. Meste mesmo ano passou a militar no
PCBR, atuante em Natal, Recife e por fim, na cidade do Rio de Janeiro. Foi
morto aos 24 anos de idade no Rio de Janeiro, junto com Fernando Augusto
Valente da Fonseca, Getúlio d’Oliveira Cabral e José Bartolomeu Rodrigues de
Souza. Foi carbonizado dentro de um Wolkswagen, na Rua Grajaú, nº 321 (RJ),
após ter sido preso e torturado pelo DOI-CODI/RJ, “teatrinho” feito pela
repressão para justificar a versão de morte em tiroteio ao reagir à prisão.
O corpo de José Silton entrou no IML/RJ como
desconhecido, em 30 de dezembro de 1972, com a guia nº12 do DOPS. Na certidão
de óbito [...] é dado como desconhecido, assinando como declarante José
Severino Teixeira e firmada pelo Dr. Roberto Blanco dos Santos. No verso de seu
óbito há a seguinte frase manuscrita: “Inimigo da Pátria (Terrorista)”. Foi
enterrado em 06 de fevereiro de 1973, no Cemitério de Ricardo de Albuquerque
(RJ), na cova nº 22.706, quadra 21.
Em 20 de março de 1978, seus restos mortais
foram transferidos para o ossário geral e, em 1980/1981, foram para uma vala
clandestina, junto com cerca de 2.000 ossadas de indigentes. Há ainda laudo
[...] e fotos de perícia do local [...] encontrados no Instituto Criminal
Carlos Éboli/RJ. As fotos mostram o corpo de José Silton totalmente
carbonizado, dentro do Wolkswagen incendiado, placa GB/EB-3890.
Silton e os demais combatentes estão vivos na nossa memória, que hoje voltamos às ruas para dizer bem alto: GOLPE, NUNCA MAIS!!!
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